De volta pra casa

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*Narrado por David*

Fui enfrentando esses pensamentos até chegar ao destino, me sentia como se fosse feito de papel e estivesse sendo rasgado ao meio pela minha culpa. Quando o avião pousou senti um alívio enorme, como se agora aqueles pensamentos fossem finalmente desaparecer. Mas sabia que ainda iria enfrenta-los por um tempo. Peguei minhas bagagens e fui procurar um táxi. Tive sorte e achei um de cara. Dei o endereço para o motorista e enquanto ele dirigia eu resolvi ligar pra minha mãe.

- Oi filho.

- Bença, mãe. Já cheguei aqui em Minas, tô no táxi á caminho de casa.

- Ta bom. Tá todo mundo aqui ansioso te esperando. - pude ouvir um barulho de várias vozes gritando ao mesmo tempo, sem identificar exatamente o que estavam falando mas provavelmente era mandando um "oi".

- Então avisa que já já eu chego aí. - sorri com a empolgação do pessoal ao fundo. O barulho mostrava que tinha muita gente por lá.

- Pode deixar, vem logo, estamos morrendo de saudades.

- Ta bom. Beijo, te amo.

- Te amo também. Muito.

Ligação finalizada.

Ouvir a voz da minha mãe sempre me deixava com o coração apertado de saudade. Fazia alguns meses que não a via.

Enfrentamos um pouco de transito e em cerca de 40 minutos chegamos. Assim que entramos na rua de destino, pude ver de longe a movimentação em frente á minha casa. Tinha cerca de 20 pessoas ou mais, todos com uma camisa amarela que lembra o uniforme da seleção e que tinha meu rosto com meu nome. Logo percebi que o dia ia ser de festa. O motorista estava subindo á rua quando identifiquei o Luciano Huck e sua equipe subindo em rumo á minha casa, tínhamos marcado uma entrevista juntamente com a minha família. Pedi para o motorista buzinar e coloquei o rosto para fora da janela.

- Procurando alguém? - falei quando chegamos perto dele.

- Eaí cabeleira! Posso entrar nesse táxi aí?

- Chega mais! - abri a porta pra ele e ele entrou.

Subimos mais um pouquinho e chegamos na minha casa. Foi só ver meus amigos e minha família ali todos com um sorriso gigante no rosto por me ter de volta, que eu esqueci de todo problema com a Sara. Os ver sorrindo me fazia sorrir, então saí do táxi retribuindo o sorriso imenso que eu estava recebendo deles. Minha mãe foi a primeira a vir me abraçar, e depois de um abraço bem forte eu cumprimentei o Luciano direito, com um aperto de mão e um abraço. Depois ele cumprimentou minha mãe, a agradecendo por recebe-lo e eu aproveitei para abraçar minha irmã e meu pai, que estava com Abner (meu sobrinho) no colo.

- Esse é seu pai? - Luciano perguntou e em seguida o cumprimentou também, enquanto eu fazia gracinhas para o Abner.

Luciano fez questão de cumprimentar todos da minha família, e brincou quando conheceu minha tia, a quem eu puxei o cabelo.

- Deixa eu entender: você não tinha vindo aqui ainda, depois que você chegou no Brasil?

- Não, pô.

- Ah você tá chegando junto comigo pela primeira vez?

- Sim.

- Ah então vocês não tinham visto ele ainda? - perguntou para o enorme grupo de gente que estava lá para me recepcionar, e todos responderam com um não quase unanime.

O meu meio irmão Onde histórias criam vida. Descubra agora