Eu e Elina andávamos pelo Centro conversando sobre seu casamento e os planos que tinha, me disse como tudo está pronto e lindo, e que não só me chamou para um dia de mulheres comum, me levaria para ver meu vestido de madrinha e o seu de noiva, fiquei surpresa, porque até então, não havia me contado sobre tal e nem sabia que era tão especial para me trazer aqui.
— Mas Elina — paramos de andar quando chegamos na frente da loja — por que eu? Poderia muito bem trazer sua irmã ou sei lá, alguém da sua família — olho meus pés — alguém especial para ver seu vestido — ouço sua risada e a mesma levanta meu queixo.
— Você é especial para mim Angel — passa a mão em meus fios — uma menina de ouro, faz tempo que planejo esse passeio com você, mas infelizmente, não tenho tempo — começamos a andar de novo — os trabalhos estão cada vez mais puxados e mais pacientes doentes — torce seus lábios.
— Elina querida! — Um rapaz de cabelos loiros cortados, calça verde neon, uma blusa preta com um cachecol roxo no pescoço, caminhou até a gente — mulher, se tu não ficares bem naquele vestido, não sei quem mais ficará! — ambos se desfazem do abraço.
— Pietro, essa é Angel — o rapaz me olha e estende sua mão com um sorriso radiante de dentes alinhados.
— Prazer — seguro sua mão.
— O prazer é meu, querida — me diz quando beija minha bochecha e o encaro. — Mas quem é você? Nunca lhe vi e nem ouvi falar da mesma — diz sorrindo e vejo que Elina olha os vestidos nos deixando a vontade.
— É filha de Daniel, Pietro — ouço sua voz — e finalmente, uma namorada para Carl — meu coração acelera com a sua última frase e engulo em seco.
— É-É somos só amigos — me bato pelo fato de gaguejar.
— Há, mas eu pensava que ainda iria arrancar um pedaço daquele garoto — Pietro começa a andar — vem, me acompanhem — a partir daqui, não consegui mais pensar direito, Elina sabia sobre eu e Carl? Ou era apenas uma armadilha? Não sei se planeja algo, mas não posso arriscar, ela já sabia?Espero a mesma a sair do provador junto a Pietro, como minhas unhas de nervoso, mas não é para ver seu vestido, na verdade, 50% do nervosismo era, a outra metade, era sobre os pensamentos de ela ter descoberto tudo. Sei que não é certeza, mas não ignoro o fato de Daniel pirar com o acontecido, ainda mais se eu estou escondendo isso sobre o seu nariz.
— E ai Angel, como está? — posso dizer que tirou as palavras da minha boca e me afastou dos devaneios que estava tendo sobre a suposta surra que tomaria.
— Não sei se deslumbrante é muito para você, mas é a palavra certa agora — sorri largo. — Está linda! — Realmente, está linda.
— Obrigava — disse de um jeito meigo, Elina poderia ser tudo e mais um pouco, mas sei que esse é seu jeito sincero, não tem sarcasmo, deboche ou algo do tipo.Caminhávamos quietas um do lado da outra só trocamos palavras depois que saímos, quando combinamos que iríamos ver meu vestido.
— Hum! Esse café é muito bom — limpo minha boca com o guardanapo, e a encaro — por que está me olhando assim? — olho seus olhos.
— Por que acha que estou te olhando assim? — parece ter um ar brincalhão.
— Como descobriu? — não tenho mais dúvidas, e depois do seu sorriso sacana, aí que eu não tenho mesmo.
— O jeito que se olham, a maneira que cuidam um do outro, desde Nova York — desde Nova York? — Carl está tomando os remédios — foi uma surpresa, porque até então sabia que não se cuidava, até discutimos sobre isso — Carl não luta mais como lutava antes. Sei que sai algumas noites, mas todos nós temos recaídas às vezes.
— Daniel...
— Não contei ao seu pai. Ficaria pirado! — Ri-se e me olha — mas não sou contra. O ajudou e está o ajudando, meu Carl esta voltando aos poucos querida. Sei o quão importante ele é a você.
— Vocês são — a corrijo e não pude não notar sua surpresa — fazem parte de mim — saí como um sussurro, mas a mesma ouve pelo simples fato de segurar minha mão posta a mesa.
— Angel, é uma menina de ouro, gosto muito de você. Pode ficar tranquila que Daniel não saberá. Ele nem imagina que vocês têm algo.
— Isso é bom — suspiro.
— Vamos ver o seu vestido e passar no salão de beleza, preciso fazer um novo corte — sorrimos e caminhamos para fora do café depois da conta paga.Paramos em frente ao salão de beleza e me olhou sorrindo, sei que me trouxe aqui não só pra mexer nos seus cabelos, olhando para o cabeleireiro respiro fundo, uma nova etapa? Vamos se dizer que fico com um pouco de receio de mexer em meus cabelos, faz tempos que não mexo nas madeixas e sinto que hoje é o momento de mudar um pouco a mesma aparência que tenho desde meus dez anos. Elina havia cacheado seus cabelos, e eu, tomo coragem para dar permissão para o cabeleireiro aparar minhas pontas. Depois de feito, meu coração ainda está acelerado, algumas luzes louras estão espalhadas pelos meus cabelos e isso deu um ar vivo para ele. Eu e Elina voltamos para casa e o que acho incrível é sua capacidade de achar assunto em tudo, me conta da vida de uma das suas cantoras preferidas e não pude deixar de notar o gosto musical do Carl, é inspirado em sua mãe e pelo que me disse uma das maiores influências musicais para Carl, era Loren. Sua irmã amava o gênero musical antigo, o que fez o pequeno assistir performances de muitos cantores. Elina disse que ouviu apenas três das músicas do filho e só viu dez das suas obras. Vamos se dizer, que Carl é bem reservado com esse tipo de coisa, uma vez que também só via pouca coisa das suas obras, nunca me mostrou uma letra completa e nem me deixou ir afundo no seu estúdio de arte. Nunca vi nenhuma das suas fotografias e nem sei como se sai como fotógrafo, acho que é insegurança de não ser algo profissional. Mas muitas vezes é apenas por hobbie.
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Destinados - Um Começo Para O Fim - Livro 1
RomanceUma menina apaixonada pela arte, ama ler e adora se perder em universos de personagens fictícios. Espalha gentileza por onde passa, mas o que as pessoas não sabem é que por trás de cada sorriso existe um lágrima pesada, de culpa e de medo. Angel per...