CAP 16 - Por que você não a beijou?

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*THALITA*

Mesmo achando a ideia da festa à fantasia bem legal, o trabalho para colocar esse plano em ação está grande, cansativo e doloroso. Um verdadeiro caos, para ser mais precisa.

O quarto de Luna está de cabeça para baixo de tantos papeis, cartolinas, retalhos e paetês espalhados. Mas a grande vilã do dia foi a cola quente. Isa não foi a única agraciada com uma carimbada pelando sobre a pele, mas comparado a dela, as nossas não são nada.

Isa está demorando demais. Ela tinha dito que lavaria a mão, e depois pegaria mais um sanduíche na cozinha. Porém, ou ela foi até a padaria comprar mais pão, ou está acabando com toda a dispensa da casa.

De repente eu sinto um movimento estranho no meu estômago, e eu levo a mão à boca para conter a ameaça de refluxo. Eu sabia que eu não devia ter comido outro sanduíche.

___ Meninas, eu vou até a cozinha para beber alguma coisa. Não estou me sentindo muito bem. --- Aviso.

___ O que você está sentindo, Táta? - Pergunta Jhenifer, largando a tesoura, e me olhando de forma preocupada.

___Não se preocupe. Deve ter sido o pão de forma. Às vezes eu fico enjoada quando como. Não é nada demais.

___Ai, ai, Thalita! Então por que você comeu isso, menina? --- Marcela dá um tapa na própria coxa, antes de soltar um suspiro longo. --- Provavelmente deve ter sido a manteiga que embrulhou o seu estômago.

Eu tiro todos os papéis de cima de mim, para conseguir me levantar da cama.

___ Não se preocupe. É só eu beber um pouco de água que o enjoo passa. E aproveito, para ver o que Isa está fazendo para demorar desse jeito.

___ No mínimo deve estar comendo, de novo. Quando Luna voltar, não terá sobrado nada. --- Diz Marcela rindo.

Vou em direção à saída, com todo cuidado para não pisar nas coisas que estão espalhadas pelo chão do quarto. Já estou com o meu estômago revirado, não quero ter uma tarraxa agarrada na sola do meu pé para piorar a situação.

Eu fecho a porta, e me viro para seguir para a cozinha, mas a voz de quem eu não estava preparada para encontrar, fala meu nome num tom que também mostra a sua surpresa em me encontrar aqui:

___Thalita?!

Eu dou um passo para trás em uma ação automática para fugir, mas um 360° no meu estômago, me obriga a levar a mão até a minha boca e correr o mais rápido que posso em direção ao banheiro. Mateus que está em frente à porta, é lançado por mim contra a parede oposta para que eu passe.

PUFF

"Ai! Essa deve ter doído!"

Ouço o baque seco de suas costas contra a parede, mas não me atrevo a parar e pedir desculpas. Mesmo com só poucos segundos para conseguir chegar até ao sanitário, eu decido passar o trinco na porta.

"É humilhação demais! Mateus não precisa ver essa cena."

ARGH!

@@@@@@

*BERNARDO*

___Seu idiota! - A irritadinha explode na minha cara.

Ela empurra meu peito com força, mas eu a seguro pelos pulsos para impedir que seu punho procure por seu alvo favorito: meu nariz. Ela tenta se soltar, mas eu a mantenho presa entre mim e a bancada.

___"Idiota", por quê? Você não gosta de doce? - Eu arqueio uma sobrancelha, e visto a minha melhor cara de bom menino.

"Um anjo"

Amor à última vista Onde histórias criam vida. Descubra agora