Uma nova jornada

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Gabi P.O.V

- Ai meu Deus, onde será que foi parar o meu ajudante? - falei ao entrar no quarto e ver uma das caixas com apenas uma brecha aberta, de onde saia alguns cachinhos loiros. - Logo agora que eu preciso dele, ele some. Olha só a bagunça que ele deixou no quarto! Agora vou ter que arrumar tudo sozinha.

Me aproximei da caixa, podia-se ouvir um riso doce e abafado vindo de dentro dela ao me ver fracassar na tentativa de levantá-la. Logo o dono desse riso pulou para fora da caixa, gritando um "Bu!" e eu fingi levar um susto, enquanto ele gargalhava da minha reação. Não pude deixar de rir junto com aquela risada boba.

- Achei que eu tinha perdido você em algum lugar. - falei cruzando os braços. - Procurei até no meu bolso.

- No bolso?! - ele gargalhou, provavelmente pensando no tanto que a mãe era boba em pensar que ele cabia em um bolso.

- Sim, no bolso. - respondi. - Mas agora me ajuda a terminar de empacotar as coisas, temos muito trabalho pela frente.

Ele saiu da caixa e começou a me ajudar, me entregando as roupas já dobradas para que eu colocasse nas caixas.

Estávamos empacotando coisas há horas, apenas roupas e objetos, já que a nova casa já vinha mobiliada. Nada muito complicado. A parte mais difícil era fazer Nicolas ficar concentrado, já que qualquer coisa era motivo para ele se distrair e transformar aquilo em uma brincadeira, atrasando nosso trabalho. Eu, como grande mãe coruja, não conseguia ficar brava (nem mesmo quando ele achou um pote com giz de cera e começou a desenhar nas paredes enquanto eu atendia o telefone). Tudo o que conseguia era entrar na brincadeira dele e rir junto. Aliás, existia alguma coisa naquele garotinho de cachos dourados que não me deixava encantada?

- Olha mamãe! - ele me mostrou um album que estava aberto em uma foto de quando eu estava grávida dele. - O neném! - ele pontou para minha barriga na foto.

- É, mas esse neném não é o que tá na minha barriga agora, é outro. Sabe quem é ele? - ele balançou a cabeça. - Você! - apertei a ponta de seu nariz e ele riu.

Eu o puxei para perto de mim e beijei seu rosto, mas ele me afastou, colocou as mãozinhas em meu rosto e me deu um selinho demorado enquanto fechava os olhos com toda a força.

- Posso saber o que está acontecendo aqui? - David perguntou com os braços cruzados ao entrar no quarto e ver aquela cena. - O que você pensa que está fazendo, mocinho?

- Beijando, ué. - ele respondeu como se fosse a coisa mais óbvia do mundo e eu ri.

- Eu tenho ciúmes, sabia? - David disse. - Sabe quem é essa mulher bonita que você beijou?

- A mamãe. - ele respondeu.

- Ela é sua mãe mas também é minha esposa. Aliás, posso saber porque a senhorita está fazendo esforço? Cadê a dona Rosa?

- Amor, eu estou grávida e não doente. - respondi. - Ainda posso fazer as coisas.

David era super protetor, e isso só piorou agora que eu estava prestes á entrar no oitavo mês de gestação.

- Para de ser teimosa! Anda, levanta desse chão! - ele pegou em meu braço e me fez levantar.

- Eu só estou colocando roupas dentro da caixa. Isso não vai me fazer perder o bebê. - levantei. - Aliás, porque você demorou tanto voltar pra casa? Você disse que era rápido, mas passou o dia quase todo fora.

- Eu achei que era rápido, mas tinha um monte de papelada pra assinar, contratos pra ler e etc.

- Não é possível que você precise de um dia quase todo pra assinar papéis.

O meu meio irmão Onde histórias criam vida. Descubra agora