Revisão meia boca.
CAP 67 - O que eu tenho a dizer é bem interessante
O pensamento sobre trocar os saltos pelas sapatilhas usadas na hora show, e que agora estão socadas na mochila, volta e meia tentam Marcela e Jhenifer. Já faz quase uma hora que as duas aguardam na fila da cabine maluca. Mais alguns minutos, e raízes poderiam surgir para finca-las sobre o chão escuro do salão. No entanto, o processo de enraizamento foi interrompido quando, por graça do destino, outra cabine foi liberada.
- Até que enfim! Se demorasse mais, as fotos seriam para o meu álbum de casamento. - Jhenifer resmunga ao rapaz que controla o fluxo de pessoas quando o mesmo as liberam para começarem a escolher o look que aparecerá nas imagens dos quatro quadradinhos com tirinha de bordas brancas.
Marcela quica de animação enquanto decide que apetrechos usar. A pequena mesa e arara próximas às cabines têm opções mais divertidas do que as máscaras oferecidas na entrada da festa.
- Pensei que ia ser fácil decidir a minha fantasia para a festa da Isa, mas estou vendo que terei dor de cabeça. Não sei qual escolher. -Marcela confessa quando fica dividida entre os acessórios que a transformarão em uma sereia, e os em Medusa.
Impaciente pelo tempo perdido da festa por causa da demora na fila, Jhenifer decide ajudar a amiga com o impasse, lhe roubando os objetos que a transformariam numa sereia.
- Pronto! Problema resolvido. - Uma piscada atrevida desfaz a carranca vestida por Marcela pelo furto descarado.
Uma sereia e Medusa se materializam nas duas amigas que aprovam o resultado no espelho cumprido. Aliás, não só elas gostaram do resultado, como o rapaz que responsável pela cabine também.
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Mesmo um lado seu não estando de acordo, Pilha, ou melhor, Mateus, sabe que a melhor maneira para diminuir o desanimo de Thalita, por ter que ficar de molho em casa depois do acidente na escadaria da Penha, é deixar que troque algumas palavras com o seu integrante favorito da CÓDIGO 5.
- "Oi" de novo! Desculpe ter desligado. Mas tem uma "pessoa" querendo falar com você. - O celular é passado a diante.
"Se é que se pode chama-lo de pessoa", uma pessoa malcriada acrescentaria. Mas Pilha não é malcriado! Ele não falaria algo assim. No entanto, isso não o impediu de pensar tal coisa.
A conversa entre Vetor e Thalita se desenrola por uns 10 minutos. Tempo demais até mesmo para um namorado compreensivo, mas certamente, tempo insuficiente para uma fã apaixonada.
Lá se vão às últimas palavras de despedidas; declarações peculiares sendo ditas por uma garota normalmente tímida, várias incitações inapropriadas proferidas por um cara que sabe que o namorado está ouvindo tudo, e enfim a ligação é finalizada.
- Uau! Não pensei que você fizesse o tipo ciumento. -Vetor solta um assobio cumprido, mas o som se perde no meio da música que rola na festa assim que chegam ao salão.
Os dois foram os últimos a saírem do camarim improvisado. Não queriam correr o risco de que alguém presenciasse a conversa ao celular, e ouvisse algo que desse uma pista sobre quem são eles.
- Se até o Garoto de Ouro sofre desse mal, então o que será de nós, reles mortais?
A insistência do Grandão faz Pilha revirar os olhos.
Às vezes esse apelido lhe cansa. A sensação é que não tem direito de errar. Mas caras legais também erram! Pessoas legais também erram! É uma sina de todo ser humano, não? E até onde Pilha se lembra - e inclusive a narradora metida da história - ele também é humano. No entanto, consciente de que não adiantaria lembrar ao amigo sobre a sua condição de mero pecador, ele opta por deixar para lá, e não contestar sobre o seu direito de também pisar na bola as vezes.
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Amor à última vista
Ficção AdolescenteToda a esperança de Isabela de ficar cara a cara com sua alma gêmea, foi esmagada pelas letras garrafais da palavra "ESGOTADO" estampadas na tela do laptop. Quando não consegue comprar os ingressos do show que sua banda favorita fará em sua cidade...