Amor à última vista

CAP 97 - Você não é daqui, né?

Revisão pendente.

CAP 97 - Você não é daqui, né?

*ISABELA*

Com uma música animada ao fundo, o apresentador agradece a audiência pelo sucesso da transmissão. De acordo com ele, nunca tanta gente acessou o blog ao mesmo tempo, o que quase causou a queda do servidor. Mas, graças a Deus, tudo deu certo! A entrevista rolou até o fim.

Ao fundo, sentados em um sofá super largo e cadeiras estilosas, a CÓDIGO 5, 7 VOLTS e Henrique acenam para a câmera. Estão se despedindo.

"Por favor, fiquem mais um pouco."

– Aff! Sai da frente, meleca! – reclamo.

O cabeção do apresentador está bem na frente do Wolf. Uma obra de arte como aquela não deveria ser coberta.

– Lembrem-se: fiquem ligados em nossas redes sociais. Alguns sortudos terão uma surpresa inesquecível hoje – o entrevistador promete.

É a terceira ou quarta vez que ele comenta que algo grande está para acontecer. Eu estava achando que era historinha para a gente continuar visitando o blog e no final ser um sorteio de algum brinde bobo. Mas quando os créditos começam a subir, e um por um dos garotos é filmado enquanto acessam e mandam beijos em despedida, eu mudo de ideia na vez Henrique. Ele não só acena para a câmera, como também solta um "Até daqui a pouco".

Conhecendo-o bem, eu não deveria levá-lo tão a sério. Henrique adora fazer graça e chamar a atenção.

"Está dando uma diferentão", foi o que pensei até todo mundo filmado depois dele começar a dizer variações da mesma promessa. Inclusive, Wolf.

– Ai, Meu Deus! Então vai mesmo rolar mais alguma coisa? – Lorena se agita. Não fui a única a pensar que era só um golpe de publicidade para manter a audiência o restante do dia.

– Tomara que sim! Eu estava preocupada de que fosse só uns brindes com adesivos e blusas – digo

- Pensei a mesma coisa! Eu já tenho uma camisa com autógrafos da CÓDIGO 5, mas eu não me importaria de ganhar outra. Ainda mais com os autógrafos da 7 VOLTS nela também– a formiguinha do grupo confessa com um sorrisinho sapeca, antes de me olhar de um jeito não muito diferente do sorriso – Isa, você não é amiga daquele skatista bonitão?

– Hum... Bem, eu não diria que somos exatamente amigos.

Uma outra menina da minha sala interfere na conversa:

– Ué? Mas ele não estava na sua festa?

– Nem todo mundo que foi no meu aniversário é meu amigo, Fabi.

Não poderia haver mais verdade no que eu disse. Não pelo Henrique, claro. E sim pela cobra coral que descobri ser minha prima.

– Mas você não se beijaram? – Fabi não desiste.

Uma onde de "O quê?"; "Como assim?"; "E o Bernardo?" entorna em mim. Fabi é quem explica o mal entendido em meu lugar.

– Ela e Bernardo ainda se odiavam na época. Bem, eu acho... – Ela coça a cabeça confusa. Não a culpo. Nessa época eu também estava. – Mas eu lembro que rolou, sim! Eu não sabia quem Henrique era, mas o achei um gato. Arrasou, garota! – pisca um olho para mim.

Meu rosto se esquenta. Que vergonha! Até hoje eu não acredito que fiz aquilo. Ok! Não vou dizer que me arrependo. Como a Fabi mesmo disse, Henrique é um gato! Não sou maluca e nem cega. Mas não precisava ter acontecido daquele jeito. Só rolou por vingança. Fiquei morta de ciúmes quando vi Bernando e a metida da Danielle se atracando, e quis sair por cima. Mesmo jurando de pés juntos que não sentia nada por ele.