Prólogo

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    Hoje era o dia mais triste da minha vida, recebi insultos na escola e quebraram meu brinquedo favorito que mamãe me deu. Agora, subindo o elevador do prédio onde moro e abrindo a porta de casa, reparo na linda e melódica música que toca enquanto mamãe e papai dançam, como de costume para lá e para cá, meu ponto de paz depois de um dia conturbado no jardim de infância. Caminho para o centro de casa e mamãe vem em minha direção sorridente.
   — O que foi querida? — me olha nos olhos e eu já estou caindo no choro.
   — Eu não fui responsável e deixei que quebrassem o brinquedo que me deu — observa o brinquedo nas minhas mãos e recebo um abraço de mamãe e papai.
   — Não se preocupe, amanhã compraremos outro, sim? Agora vamos tomar um banho que foi o papai quem fez a comida.
   — Legal! — corro para as escadas ouvindo a risada de ambos. Nossa noite terminou assim, a comemos e falar de filmes e brincadeiras que poderíamos fazer antes de eu ir dormir. Estava ansiosa para ir com mamãe comprar meu brinquedo e foi fácil dormir para que chegasse logo esse dia. 

*

   — Mamãe quando chegarmos em casa o papai vai ficar surpreso demais.
   — Você vai entregar para ele?
   — Sim — naquela noite chuvosa mamãe dirigia por uma estrada devagar enquanto eu brincava com a linda boneca que acabara de ganhar e foi assim que tudo acabou, a minha vida por completo acabou.

  Naquela noite eu deixei a minha linda boneca cair no chão do carro e eu não conseguia pegar por estar na cadeirinha, eu me acabava de chorar e então minha mãe mesmo no volante tentou-a pegar para mim, eu fiquei observando enquanto ela apalpava o chão e dirigia, quando a mesma pegou para mim, assim que ela voltou para o volante acabara de desmaiar. Lembro que um caminhão veio e bateu no carro do lado do motorista, minha mãe entrou na emergência às pressas, eu tinha apenas fraturas consideráveis leves perto das dela, meu pai tinha chegado às pressas no hospital e eu não entendia nada. Neste dia perdi minha mãe, além de ter perdido sangue ela tinha um câncer incurável, que naquela noite tinha chegado ao limite do seu estágio, o que meu pai não contou nem ela, pois eu nunca entenderia. Então só agora entendo como eles viveram intensamente, ela não tinha mais tanto tempo de vida, não havia como curar o câncer, eu entendo agora porque as tardes de filme, as noites d

    É, por mais que eu era uma pequenina de seis anos me lembrava, eu não sabia que no dia seguinte, eu não só ganharia a nova boneca, como perderia algo de extremo valor, não veria mais a dança, não ouviria mais a música e a partir daquilo, eu perderia uma boa parte de mim, Angel Cooper.

Destinados - Um Começo Para O Fim - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora