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    Carl


    Angel me olha, os olhos vermelhos começaram a jorrar lágrimas descontroladamente, não demora para soluçar, a abraço e me puxa para perto, ouço seu coração bater rápido e sinto as lágrimas escorrerem pelo meu pescoço.
   — Está tudo bem, ok? — a mesma parece em choque e a olho vejo o medo nos seus olhos, a deito novamente na cama e me sento ao seu lado, vejo que Elina e Daniel estão a porta, preocupados e cansados, Angel deita sua cabeça sobre minha coxa e a cubro com o lençol. — Fico com ela, não se preocupem — digo aos dois adultos a minha frente e um pouco relutante, ambos voltam ao quarto.
   — Foi tão r-ruim — ouço sua voz calma, falha e rouca. — Tão real.
   — Agora já passou, tenta descansar — passo a mão nos longos cabelos, sinto que aperta minhas coxas com seus dedos, está a chorar novamente, não sei como agir, não quero perguntar o que sonhou, não sei o que falar.
   — Estou com medo — vejo que aperta seus olhos — a sensação não me abandona, é como se todo momento eu estivesse a morrer, não quero Carl — me olha nos olhos — sinto que vou perder a cabeça — soluça — é como se. É uma pressão — diz e a paro, o desespero está nos seus olhos, se senta e parece que está tendo um ataque.
   — Angel calma! Me olha nos olhos! — tenta respirar, com os olhos arregalados prende meus pulsos com suas unhas,  aquilo está me deixando desesperado, não sei o que fazer e não sei se chamar Daniel será boa ideia, suas mãos logo foram em direção ao pescoço — Angel não! — seguro suas mãos para tentar tira-las de lá, está se sufocando, mas não sei aonde ela havia arranjado forças. Puxo suas mãos para mim e a deito, me olha e ainda tenta puxar o ar — calma, tenta respirar, Angel me olha! — aos poucos sinto que os impulsos vão indo embora, seus olhos parecem menos assustados, os soluços se foram e quando me sinto confortável a solto, a mesma ainda olha para cima, agora para o teto, pasma. Vejo novamente as lágrimas e um soluço é solto, percebo as unhas na carne das palmas das suas mãos, o modo que prende os lábios entre dente, está a se machucar?
   — Angel — me olha de soslaio e se vira para a parede, respiro fundo e deito junto a menina, seu corpo se aproxima do meu e a agarro para mim.
   — Fica aqui comigo — num fio ouço, só nossas respirações são ouvidas no quarto escuro apenas iluminado pela pequena lâmpada ligada no criado mudo, um ursinho.
   — Não vou sair daqui.

        Angel

    Alguns dias depois

   Ando de um lado para o outro, falta poucos minutos para irmos para a igreja, nunca vi essa casa tão cheia, havia tios, tias, primos de Carl e amigos do casal, Carl havia ido junto aos padrinhos e Daniel, Anne se arruma em seu quarto e nunca a vi tão linda, eu, estou com o vestido que me deu, e não poderia me sentir mais feliz por ter entrado nele, meus cabelos longos, estão num alto rabo de cavalo e vários enfeites o deixa chamativo, confesso que ensaiei durante toda a noite andar nesse salto.
   — Você deve ser Angel — ouço uma voz feminina, olho para porta do meu quarto vendo uma loira, seu rosto me parece familiar, mas nunca a vi.
   — Olá — sinto as minhas bochechas queimarem, ela foi a única a realmente vir aqui e trocar alguma palavra comigo, as outras só me cumprimentaram.
   — Sou Chloé — aperta minha mão, sorri para ela — uma amiga da família.

   Chloé conversou bastante comigo, era a melhor amiga de Loren, devo imaginar como é perder alguém que conhece a muitos anos, é horrível e sei como é. A caminho do casamento estou mais ansiosa que Elina, ou talvez não, mas ela já fez isso três vezes, como pode está tão ansiosa? Não sei, apenas seguro o braço de Carl quando o encontro, entro com o mesmo na igreja e caminhamos para o lado de meu pai que está belíssimo, dou-lhe uma piscadela, e o mesmo respira fundo sorrindo para mim. Isso será maravilhosamente assustador.

   A música tocou, e nunca senti meu coração bater tão rápido, quando a porta se abre e a mulher aparece com um lindo buquê de rosas vermelhas olho Carl, está com um lindo sorriso, feliz pela mãe, não escondo a minha felicidade, depois dos nossos passados repletos de tristeza, todos precisávamos de uma chance para recomeçar, tive a minha, Carl teve a sua, e nossos pais estão se permitindo ter a deles, só quero que aproveitem o máximo um do outro. Já no altar, o pastor começou o casamento e todos tomam seus lugares, sinto o frio na barriga a cada palavra solta, tenho de me controlar, pois não quero desmaiar aqui na frente de todos, mas o modo que agarro no terno de Carl, como as palmas das minhas mãos soam, só não quero estragar o melhor dia das vidas de todos nós, respira Angel! Não tenha um ataque aqui.

   Depois da cerimônia e da saída dos noivos, eu e Carl estamos na festa a dançar com todos os parentes e amigos, Elina e Daniel cumprimentam todos da festa, bebo enquanto agradeço a mim mesmo por ter me controlado, a música que passa é calma e dá para ouvir bem o falatório. São duas da tarde e o jardim está lotado de cadeiras e convidados, enquanto garçons servem e pessoas dançam na pequena pista de dança, senti meu braço ser puxado.
   — Harry para onde estamos indo? — sou jogada para dentro do carro e me ajeito vendo que entra no banco do motorista, antes que pense meus lábios são atacados pelo mesmo e respondo na mesma intensidade que me aperta a si.
   — Estou com vontade de fazer isso desde que te vi sair daquele carro — diz ofegante pelo beijo eufórico — está linda!
   — Igualmente — sorri para ele — Obrigada!

Me desculpe a demora, tive problemas pessoais ❤️

Destinados - Um Começo Para O Fim - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora