(revisão pendente)
CAP 76 – Quando diz o sobrenome é porque a coisa é seria.
*MARCELA*
Outra vez eu escuto o insistente"PSI, PSI, PSI, PSI, PSI."
Assim como Isa, eu ignoro. Se ela que é o alvo da brincadeira sem graça não está dando a mínima, eu é que não vou me pronunciar. Embora vontade não falte.
—Vocês ainda não se resolveram, né? — é mais uma afirmação do que uma pergunta.
O irritante artifício de Bernardo para forçar uma reação de Isa, mesmo que explosiva, só para conseguir falar com ela, mostra que a treta entre eles ainda está longe de ser resolvida.
— Uma hora vocês terão que conversar. — eu a alerto. — Daqui a pouco a professora nos mandará juntar as duplas de novo. Provavelmente depois da entrega das notas...
— Não mais! — Isa balança a cabeça para os lados em negação. — Eu fui conversar com ela para pedir que me trocasse de dupla, já que a minha me deixou na mão na ultima vez... — ela conta num tom amargo, já que tivemos uma prova justamente no dia seguinte da então briga, e que, (in)convenientemente, Bernardo faltou. — A professora disse que com o início do novo bimestre, as duplas serão outras.
A notícia me surpreende e me alegra as mesmo tempo. A mudança significa que minha parelha com Eduardo também foi desfeita. Desde a confusão lá em casa, o clima tem andado muito desconfortável entre nós. Antes a gente conversava. Mas agora a única coisa que ele sabe falar é sobre o meu rolo com o Vitor, e do porquê eu não deveria ficar com um mamute.
— Que sorte a sua, heim! — Digo, omitindo que também curti a novidade na mudança nas duplas.
— Foi sorte, não, amiga! Foi resposta de oração mesmo! — Isa exagera como o de costume.
Mas ainda que não estivesse, acho que ela deveria ter detalhado o pedido um pouco mais. Seu pedido aos céus pode ter até colocado fim na sua dupla, mas não impediu que sua dupla viesse procura-la.
— Desistiu de fazer parte da galera do fundão? — A voz de Bernardo soa logo atrás da gente, em um tom brincalhão.
Eu levo um susto com a sua chegada repentina, e mexo-me desconfortavelmente na cadeira para disfarçar. Já Isa se mantém firme. Como se já tivesse percebido a aproximação desde o inicio.
— Eu guardei um lugar para a gente, lá trás. — Bernardo continua a se dirigir a Isa, que permanece com o olhar voltado para a frente da sala. — Quer que eu a ajude com as suas coisas? — Ele insiste ao não ver nenhum movimento vindo dela.
A barulheira na sala é grande, mas o climão é quase tão gritante quanto. Minha vontade é de sair de fininho para lhes dar privacidade, mas a superlotação de turma não colaboraria.
— Obrigada pela gentileza, — diz Isa, surpreendentemente sem sinal de ironia em seu agradecimento. — mas não será necessário. Eu conversei com a professora, e ela me disse que eu farei dupla com outra pessoa.
A informação não é mais novidade para meus ouvidos. O mesmo não pode ser dito a respeito dos de Bernardo, no entanto.
A novidade inesperada faz com que sua testa seja vincada e sua boca escancarada em surpresa, enquanto a minha testa se vinque e minha boca se abra por outra razão.
A suavidade e educação que noto na fala de Isa me surpreendem. Há poucos instantes, ela estava mostrando uma reação completamente diferente. E asseguro que não havia nenhum traço de delicadeza e calmaria nela.
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Amor à última vista
Roman pour AdolescentsToda a esperança de Isabela de ficar cara a cara com sua alma gêmea, foi esmagada pelas letras garrafais da palavra "ESGOTADO" estampadas na tela do laptop. Quando não consegue comprar os ingressos do show que sua banda favorita fará em sua cidade...