A festa

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Notas da Autora

Olá, leitoras. Preparem os corações de vocês que o capítulo de hoje tá bombando hein! Hahaha espero que gostem. ;)

Aproveitamos bastante a festa. Ficamos lá cerca de 2 horas e meia até alguém reconhecer o David e pedir foto. Depois de ter reconhecido ele, reconheceu o Oscar também. Eles atenderam o pedido e em seguida fomos embora.
Apesar da nossa festa ter sido interrompida, ainda estávamos um pouco alterados pela bebida e em clima de festa. Um amigo de Oscar que tinha ficado responsavel por não beber para poder dirigir, nos levou de volta para a casa. Assim que chegamos todos nós, inclusive os amigos de Oscar, pulamos na piscina de roupa e tudo. Era tarde, passava das 4 horas da manhã e o Sol já ameaçava aparecer. O tempo ainda estava um pouco escuro mas havia luminosidade suficiente para enchergar-mos uns aos outros. David não havia entrado na água, preferiu se sentar em uma cadeira de praia á beira da piscina. Ele estava segurando um copo e uma garrafa de vodka, que havíamos comprado no caminho de volta para a casa. Depois de uma guerra de água com Oscar, resolvi sair da piscina e ir até David, enquanto Oscar provocava outra guerra de água com a Dani.
- Não vai entrar? A água está ótima! - falei enxarcada enquanto tentava controlar a tremedeira causada pelo frio.
- Estou vendo, deve estar uma delicia mesmo. - ele disse ironizando.
- Ah qual é, para de ser careta. - o puxei pela mão sem sucesso já que meu tamanho nem se compara ao dele.
- Nem se você estivesse sóbria teria força o suficiente pra me tirar daqui. - ele disse rindo.
- Ei, é você que está acabando com uma garrafa de vodka sozinho.
- Ah é?
Ele se levantou e sem nenhum esforço me fez cair novamente na piscina, já que eu estava completamente curvada tentando puxa-lo. Quando ele levantou fez com que eu me desequilibrasse e como estava á beira da piscina, acabei caindo. Quando voltei á superficie da piscina, o vi morrendo de rir enquanto me olhava.
- Eu que tô bebendo mas você que tá aí, caindo de bêbada.
- Eu não caí de bêbada, você fez de propósito! - joguei água nele. Como revanche ele jogou o restinho de vodka que tinha no copo dele em mim.
- Ei, para de desperdiçar.
- Cada um joga o que tem. - ele continuava com o sorriso no rosto. - Mas sério, melhor eu largar essa garrafa antes que exagere. - ele colocou a garrafa no chão.
- É... Mas prefiro você com uma garrafa de vodka e sorrindo do que com o celular na mão e todo sério, igual você estava quando chegou aqui. - falei saindo da piscina e me sentando á beira.
- Dizem que é melhor estar com o copo cheio e coração vazio. Estou começando a concordar. - ele me empurrou com o pé de volta para a piscina, e se sentou na beira.
- Nossa, como você é chato! - joguei água novamente nele e ele ria. - Sabia que tinha algo incomodando seu coração para você ficar daquele jeito. O que estava te deixando triste e te fazendo mal?
- Ás vezes a mesma coisa que te faz bem, te deixa triste. - ele tirou o sorriso do rosto enquanto pegava a garrafa novamente e a encarava.
- Como assim?
- O nosso coração nos engana. Ele ama quem o machuca. - ele deu sorriso forçado de canto de boca e percebi que ele estava um pouco desconfortável por falar daquilo. Então resolvi mudar de assunto.
- Ai, que papo mais chato.
- Você que é chata, garota. Você que começou. - ele implicou. - Aliás, como você aguenta ficar na água fria á essa hora? Vai acabar ficando doente.
- Então eu nunca te contei? Na verdade eu sou uma sereia. - falei cochichando.
Okay, essa frase comprova que eu realmente estava bêbada.
Ele deu uma risada.
- Ah, uma sereia? Isso explica tudo.
Eu dei uma risada junto com ele, mas logo fechei a cara quando percebi que não estava sentindo minhas pernas.
- O que foi? - ele perguntou parecendo preocupado com minha cara fechada de repente.
- Acho que estou com caimbra nas pernas...
- Calma, vem cá. - ele se levantou e estendeu a mão pra mim.
Segurei em suas mãos e ele me ajudou a sair da piscina. Sentei e ele massageou minhas pernas. Funcionou, em instantes já estava as sentindo novamente.
- Obrigada, já voltou ao normal.
- Agora fica em pé, vai ajudar. - ele me ajudou novamente e eu me levantei com as pernas um pouco desequilibradas, então me apoiei nos braços dele. Quando percebi nossos corpos estavam bem próximos, o bastante para eu sentir o perfume dele.
- Você tem cheiro de homem. - comentei.
Mais uma frase dita que eu com certeza me arrependeria quando estivesse sóbria.
- Não sei se isso foi um elogio, mas obrigado. - ele sorriu da minha embriaguez. - Odeio ter que te dizer isso mas você também está com cheiro de homem.
- É a minha nova fragância de suor, cloro e bebida alcoolica. - nós dois demos risada juntos daquele papo de louco.
Eu estava com a cabeça baixa enquanto sorria, e quando levantei o olhar, nossos olhos se encontraram. Um silêncio tomou conta e ficamos sérios. Ele me olhava de uma forma diferente. Percebi o quanto os olhos dele eram bonitos, até então não tinha percebido que eram esverdeados. Ele colocou uma das mãos no meu rosto, olhou para a minha boca e quando percebi, nossos lábios estavam se tocando. E essa é a ultima coisa que eu me lembro daquele dia. Depois disso, acordei na sala com alguém me chacoalhando. Acordei mas permaneci de olhos fechados, reconhecendo as vozes de David e Oscar ao fundo.
- Porque o jogo de estreia é dia 12. O Brasil todo está cheio de expectativas. Ainda mais com a boa fase do Neymar. - uma voz, que parecia ser de Oscar, dizia ao fundo.
A voz de David ficou mais próxima e senti mãos me chacoalhando mais uma vez. Abri os olhos e era ele.
- Bom diaaaa! - ele disse com um sorriso enorme no rosto.
Eu reconheci o rosto dele, mas minha mente ainda estava um pouco desnorteada e confundindo informações.
- Ah não, me deixa dormir Neymar. - puxei a coberta cobrindo o rosto, mas em instantes tirei quando percebi que tinha cometido um erro.
- Neymar? - a expressão no rosto dele parecia não acreditar.
- Eu quis dizer David. - tentei me explicar.
- Mas disse Neymar. Osquinha, você ouviu isso? Ela me chamou de Neymar, cara! Neymar!
Ouvi a risada de Oscar e me sentei, com uma dor de cabeça terrível mas ainda tentando amenizar meu erro.
- Desculpa, é que eu ainda estava dormindo um pouco e ouvi o Oscar falando do Neymar. Acho que meu cérebro confundiu informações. Desculpa, por favor. - implorei.
- Tudo bem, todo mundo só pensa nos atacantes mesmo. Ninguém sabe o nome dos zagueiros. - ele fez drama.
- Para, eu sei seu nome. Já disse que me confundi.
A Dani, minha mãe, David e Oscar estavam na sala. Olhei ao redor e vi um monte de colchões no chão, inclusive o que eu estava deitada. Percebi que todos haviam dormido ali, porém eu era a unica que ainda estava no colchão e de pijamas. Todos pareciam ter acordado faz pelo menos 1 hora e estavam arrumados.
- Porque eu sou a unica de pijama? Que vergonha.
- Tá com vergonha do pijama? Espera só até você ver seu rosto. - a Dani disse.
- Porque? O que tem de errado com meu rosto?
- Dá uma olhada no espelho...
- Meu Deus, ela vai surtar! - Oscar falou.
Eu me levantei e fui ao banheiro, quando vi minha maquiagem toda borrada quase que dei um infarto.
- Eu não acredito que vocês me deixaram ficar assim! - gritei do banheiro e pude ouvir as risadas.
- Ué, você queria que a gente fizesse o que? Você tava dormindo. - minha mãe disse.
- Aproveita e escova os dentes, seu hálito também não está lá essas coisas. - David falou propositalmente para me deixar com mais vergonha ainda.
Me tranquei no banheiro para lavar o rosto, pentear o cabelo e escovar os dentes.
- Aí... agora sim tá parecendo uma mocinha. - Oscar falou quando saí.
- Eu odeio todos vocês. - subi as escadas.
- Aproveita que tá indo pro quarto e troca essa roupa. Vamos levar o David no aeroporto. - a Dani falou.
Parei na metade da escada e me virei para perguntar.
- Aeroporto? Como assim, ele não ia ficar a semana aqui?
- Com "semana" eu quis dizer o resto daquela semana, e hoje já é segunda. - Oscar respondeu.
- Eu sei que você gostou de ter o David aqui com a gente, mas ele também tem familia. - Dani provocou jogando indireta.
- Verdade, e essa hora já tá todo mundo ansioso me esperando lá. - David complementou.
- Então tá. A gente vai agora, agora mesmo?
- Sim, agora mesmo. Então tenta não enrolar muito se não ele perde o vôo. - Oscar disse e eu assenti com a cabeça.
Subi as escadas e fui trocar de roupa. Confesso que fiquei um pouco triste por saber que ele já estava indo. Se bem que aqueles 2 dias que ele esteve conosco pareciam ter sido uma eternidade, pois nos divertimos muito. Troquei de roupa, passei uma base no rosto, um pouco de pó, rímel e peguei um óculos escuro para evitar a claridade. Afinal minha cabeça ainda doía muito.
Quando desci as escadas, esbarrei em uma das malas de David que estava aberta, o que fez com que as roupas dele caíssem no chão.
- Olha, eu sei que você quer que eu fique. Mas poxa, deu trabalho colocar essas roupas aí. - David falou se aproximando para recolher as roupas do chão.
- Convencido. - mostrei a lingua. - Ninguém manda arrumar de qualquer jeito e ainda deixar a mala aberta.
- De qualquer jeito? Tava tudo dobradinho.
- Dobra de novo, você tem duas mãos para isso. - impliquei e saí. Olhei para atrás e ele estava sorrindo, impressionado com o meu desaforo. Involuntariamente eu sorri junto. Logo a Dani apareceu para ajuda-lo a arrumar as roupas novamente.
Fui para a cozinha e peguei uma maçã já que não tinha tomado café. Pedi um remédio para a minha mãe, só assim eu conseguiria suportar aquela dor de cabeça. Fiquei conversando um pouco com minha mãe e em seguida o Oscar apareceu me chamando para irmos.
Chegamos no aeroporto, que estava cheio devido á época do ano, mas dessa vez ficamos mais tranquilos em relação aos meninos serem reconhecidos, pois David estava com a faixa de disfarce e um oculos escuro. Oscar também estava com oculos escuro e um boné. Eu o reconhecia porque era meu irmão, mas para quem só o vê na TV realmente fica dificil reconhecer. Eu e a Dani esperamos David passar pela burocracia de aeroporto, enquanto Oscar o acompanhou.
Eu estava os observando, quando notei que Dani estava me olhando com um sorriso no rosto.
- O que foi? - perguntei.
- Vai sentir falta dele, né? - ela perguntou parecendo que estava advinhando meus pensamentos.
- Acho que sim. Foram só 3 dias mas o último dia me mostrou o tanto que ele é especial. Ele é tudo o que eu achava que era e mais um pouco.
- Se eu fosse você não se apaixonava por ele, não parece uma boa ideia.
- Do que você tá falando? Eu não vou me apaixonar por ele, tá doida?! Quero distancia de ter alguma coisa com jogador de futebol.
- Tem certeza?
- Claro que tenho, você viu o que eu passei com o Lucas.
- Mas ele é o David, não é o Lucas.
- Que seja, para de inventar coisa Dani. Eu hein.
Os meninos se aproximaram e demos fim áquela conversa.
- Pronto, agora é só esperar o vôo dele sair. Temos 40 minutos. Vamos comer alguma coisa, ficar muito tempo em um só lugar aumenta as chances de sermos reconhecidos. - Oscar disse.
Resolvemos ir comer alguma coisa, depois sentamos em um banco e esperamos a hora do vôo. Meu coração apertava conforme o tempo passava, pois significava que eu tinha menos tempo com ele. Oscar estava distante conversando ao celular e Dani estava trocando mensagens com alguém. David olhava para o nada, parecia cansado.
- Acorda. - estralei os dedos na frente dele.
- Não estava dormindo. Apenas pensando... - ele virou o rosto para mim.
- Pensando no que?
- Sei lá ... Em tudo. Falta 2 semanas para o jogo de estréia da Copa. O que não falta é pensamentos e preocupações.
- Verdade. Mas ei, relaxa. Vocês vão conquistar o hexa pra gente.
- É o que eu espero.
- Você podia ficar mais tempo aqui. Pelo menos ia se distrair e não pensar tanto na estréia.
- Eu não posso. Tô morrendo de saudade da minha familia, e outros motivos também me impedem de ficar mais tempo.
- Outros motivos?
- Sim. Coisa minha. Não me leve a mal, eu me diverti bastante. Mas não posso ficar mais que isso.
- Tudo bem, eu entendo.
- Me passa seu número, só pra eu ter certeza que você não vai ficar chorando o tempo todo com saudade.
- Olha que só que convencido! - dei um tapa no braço dele. - Só por isso não vou passar.
- Beleza, você que sabe. Mas vê se não fica postando foto minha no seu instagram, tá?
Eu dei uma risada.
- E você vê se não fica acabando com garrafas de vodka, já que eu não estarei por perto pra te fazer sorrir.
- Para a sua informação eu não costumo beber, ontem foi uma exceção. E você vê se não fica indo para a piscina 4 horas da manhã dizendo que é uma sereia.
Gargalhei alto, morrendo de vergonha.
- Eu disse mesmo isso?
- Disse. Você não lembra?
- Não. Lembro pouquissima coisa de ontem. Aliás, quem trocou minha roupa? Porque a ultima lembrança que tenho eu não estava de pijama, e quando acordei estava.
- Foi sua irmã. Qual é a ultima lembrança que você tem?
Lutei um pouco para buscar na memória.
- Acho que é eu tentando te puxar para a piscina e você me fazendo cair. Aliás, isso não foi nem um pouco cavalheiro da sua parte.
- Nossa, tanta coisa aconteceu depois disso ...
- Tipo o que? Me conta.
Ele ficou pensativo antes de responder.
- Você falou muita besteira, só isso. Mas quem não faz besteiras quando está bêbado, né?
- E você teve que ficar sério desse jeito só pra dizer que eu falei besteira? Aff, disso eu já sabia.
- Você é fraca com bebida, bebe um pouquinho e já perde a memória. Isso é um problema.
- Ah, para. Eu só estava me divertindo.
Ele ficou quieto de repente.
- É. Todos nós só estávamos nos divertindo ...
Uma voz anunciou que o vôo dele ia sair e nos levantamos. Oscar se aproximou e o abraçou.
- Tchau, mano. Te vejo daqui uns dias.
- Falou, Osquinha. Se cuida manim.
Em seguida ele abraçou a Dani, que o desejou boa sorte e por ultimo ele se despediu de mim.
- Tchau, baixinha. - ele se curvou para me abraçar.
- Tchau, cabeleira. - fiquei na ponta dos pés e o abracei forte. - Tenta relaxar.
- Vou tentar. Tchau! - ele acenou para todos nós e foi para o portão de embarque.
Esperamos até ele entrar e depois fomos para a casa. No caminho Oscar e Dani conversavam mas eu apenas ficava lembrando das palhaçadas de David e o tanto que eu sentiria falta daquilo. Chegamos em casa e eu fui para o quarto, liguei o notebook para checar meu email e as redes sociais. No twitter ainda tinha gente falando da foto que Oscar postou comigo no instagram dele, e por isso tinha muitos tweets mencionando meu user e o dele na mesma frase. Aproveitei e abri o twitter dele. O segui e li as ultimas coisas que ele tinha postado.
Depois de alguns minutos Dani entrou no quarto e fechou a porta. Em seguida sentou na cama e ficou de frente pra mim.
- Você sabe que não consegue enganar uma psicóloga né? Ainda mais se essa psicólogoca te conhecer desde que nasceu.
A Dani era psicóloga, e era dificil esconder qualquer coisa dela, apesar de eu ainda não saber do que ela estava falando. Por isso que eu e Oscar sempre contávamos nossos segredos para ela e pedia conselhos.
- Do que você está falando, exatamente? - fechei o notebook.
- Tem alguma coisa que você quer me contar?
Pensei um pouco antes de responde-la.
- Não que eu saiba ...
- Nem sobre o beijo?
- Beijo? Que beijo?
- O que você e o David deram ontem.
Quando ela disse isso meu mundo parou por um minuto, e tudo o que tinha acontecido na noite anterior veio á minha memória. Conseguia lembrar de cada detalhe que tinha acontecido.
- Ai meu Deus. O Oscar estava lá! Ele viu? Por favor, diz que não. - falei preocupada já imaginando o estrago que poderia acontecer se Oscar tivesse visto.
- Não, o Oscar não viu nada. Ele estava de costas para vocês e eu me certifiquei de não deixa-lo virar. Mas se não fosse por mim com certeza ele teria visto e era capaz de até ter saído briga entre os dois. Você sabe como ele é ciumento contigo, vacilou quando fez isso logo perto dele. Mas não se preocupa, o Oscar não é o problema maior ... O David estava se sentindo horrível por causa daquele beijo, dava até dó de ver.
- Porque horrível? Foi ele que me beijou.
- Por isso mesmo. Ele tem namorada, Gabi. O David é um cara diferente, ele não é do tipo que trai. Aliás ele é um devoto cristão, jamais faria isso em condições normais.
- Nossa, eu tinha me esquecido disso. Dani, eu juro que se tivesse lembrado disso eu não teria deixado isso acontecer. De repente pintou um clima forte e quando eu vi a gente já tava se beijando.
- Eu sei que você não faria isso, Gabi. Você não é assim.
- Por isso que ele estava agindo estranho no aeroporto. Estava muito quieto e perguntou se eu lembrava do que aconteceu ontem. Afinal, o que aconteceu depois do beijo? Eu só consigo lembrar até essa parte, depois eu já acordei na sala.
- Vocês deram um beijo lento mas que durou pouco. Parece que ele percebeu que aquilo não era certo e interrompeu, em seguida te disse alguma coisa. Quando vi que não havia mais risco do Oscar ver, fui até vocês e pedi ajuda dele para te levar até o quarto pois você estava bastante alterada. Nós tentamos te levar pro seu quarto mas você estava tão bêbada que não conseguia subir as escadas, então eu busquei seus pijamas e te ajudei a trocar de roupa no banheiro. O Oscar tinha ido se despedir dos amigos dele no portão, e quando ele voltou nós resolvemos colocar colchões na sala e dormir ali mesmo já que o David teria que acordar em algumas horas. Você e Oscar dormiram rápido e eu fui ler um livro já que não estava com sono. David ficava se revirando no colchão, não conseguia dormir. Ele saiu e ficou um tempo lá fora sentado. Eu resolvi ir conversar com ele. Quando cheguei lá ele estava chorando.
- Chorando? - meu coração apertou.
- Sim. Não era um choro descontrolado, mas algumas lágrimas desceram no rosto dele.
- Você conseguiu conversar com ele?
- Consegui. Ele me contou o quanto estava se sentindo culpado. Disse que estava em uma fase ruim com a namorada, mas que ainda a amava. Também falou que ele nunca traiu e o tanto que ele se sente sujo por isso.
Conforme a Dani ia contando a conversa dela com David, mais meu coração apertava. Eu sentia que tudo isso era minha culpa. Nesse momento eu me arrependia de não ter dado meu número pra ele. Eu só queria pedir desculpas, jamais foi minha intenção faze-lo se sentir assim....

*Narrado por David*
Eu já decolei em lágrimas porque meu time perdeu um jogo importante. Já decolei com o coração apertado pois fazia 6 meses que não via minha família. Já decorei com o coração partido devido á alguma briga com alguém que eu amo. Mas nenhum desses vôos se compara com esse. Pior que um coração partido, é um coração indeciso que se sente culpado.
Coloquei meus fones e tentei escutar alguma música que me fizesse sentir melhor. Coloquei no modo aleatório e a primeira música que tocou foi I'm Not The Only One do Sam Smith mas parecia que todo som ecoava o quanto eu era culpado por aquele beijo. Tirei os fones e resolvi ler um livro, afinal eu precisava manter minha mente ocupada durante a viagem, pois se ouvisse meus pensamentos iria enlouquecer.
Eu e a Sara estávamos enfrentando uma péssima fase. Talvez a pior fase em todo esse tempo de namoro. Mas eu nunca fui o tipo de cara que desiste assim das coisas, eu prometi pra mim mesmo e para ela que eu iria fazer o impossível para durar. Mas as nossas brigas estavam se tornando tão frequentes que eu me achei em uma posição de rendição, como se eu já estivesse cansado de lutar e simplesmente me deixei acostumar. Não consigo descrever exatamente o que estava acontecendo no meu coração, mas eu havia me acostumado, e isso não é bom. Uma vez li que se a gente se acostuma a deixar sempre as cortinas fechadas, acabamos nos esquecendo de como é lindo o raio de Sol, pois ele deixa de se fazer presente dentro da nossa casa. E era assim que eu estava me sentindo agora, como se eu e a Sara tivéssemos brigado tanto que não lembrávamos mais de como era aquele amor puro, aquele amor saudável que deu inicio ao nosso relacionamento. E agora eu questionava se essa certo insistir em consertar   algo quebrado em tantos pedaços. Foi um erro, sem dúvidas. Mas foi um erro que eu não tenho certeza se estou arrependido, e essa é a pior parte ...

Notas Finais

Eaí, gostaram? Então gente, é o seguinte: os 3 próximos capitulos, já estão escritos, e minha meta era postar capítulo novo de 3 em 3 dias, mas para incentivar os comentários agora só irei postar quando tiver 5 comentários. Eu sei que tem mais que 5 pessoas que lêem, e infelizmente terei que força-las á dar opinião sobre o capitulo. Desculpa, mas só pedir para comentar não está adiantando e eu preciso saber o que estão achando. Então quando tiver 5 comentários eu posto o próximo capitulo (no intervalo de 24hs pelo menos).
O que acharam desse capitulo? Continua?

O meu meio irmão Onde histórias criam vida. Descubra agora