CAP 90 - Vaso ruim não quebra

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Revisão pendente

CAP 90 -  Vaso ruim não quebra 

*ISABELA*

     Uau! Fui surpreendida agora! Já ouvi tantas histórias sobre a demora no socorro, que pensei que talvez devesse ter chamado um Uber para levar Carol até o hospital. Mas a ambulância chegou rápido. Quase tão rápido quanto os curiosos presentes no parque. 

      Outra coisa que também me surpreendeu foi a quantidade de curiosos. Nessas horas costumam brotar gente do chão. Mas até agora eu só contei 6 pessoas. Fala sério, né!   Mal dá para montar uma banda com tão pouca gente assim, quem dirá uma plateia.

     Já sobre a chegada repentina da polícia, no entanto, eu não fiquei muito surpresa. Ninguém viu o que aconteceu, mas meu comportamento não inspira muita confiança. Estou tranquila demais para alguém que a "amiga" foi mais uma “vítima” Escadaria da Penha. 

     Aparentemente eu deveria estar chorando, ou gritando. E não sorrindo como se fosse o primeiro dia das férias. 

      Alguém ficou desconfiado, e acionou a polícia.  E algo me diz que foi a senhorinha de moletom amarelo da Adidas  - Estilosa! - que no momento está falando com um dos policiais e descaradamente apontando para mim. 

      Sou questionada outra vez sobre o que aconteceu. Marcela que viu a cena toda, implora para que eu me explique direito. Ela está nervosa. Não entende a minha recusa em dar maiores explicações quando corro o risco de ser levada para a delegacia.  

       – Ela caiu da escada. – é o que me limito a dizer outra vez. 

     – Você a empurrou! –  a senhorinha não se contém, e se mete na conversa.   

       O policial avisa que esse tipo de acusação não pode ser feita a partir do momento ela que não viu nada. No entanto, eu ainda sou “convidada” a acompanhá-los até a delegacia.  

       – Vá com a Carol na ambulância. – eu oriento Macela quando a vejo indecisa sobre o que fazer. – Chegando lá, você entra em contato com os meus tios. Procura o número no celular da Carol. Isso se o aparelho não tiver se espatifado na queda, claro.  

      Era para ser só uma constatação, mas virou uma espécie de piada particular que me arranca um sorriso. Acabei de me lembrar da cena da queda.

    Foi hilária!  

     – Viu só? Ela está rindo! – em choque, a senhora aponta para o meu sorriso. – Essa garota é o cão! Foi ela, sim!

       O sinal foi discreto, mas eu percebo quando o policial chama o seu parceiro de farda para conduzir a testemunha que não testemunhou nada para longe. 

       – Por favor, mocinha. Queira me acompanhar – solicita o policial que ficou ao meu lado, indicando a viatura.

      Sinto um flash ser disparado em minha direção, me lembrando de que talvez mais tarde eu vá me arrepender do plano que meu irmão e eu fizemos. 

    Mais tarde! Mas não agora. 

     Vejo o policial que acompanhou a senhora para longe, ameaçar o rapaz que tirou a foto, avisando que compartilhar imagem de menor de idade infrator é crime. 

       O paparazzo amador apaga a foto na hora. Por precaução, ele mostra a autoridade a sua frente que o arquivo realmente se foi. Mas não adianta muita coisa. O policial pede para ver a identidade dele mesmo assim. 

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