All Over Again

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Notas do Autor

Mais uma vez, obrigado pelos comentários e votos
E ás leitoras novas: sejam mais que bem vindas! Espero que gostem *-*
Boa leitura ;)

David P.O.V

Depois de bastante treino na Granja Comary, a seleção voou para São Paulo, onde aconteceria o primeiro amistoso antes da estréia na Copa América. Essa era a primeira vez que jogávamos em casa depois do vexame na Copa, por isso não fomos recebidos com muita euforia e nem por uma multidão como estávamos acostumados. Seria um jogo difícil, pois o México costuma dar um pouco de trabalho para seus adversários. E o fato de estarmos sem o nosso craque e camisa 10, deixava a torcida mais receosa ainda e com um pé atras, pois já vimos o que aconteceu da ultima vez que ficamos sem ele. Mesmo assim, era fase de recomeço para a seleção, por mais que a mídia insistisse com suas críticas e constante comparações com a Copa, nós estávamos recomeçando e tentando buscar resultados melhores. Isso incluía não depender de um jogador só para conseguir a vitória e sim jogar como equipe, onde cada um depende do restante. Nós sabíamos que seria difícil mudar o cenário deixado no Brasil depois da Copa, mas estávamos dispostos a tentar.

- Entendidos? - perguntou Dunga depois de um longo sermão com todos os jogadores reunidos em circulo no meio do campo.

Esse era o ultimo treino antes do jogo, e Dunga passou cerca de 30 minutos revisando táticas e dizendo o que não deveríamos fazer.

- Agora vamos aos titulares. - disse ele pegando a prancheta com os nomes. - Jefferson no gol, Danilo na lateral direita, Filipe Luís na lateral esquerda, Fernandinho como volante junto com Elias, Fred e Phillippe Coutinho como meia, Willian também como meia, Diego Tardelli como atacante e... - ele fez uma pausa e olhou pra mim e Thiago antes de anunciar a única posição que faltava. Depois desviou o olhor para Miranda. - David Luiz e Miranda na zaga.

Thiago abaixou a cabeça em sinal de desapontamento.

- Quem vai ser o capitão na ausência do Neymar? - perguntei após levantar a mão. - Achei que você fosse devolver a braçadeira para o Thiago.

- Achou errado. - respondeu Dunga. - O Thiago não é uma opção no momento. Estamos em fase de recomeço e eu quero apenas homens em campo. Se alguém não for homem suficiente para aceitar essa responsabilidade de queixo erguido, então ficará no banco até segunda ordem. Você será o capitão.

Um silêncio tomou conta após aquelas palavras sobre Thiago.

- Mais alguma dúvida? - Dunga perguntou olhando para cada um dos jogadores mas ninguém se manifestou. - Muito bem. Estão dispensados.

Todos os olhares era para Thiago, que se retirou sem pensar duas vezes. Todos sabiam como aquela era uma situação desconfortável, mas ninguém se atrevia a dizer alguma coisa ou ir atrás dele por não saber o que dizer.

- Vai lá, faz alguma coisa. - disse Willian.

- Deixa ele ficar sozinho um pouco. - respondi. - É melhor assim.

Por um lado eu me senti meio culpado por ter "provocado" aquele assunto quando perguntei se Thiago não seria o capitão, mas sabia que aquela marcação de Dunga com ele não era de hoje e que hora ou outra ele acabaria falando aquilo de qualquer forma.

Tudo isso teve inicio no jogo contra o Chile pelas oitavas de final da Copa. O jogo foi bastante tenso e cheio de emoções, não conseguimos um desempate durante os 90 minutos de jogo e nem nas prorrogações. Por fim estávamos desgastados fisicamente e tivemos que desempatar nos penaltis, foi aí que o mundo inteiro assistiu Thiago tendo uma descarga emocional. Todos nós sentíamos a pressão e responsabilidade daqueles penaltis que podia nos classificar ou nos eliminar da Copa, mas pelo fato de Thiago ser o capitão, sentia tudo aquilo pelo time inteiro. Ele não aguentou e desabou em lágrimas. Enquanto todos tentavam dar força uns aos outros, Thiago se isolou do time e começou a rezar. Todos acharam aquilo estranho, pois ele era o capitão e devia estar motivando o time, então Felipão foi tentar animá-lo e trazê-lo de volta á responsavilidade como capitão. Mesmo assim, o que se viu foi Thiago se derramando em lágrimas de desespero, e ele até chegou a pedir para não bater o penalti.

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