Batom vermelho

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Notas do Autor

Voltei!
Me perdoem pelo sumiço. Eu viajei e não tive tempo de escrever.
Morri de saudades de vocês, e graças a Deus consegui bolar alguma coisa pra atualizar aqui.
Espero que gostem!



O trauma dos atentados em Paris foi aos poucos superado. Não que agora eu não ficasse completamente paranóica sempre que uma das crianças não estava comigo, ou que qualquer barulho alto não fosse capaz de levar meu coração á mil. Mas agora pelo menos não saíamos de casa apreensivos, como se á qualquer momento aquele episódio fosse se repetir. O medo não nos aprisionava mais.

Nossas vidas voltaram ao normal. David estava em uma ótima fase no time, Nicolas terminou seu primeiro ano na escola, comemoramos o aniversário de 3 anos de Benjamin e Manu se destacava nas aulas de balé, mostrando ter nascido para dançar e contrariando a opinião de David que ela estava no blé só pra realizar um sonho que eu tinha quando era pequena.

- Parabéns, princesa! Você estava linda no palco. - disse David ao abraçar Manu. - Estou orgulhoso de você. - ele beijou seu rosto.

- Você viu, mamãe? - ela me perguntou esperançosa com os olhinhos brilhando.

- Claro que vi, meu amor. Não desgrudei os olhos de você um minuto, você dançou muito bem. É a melhor bailarina que já vi. - sorri para ela.

Manu acabara de se apresentar pela primeira vez em um espetáculo de dança que acontecia todos os anos, sempre próximo do Natal. O lugar estava cheio de pais babões na plateia com suas cameras e celulares prontos para registrar cada movimento e suas pequenas, que deram um show de fofura no palco.

Foi difícil manter os meninos quietos durante a apresentação. Afinal, aquilo podia ser lindo para nós, mas para eles era a coisa mais entediante do mundo.

- E pra onde a gente vai agora?! - David perguntou.

- Brasil! - os três responderam em uníssono e super empolgados.

- Quem chegar por último no carro é a mulher do padre! - David os atiçou e logo eles saíram em disparada para o estacionamento, enquanto eu desesperadamente gritava para terem cuidado.

- Se algum deles se machucar, eu machuco você. - ameacei David.

- Uuuuh que medo! - ele riu.

Fomos para o carro (que tinha sido trocado por uma minivan devido ao fato de termos 3 crianças que exigem mais espaço que um carro comum) onde Raul nos esperava para nos levar ao aeroporto.

Era semana de Natal. David estava de férias e as crianças já sabiam que quase sempre nosso destino era o Brasil. Visitaríamos a vovó Regina com o papai, e depois, quando ele tivesse que voltar para Paris, iríamos passar  mais alguns dias na casa da vovó Sueli. Ás vezes essa ordem mudava e íamos passar o Natal com minha mãe, o que dava motivos para dona Regina encher a cabeça de David dizendo o tanto que a esposa dele era ruim por afastá-lo dela nessa data tão especial. Digamos que eu já tinha me acostumado com suas paranóias.

Fomos para o aeroporto e as criançasa estavam agitadas no carro. Elas sempre ficavam mais agitadas quando David estava conosco, porque obviamente, ele era o mais criança e liderava a bagunça. Eu sabia que toda aquela agitação resultaria em horas de sono durante o voo, então nem me preocupei em fazer que ficassem quietos.

Raul nos ajudou a levar as malas e ao mesmo tempo levava Benjamin nas costas. Ele parecia não se importar. Gostava das crianças tanto quanto elas gostavam dele, por mais que elas o fizesse de cavalinho o tempo inteiro.

Logo Benjamin resolveu sair para correr com Nicolas.

Depois de pesar as malas nos despedimos de Raul e fomos para o portão de embarque. Fomos parados algumas vezes no caminho para que David pudesse tirar foto com fãs, mas conseguimos chegar.

O meu meio irmão Onde histórias criam vida. Descubra agora