CAP 75 - Vem cá. Eu te conheço?

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(revisão pendente)

CAP 75 – Vem cá. Eu te conheço?

*LÉO*

Dessa vez eu me superei.
Já faltei muita aula por causa de compromissos com a banda, mas dessa vez eu realmente estou de parabéns.

👏👏👏👏👏

"Mereço até uma salva de palmas lentas e descompassadas."

Estou há semanas sem vir a escola, e ainda com autorização da direção e dos meus pais.   

Graças a Deus, não foi nada relacionado a doença!Já tenho muito pepino para resolver, e ter problemas de saúde em uma altura dessas já seria muita sacanagem do universo.

Estou no meu último ano no colégio, e perder aula é praticamente um pecado. E o ENEM, como todo aluno sabe, não é exatamente conhecido por seu lado misericordioso.

Eu tenho consciência disso! Principalmente por não ser o tipo brilhante de aluno, e ainda ter que administrar duas vidas paralelas: uma privada e outra escancarada.

O lado bom é que, pelo o que parece, terei só uma vida para cuidar a partir de agora. E o lado ruim é que os jornalistas, fãs e curiosos também.

O perímetro do colégio se tornou tão louco quanto o da minha casa. Meus pais e eu até fomos forçados a nos mudar temporariamente para a casa dos meus avós, e esperar a poeira abaixar. O problema é que não tem como aplicar a mesma tática com o colégio. No momento, não há muitas escolas na cidade onde eu possa me matricular, e me misturar aos alunos sem dificuldade. 

 Não tenho para onde fugir. A única solução q é encarar o problema de frente. Porém nada me impede de usar um bom tênis de corrida, caso eu precise de uma saída estratégica pelos fundos do colégio,que nem foi da ultima vez.

Ingenuamente, eu não achei que fosse precisar fazer uso dos tênis tão cedo. Mas pelo menos dessa fez não precisei pular nenhum muro.

— É a polícia? Eles estão na sua cola?— Vitor troca o "bom dia" por uma piada oportunista. assim que me  vê quase quevoando porta adentro. 

De fato eu acabei de entrar no laboratório como se estivesse acabado de fugir de uma batida, a procura de um esconderijo. Mesmo desconfiando que a essa altura toda a escola já deve saber sobre o meu horário de monitoria, um lado de mim prefere acreditar que encontrei um local seguro. Pelo menos, até começar a próxima aula.

— Tentaram me atacar, cara! — Conto sem fôlego.

Lançando olhares assustados para os dois lados do corredor, eu me certifico de que não fui seguido antes de finalmente passar a chave na porta. O clique da tranca me traz  alívio.

Imediatamente Vitor desmancha sua feição de divertimento.

— Atacado? Como assim? Você está bem? Te agrediram? Te machucaram? — Ele me interroga, preocupado

— Não! Relaxa! Eu estou bem, graças a Deus! — Eu tento tranquiliza-lo.

O problema é que não estou passando uma postura muito tranquilizadora.

Não satisfeito em fechar somente as entradas do laboratório, eu decido fazer o mesmo com as janelas. Como se estivesse dando linha na pipa, com velocidade, eu mexo na cordinha da cortina rolô, fazendo-a descer.

Certamente, a professora não ficará contente em encontrar tudo lacrado. Não é seguro em um laboratório. Contudo, no momento, é o mais seguro para mim.

Assim, espero.

Com um balançar impaciente de mãos, Vitor me apressa para desembuchar logo a história.  

Amor à última vista Onde histórias criam vida. Descubra agora