Nosso amor é o suficiente

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Brigar com o David nunca era bom, lógico. Mas parecia que sempre que nos reconciliávamos nós ficávamos mais fortes, e as coisas ficavam mais lindas entre nós. Isso era ótimo.

Viemos ao Brasil de férias, mas isso não quer dizer que o bebê também estava dando uma pausa, e as mudanças na gestação continuavam. Já fazia 3 dias que estávamos no Brasil e todo dia tinha alguma novidade. Eu tinha voltado a sentir enjoo, e agora acordar de madrugada morrendo de fome e só conseguir dormir quando comer alguma coisa era normal pra mim. Também sentia bastante azia, mas nada que um chá caseiro da dona Regina não resolvesse. Aliás, ela fazia questão de sempre aparecer com comidas novas pra mim, que me fazia bem durante a gestação. Ela e a avó de David eram super carinhosas quando o assunto era eu e o bebê.

Depois que o bebê chutou para David e para dona Regina, agora ele chutava pra todo mundo. Parece que estava somente esperando as duas pessoas oficiais pra quem ele devia fazer graça primeiro, para começar a fazer graça pra todo mundo. Sentir ele mexer já tinha virado normal pra mim, mas toda vez que algum parente colocava a mão na barriga ele fazia questão de chutar, deixando todo mundo bobo.

O dia estava bastante ensolarado e resolvemos ir á uma praia reservada da cidade. Fomos bem cedo então só tínhamos nós para aproveitar aquele lugar lindo. David não se cansava de futebol nunca, e assim que chegamos, lá estava ele com os rapazes jogando futebol de areia. Eu, Dani, minha mãe, a avó de David, dona Regina e Isabelle resolvemos ficar tomando aquele sol gostoso da manhã, enquanto observávamos o futebol dos meninos e Isabelle não tirava os olhos de Abner, que construía um castelo de areia com Kaíque.

Conversávamos sobre a gravidez e dona Regina contava como foi a gravidez dela com David. Ela e minha mãe começaram a trocar experiências de suas gestações, enquanto Isabelle paparicava o filho, tirando foto dele e de Kaíque brincando na areia.

Eu prestava atenção em cada detalhe que dona Regina e minha mãe falavam e seus conselhos, inclusive para na hora do parto, quando David apareceu. Ele se ajoelhou e deu um beijo na minha barriga, em seguida se deitou no lençol ao meu lado.

- Que papo mais chato! - reclamou ele, após alguns instantes prestando atenção na conversa.

- É papo de mulher. - falei.

- Porque você não volta a jogar bola então? - disse dona Regina. - Lá é lugar pra homem.

- Com certeza correr atrás de uma bola é bem mais interessante. - Dani disse sarcástica.

- Nossa, ninguém me quer aqui. - David fingiu estar ofendido, nos fazendo rir. - Melhor eu voltar para os meus machos, vou ver se alguém me quer por lá. - ele se levantou. - Aliás, tá ficando calor, a gente devia entrar na água.

- Ah não, que preguiça. - reclamei. - Aqui tá tão quentinho.

- Então vamos só lá na pontinha molhar o pé. Vir pro Brasil e não aproveitar o mar é a mesma coisa de não vir.

- Ah não amor. - fiz bico.

- Por favor. - ele estendeu a mão e me olhou com cara de criança que quer muito ir brincar, só precisa de uma permissão. Como sempre eu não resisti, então me levantei com a ajuda dele e fui.

- Se eu não te salvasse elas iam ficar falando de parto a vida toda. - disse ele enquanto caminhávamos lentamente até o mar.

- Quem disse que eu queria ser salva? Eu tava aprendendo com as experiência delas.

- Mal agradecida. - ele fez careta e eu ri. - Como tá sendo com a dona Regina?

- Tá mais ou menos, ainda não consegui descobrir se ela gosta de mim ou não.

O meu meio irmão Onde histórias criam vida. Descubra agora