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  Beijos calmos enquanto estamos ainda na porta do seu quarto, suas mãos a segurar a minha, eu a sentir milhões de coisas ao mesmo tempo, indo do medo a sensações embaraçosas nunca sentidas na minha vida, quantas vezes ele já fez isso? Minhas mãos encontram seus cabelos curtos, ainda espetando e fazendo cocegas nas minhas mãos, mas a sensação de esfregá-las em sua cabeça é boa, as suas estão dentro da minha blusa que foi retirada logo que nos separamos para respirar, olhou nos meus olhos, seus lábios vermelhos pelo contato com os meus. Só então me segurou pela cintura e entramos em seu quarto, fechou a porta e juntou novamente nossos lábios e ao sentamos na cama me separo dele.
  — Elina por che...
  — Ela só chegará a tarde de amanhã — Carl levanta e tira sua blusa, isso realmente vai acontecer, volta e agora nossos peitos estão juntos em uma batalha de quem está mais eufórico, troca nossas posições me deixando por cima, sentada em seu colo, me abraça para si, intensificando nosso contato, sinto quando o sutiã desprende de mim, então nos separamos grudando nossas testas, respirando pesado demais, seus olhos foram para meus ombros onde suas mãos retiram as alças da peça, olho para cada coisa que faz, mas o barulho de um motor e os faróis nos chama atenção. Olhamos os dois para a janela e depois nos olhamos. Volto a colocar o sutiã e seguro na blusa, enquanto Carl coloca a sua, me puxa para um beijo e saio do seu quarto para correr ao meu, quando fecho a porta do meu quarto a de baixo é aberta, ainda eufórica estou na porta encostada quando ouço as botas do meu pai, não era para ele chegar hoje? O que houve? Me pego a olhar o teto pensando em momentos antes, como aquilo iria acontecer? Me olho no espelho vendo meu estado de vergonha, estou vermelha e sem blusa, o que eu iria mesmo fazer? Como vou o olhar amanhã?

  Ao acordar mais cedo e procurar uma roupa para o colégio, eu achei os remédios antigos, eu ainda não os joguei fora, isso mostra que a qualquer recaída, eu posso tê-lo, quando eu chegar da escola os jogarei fora. À porta é batida e logo aberta, é Carl.
  — Bom dia — me puxa para um beijo — pronta? — concordo e seguro na bolsa fechando a gaveta para não ver que não joguei fora os remédios. Descemos a escada e Carl vai à frente, ouço suas saudações ao meu pai e ouço também voz de Elina. Arrumo minha blusa ao meu corpo e entro também na cozinha.
  — Bom dia — todos respondem e me sento a mesa assim como todos estão. Acabo por só olhar minha comida e mexer no prato, se qualquer coisa bater no meu estômago eu vomito agora mesmo. Está tudo embrulhando apenas com o cheiro e eu não consigo comer.
  — Angel está bem? — Elina pergunta e vejo que todos me olham.
  — Estou apenas enjoada — olho para ela.
  — Tem certeza? Percebi que você não está comendo direito ultimamente — engulo em seco.
  — Sim — sorri para ela. — é só enjoo mesmo.

  Eu e Carl nos encaminhamos para fora de casa e ele entrou em seu carro, fiz o mesmo me sentando no banco jogando minha cabeça para o vidro. Observo tudo passar e minha cabeça continua a girar e o mal-estar me matando. Percebo também que Carl não falou nada desde o pequeno-almoço e, além disso, não mostrou nenhuma emoção. O olho e parece sério, pensativo.
  — Pensa em que? — recebo um grande silêncio, mas contínuo o observando o vidro do seu lado está baixo fazendo ele colocar seu braço ali e apoiar seu dedinho sobre seu lábio. Impaciente volta com suas mãos ao volante e me olha.
  — Nada de mais — me olha torcendo os lábios. Não me convence, mas o deixo quieto, até porque preciso fechar os olhos e tentar relaxar, não quero vomitar aqui.

  O dia foi assim, as aulas passaram e na minha cabeça nada entrou, Miguel falava eu concordava mais não entendia. Meu dia foi resumido em pensar que eu posso estar piorando a cada dia e que eu preciso de um tratamento, foi resumido em pensar porque tenho tanto medo de ir ao hospital. Talvez porque eu tenha medo da resposta, que eu já sei qual será.
  — Amiga — Fernanda chega perto — está tudo bem? Percebo que nas nossas aulas juntas você não estava lá, pensava em algo. Aconteceu alguma coisa com você? — a olho e tento conter minhas lágrimas. — Megan estava fazendo fofocas com suas amigas, ouvi elas dizendo que você e Carl brigaram? - olho confusa para Fernanda, não era nada disso, como os outros gostam de aumentar o que não sabem!
  — Eu estou doente — Fernanda arregalou os olhos, alguns minutos foram o suficiente para abaixar o olhar e tomar um choque — e preciso me tratar, tem cura, porém, de anos e isso me dá muito medo, ainda mais, de não conseguir a cura, eu tenho medo da cura Fernanda! Quando eu deveria estar feliz por ela. — Fernanda se vira para frente passando as mãos nos cabelos me olha e suspira, Miguel chega logo em seguida, mas não o conto.

Destinados - Um Começo Para O Fim - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora