Gabi P.O.V
Depois de uma noite de muito choro com a partida de David, as crianças haviam dormido comigo na nossa cama. Benjamin foi o que mais deu trabalho. No início ele não entendeu muito bem o porque dos irmãos estarem chorando, mas assim que viu David pegando as malas, reconheceu a cena. Sabia que quando ele saía com as malas demorava voltar, então abriu o berreiro.
Foi doloroso assisti-lo com os braços estendidos para David e chorando enquanto gritava pelo pai, mas eu não me deixei levar pela emoção. Aliás, não era a primeira vez que passávamos por aquilo. David partiu visivelmente abalado por ter que deixar as crianças mais uma vez naquele estado, mas Manu e Nicolas foram fortes e não choraram mais. Ao invés disso, eles tentavam me ajudar a acalmar Benjamin, que ainda era muito pequeno para entender e queria a qualquer custo ir com o pai.
Depois que David partiu, o clima em casa não era o mesmo. Apesar de não ser tão tarde da noite, as crianças não estavam nem um pouco com aquela animação e energia que eles geralmente tinham. Manu e Nicolas estavam mais calados e não queriam fazer nada, enquanto Benjamin, entre os soluços, pedia o pai.
Meu coração também estava apertado por me imaginar sem David por 1 mês inteiro. Essa tarefa nunca era fácil. Mas eu precisava ser forte para acalmar as crianças, e depois de insistir muito, consegui fazer com que eles aceitassem assistir um filme. Isso acalmou Benjamin, que logo dormiu, e distraiu Manu e Nicolas. Quando os três finalmente dormiram, ali pertinho de mim, eu tirei alguns minutos para admira-los enquanto acariciava seus rostos. Deixei algumas lágrimas caírem quando meu coração apertou ao pensar no tanto que eu amava cada um deles. Logo depois eu caí no sono também. Afinal, o mês sem David estava apenas começando...
[...]
Acordei cedo no dia seguinte. Dani estava vindo para Paris nos visitar, junto com um primo nosso, e eu precisava ir para o aeroporto recebê-la.
Assim que acordei, desliguei o despertador imediatamente para não acordar as crianças. Eles se mexeram na cama, mas o único a acordar foi Benjamin, que logo se sentou e procurou por mim. O quarto estava um pouco escuro pois as cortinas impediam que a luz entrasse, então liguei o abajur pra ele enxergar melhor.
- Bom dia, meu amor. - falei, o ajudando a chegar até mim sem acordar os irmãos.
- Cadê o papai? - ele perguntou esfregando um dos olhos assim que sentou em meu colo.
- O papai não está. - respondi tirando o cabelo de seu rosto e dando um beijo nele em seguida.
- Ele vai voltar?
- Vai sim. - sorri.
Ele se conformou com a resposta e resolveu deitar novamente. Eu fiz cafuné em seu cabelo para ajuda-lo a dormir e logo ele já estava dormindo.
Assim que ele dormiu ouvi meu celular vibrar. Imaginei ser a Dani, mas era David. Peguei o celular e saí silenciosamente do quarto.
- Oi amor. - falei depois de cuidadosamente fechar a porta e me afastar um pouco.
- Bom dia meu anjo. - ele respondeu com uma voz cansada. - Te acordei?
- Não, e se tivesse acordado não teria problema. Como foi o vôo?
- Foi tranquilo, eu só estou cansado. Não consegui dormir direito, passei o tempo todo com a imagem das crianças chorando na cabeça... Eu já devia estar acostumado, mas nunca é fácil.
- Eu sei que não, mas quero que você tenha em mente que a culpa não é sua. Eles são crianças, e nenhuma criança quer ficar longe do pai por tanto tempo. Eles não te culpam, pelo contrário, choram porque te amam. Então você também não deve se culpar.
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O meu meio irmão
RomansaSinopse: Gabi, apesar da pouca idade, já atrai a atenção de todos por sua beleza. Irmã de um jovem jogador famoso, tem uma confusão de sentimentos quando conhece o amigo do irmão, também jogador. Com um irmão mega ciumento, será que é uma boa ideia...