Obs: as correções serão feitas mais tarde.
CAP 64 - Para com o recalque, porque já está ficando feio
*ISABELA *
— Finalmente! – A exclamação sai da minha boca seguida de um suspiro de alívio.
Os portões de grade, que dão acesso à casa de show, enfim serão abertos. Quem estava sentado no chão puro, se ergue e limpa a terra que ficou grudada nas roupas. Os mais espertos e higiênicos que trouxeram cangas, ou usaram pedaços de papéis para não se sujarem, socam os panos ou folhas de qualquer jeito dentro das mochilas e bolsas. E aqueles que já se encontravam de pé, se preparam para entrar a qualquer momento.
A boa educação usada por praticamente todo o dia é esquecida em poucos instantes. Pessoas gritam de vários pontos da fila, denunciando outras que se dirigem a entrada, alegando só estar indo pedir informações. Que truque velho! Elas sempre tentam essa: vão lá para frente, depois dão um "migué", e nunca mais voltam para os seus lugares menos favoráveis.
— Galera, deem as mãos para as pessoas que estão do seu lado. Vamos fazer uma corrente humana. Quem não estiver nela na hora que começarmos a entrar, é porque está tentado passar a perna, e furar a fila. — Ouço alguém propor.
Excelente ideia!
Como se nossas vidas dependessem disso, seguramos as mãos uns dos outros, formando um grande cordão com todos os que chegaram cedo, assegurando os seus merecidos lugares na fila. Minha mão direita captura a de Jhenifer, e a direita a de alguém que não troquei nem meia palavra desde que cheguei. Mas não importa! Eu sei que ela estava ali o tempo todo, sofrendo sob o Sol do mesmo jeito que eu. Então nesse momento somos companheira de um mesmo propósito: evitar que usurpadores tomem o lugar que não os pertencem.
Nossa união alcança o seu propósito em pouco tempo. Os malandros que tiveram as caras de pau de seguirem para a entrada, mesmo debaixo de gritos, reclamações e xingamentos, agora voltam com os rabinhos entre as pernas, só que desse vez, abaixo de risos e zoação pelo golpe fracassado.
Usando uma das músicas da CÓDIGO 5 como hino, cantamos a nossa vitória enquanto a fila se movimenta com suavidade e educação. Mas o espírito de unidade se vai no momento em que entregamos os ingressos aos funcionários que controlam a entrada do público.
Agora é cada um por si, minha gente!
Subimos a rampa, correndo mais rápido que velocista olímpico. É nessa hora que o arrependimento bate, quando o sedentarismo cobra a conta. O peito queima, a boca seca, e o coração pulsa a toda velocidade. Porém, mesmo sentindo que iria desmaiar em alguns momentos, consigo chegar até a grade que assegura uma distância segura do palco.
"Segurança para a banda, claro!"
Esticando os braços o máximo que conseguimos, Jhenifer e eu guardamos lugares para Marcela e Carol, que por sorte, não chegam muito tempo depois da gente. Uhuu! Todas nós poderemos ver o show de pertinho, e eu nem precisei brigar com ninguém por isso.
@@@@@@
*BERNARDO*
Escondidos atrás do cenário montado sobre o gigantesco palco, os moleques e eu disputamos a brecha minúscula para conseguirmos espiar os fãs que enchem a casa de show, ansiosos para o início da noite. A visão é surreal! Não por ter bastante gente, até porque já fizemos apresentações para um público bem maior e descontrolado que esse. Mas sim porque hoje é diferente. Hoje é especial!
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Amor à última vista
Ficção AdolescenteToda a esperança de Isabela de ficar cara a cara com sua alma gêmea, foi esmagada pelas letras garrafais da palavra "ESGOTADO" estampadas na tela do laptop. Quando não consegue comprar os ingressos do show que sua banda favorita fará em sua cidade...