CAP 52- Eu sou capaz de fazer qualquer coisa por você

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CAP 52- Eu sou capaz de fazer qualquer coisa por você

*BERNARDO*

Por que quando algo está prestes a dar errado, o mundo pisa no freio, e começa a girar em primeira marcha? Cada ação; cada gesto; cada detalhe da cena que antecipa a grande cagada é registrado em câmera lenta, por meus olhos esbugalhados.

Isabela intercala o olhar entre mim e a sua prima maluca, somente esperando a resposta das suas perguntas aparentemente simples.

"Que tipo de segredo Carol poderia ter comigo, se supostamente acabamos de nos conhecer?", e "Por que ela me chamou de Wolf?".

____ Ei? Vocês vão ficar me olhando aí com essas caras de bund*, ou finalmente vão me deixar entrar no clubinho do segredo de vocês dois? --- Isa nos alfineta diante do nosso silêncio.

Eu sabia em que algum momento eu teria que contar a verdade a Gatinha. Agora que estamos juntos, não seria certo esconder isso dela para sempre. Ela tem todo o direito de saber que o nosso relacionamento a dois, na verdade é a três. "Isabela, Bernardo & Wolf"

___ É que... Bem... Na verdade, eu queria te... --- A hesitação arranha a minha garganta.

___ Então... é a Isa a sua namorada, né?--- Carol interrompe a minha tentativa de falar alguma coisa.

Se eu ia contar uma piada, ou talvez só pedir permissão para ir ao banheiro, eu não faço ideia. Mas com certeza, não seria a verdade! Eu não posso contar algo tão importante assim a Gatinha, na frente de uma estranha. Sim, "uma estranha"! Pois é exatamente isso que essa prima doida dela é para mim. Não importa o quanto a mordida que ela me deu na panturrilha tenha nos conectado. E a minha certeza sobre isso aumenta ainda mais, quando eu a vejo abrir um sorriso genuinamente doce.

Oh, caramba! Essa maluca não disse que saía do sério só de me imaginar com outra, e agora ela está sorrindo?

____ Namorada?! - Isabela repete o título, claramente surpresa.

Eu olho novamente para Carol, que ainda sustenta um sorriso gentil, que poderia enganar qualquer um que não tivesse passado pelo o que eu passei em suas mãos, e dentes.

___ Sim! Namorada. --- A doida que não parece nem um pouco doida agora, afirma. --- E era exatamente sobre isso que estávamos falando. Quando eu cheguei aqui na sala, e vi o Bernardo... --- Ela dá uma pequena pausa ao dizer o meu nome, e tenho uma rápida visão do seu sorriso de psicopata novamente. --- ... e vi o Bernardo sentado ali, eu fiquei tão surpresa em vê-lo de novo! Então, nós...

___Ué? Vocês se conhecem? De onde? - A Gatinha pergunta, curiosa.

O ar que eu tinha prendido em meus pulmões, retorna pelo caminho errado, me fazendo engasgar do nada. As garotas imediatamente correm para me socorrer, obrigando-me a levantar os braços que nem as mães fazem com os filhos pequenos quando isso acontece. Enquanto eu me esforço para puxar o oxigênio que me falta, eu sinto mãos colidirem repetidas vezes em minhas costas. Se bem que eu tenho a impressão de que só uma mão tenta me ajudar de fato. A outra parece estar deslizando sobre mim, e...

EPA!

Eu dou um pulo para longe, quando sinto alguém apertar a minha bunda. E quando eu digo "alguém", eu não estou me referindo a Gatinha.

___ Eu estou bem! Estou bem! Eu só me engasguei com uma bola de ar. Não se preocupem. - Afirmo com as mãos abertas no ar, mantendo uma distância segura das mesmas mãos que me molestaram há instantes atrás. --- Nós já podemos ir, Isa? É que eu estou doido para tomar banho de cachoeira. Vamos? Claro que vamos! Vamos! Vamos! --- Declaro sem trava, enquanto empurro a Gatinha em direção a porta.

Amor à última vista Onde histórias criam vida. Descubra agora