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     Angel

    Enquanto Carl dirige e conversa normalmente com Elina, apenas observo os lugares desse condado, desde que cheguei aqui, não tive tantas oportunidades de visitar o lugar, aliás, os dois primeiros meses, passei viajando, conhecendo outros. Acho que nada de ruim aconteceu a mim, por conhecer essa família, aliás, sofri um pouco em deixar minha casa, quem gostaria de sair do lugar que cresceu e tem ótimas lembranças? Essa família me proporcionou conhecer dois lugares maravilhosos e me fez aprender coisas ótimas. Nos últimos cinco meses que se passaram, conheci dois amigos, e tenho um namorado que nunca pensei ter. Temos altos e baixos, mas que casal não tem? Mesmo nossos pais não sabendo.
   — Para onde iremos? — resolvo cortar o silêncio que se instalou a um tempo.
   — Iremos a um bar, levava Carl quando era pequeno lá, porque ele ama karaokê e sinuca, conheço muitos amigos que hoje querem conhecer esse homem maravilhoso que se tornou — Elina diz de uma certa forma, cheia de orgulho de seu filho. Agora entendo porquê Loren não queria lhe desapontar perante Carl.
   — Não se preocupe Angel. Lá eles dão bebidas sem álcool — Carl tem uma voz brincalhona.
   — Hahaha pra você — lhe olho pelo retrovisor e o mesmo ri.

    Quando chegamos, já passava das nove e olhando bem o lugar, é tão acolhedor que não parece um bar, tem maquinas de karaokê, sinuca, um pequeno palco e o bar. Elina se divertia entre seus amigos, nunca a vi dessa maneira, parece realmente uma adolescente a rir de piadas sem graça, agora entendo porquê Carl me conta piadas sem graças que apenas ele ri e dou risada da sua risada. Por uma vez, está nós três reunidos a ri-se de coisas aleatórias sem brigas, e posso tomar uma bebida sem meu pai pegar no meu pé. A minha atenção foi embora, quando senti a mão de Carl entre minhas coxas, engulo em seco e o olho para o ver encarando normalmente um homem que se não me esqueço se chama Bart, a dizer algum acontecimento seu, suas mãos subiram mais encostando em meu lugar sensível, e automaticamente minhas pernas se fecham, seu contato está um pouco difícil pelo jeans, mas mesmo assim consigo sentir. Tiro suas mãos de minhas pernas, recebendo um aperto nas coxas antes de ouvir seu nome ser pronunciado por todo o bar e nossa atenção ir ao palco.
   — Hoje é aniversário de uma pessoa muito especial, que cresceu entre nós, e hoje se torna um homem — todos gritam em coro e levantam seus copos cheios de cerveja. — O vimos muitas vezes jogar e cantar conosco, sempre sem perder seu jeito e brilho é com muito carinho que chamo hoje aqui, nosso pequeno Carl. — A mulher que aparenta seus cinquenta anos, de cabelos longos e loiros sorri para o rapaz indo em sua direção. — Cantem comigo — o parabéns iniciou e todos nós cantamos em alto e bom som.
   — Muito obrigado — a voz fez todos calarem.
   — Vozeirão em — alguém aleatório gritou fazendo o sorriso aparecer. Carl segura um violão que tem ao seu lado e esse momento fez todos se sentarem. Iria cantar uma das suas composições? Se eu disser que sonhei com esse momento, mas não definitivamente como esse, acreditaria? Os primeiros acordes foram soados, e parecia algo sofrido.
   — Acordei sozinho neste quarto de hotel, brinquei comigo mesmo, onde você estava? Voltei a dormir, fiquei bêbado ao meio dia. Eu nunca me senti menos legal — olho para ele e penso em como pode ser uma pessoa tão fria. É apenas sua escolha, Loren disse que mudou de um dia para o outro, mas mesmo assim, ainda há coisas por trás, por mais que ela tenha descoberto, não disse e Carl, pode ter me dito a verdade mais se não foi a verdade verdadeira? Se minha memoria não é vaga, ele me disse que essa música falava de Lizzie. O que me fez prestar atenção, não por ciúmes, mas no sentimento que ele transmitiu, não foi ódio, nem rancor. Era apenas um sentimento que ficava no ar, era como se mesmo ela tendo dilacerado seu coração, ele mantinha ela como uma coisa boa que poderia ter acontecido. Era como se ele deixou o tempo levar todo ódio que ele estava sentindo por ela, embora. 

    Nos divertimos muito a noite, e quando voltamos, cantamos parabéns para Carl, junto a Liam e Conan, Carl se divertiu essa noite, era tudo que eu e Elina planejamos, foi seu primeiro aniversario comemorado, depois do último, e percebi não só agora, mais que está deixando aquela ferida cicatrizar, aquela que sempre o machucou, por saber de Loren e seu passado. Hoje foi seu terceiro aniversário sem ela, o último aniversário que ela participou ele tinha dezessete, não parece triste por comemora-lo.


Destinados - Um Começo Para O Fim - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora