— Seu aniversário é daqui quatro dias — sua voz estava em vários tons roucos, o olho e sorrio pequeno. Coloca o violão sobre o chão e vira para mim, me olhando nos olhos.
— Como sabe? — se me lembro, nunca o contei sobre tal assunto.
— Ouvi Daniel comentando com Anne — segura minha mão olhando-a. — Como gostaria de comemorar? — torço meus lábios e olho para ele, vou em busca de um beijo em seus lábios e quando nos separamos sorri.
— Não comemoro aniversário — pareceu desnorteado — por que comemoraria se estou mais perto da morte? — Carl sorri e balança a cabeça negativamente.
— Mas a morte não escolhe idade.
— Você me entendeu — reviro meus olhos, saberia que a partir desse assunto poderia ficar triste, ficamos ali quietos apenas. — Me deixa ver a letra? — olha seu caderno e parece analisar a pergunta, então me entrega e a primeira frase que vejo é, "nós não nos falamos desde que você foi embora", as letras de Carl carrega tristeza, um mistério e alguém por trás de, "As cartas sobre a mesa" é uma letra de se decifrar e fácil de saber que foi vivida, que pensou nos acordes como pensou nos momentos antes de descrever como música, e assim como outros cantores, se inspirava nos seus sentimentos. Sorri com a letra, mesmo sabendo que fala de Lizzie, sobre quem mais seria? "Acordei a menina que se parecia com você e quase disse seu nome".
— É linda! — o entrego — queria ouvir mais — segurou no caderno o guardando.
— Ainda não está pronta. — Me olha nos olhos — na verdade, todas precisam de um toque final. — Ouvimos a porta do andar de baixo ser aberta e o falatório do casal inundou nossos ouvidos, respiro fundo e me levanto.
— Então fica para outro dia — sorri pequeno e passo pela porta vendo o corredor com a iluminação amarelada, ando até meu quarto e me deparo com Daniel. — Pai? — me olhou e coçou a nuca.
— Onde estava? — não foi rude, apenas uma pergunta normal.
— Conversando com Carl — balançou a cabeça concordando e andou até mim.
— Daqui quatro dias é seu aniversário, e eu — parou a minha frente — sei que não gosta de comemorar, mas achei que não precisamos, estar brigados e, enfim, te trouxe isso — me colocou a frente um dos livros que estou querendo a muito tempo.
— Pai! — sorri largo e seguro no presente — nossa! Muito obrigado! — ainda extasiada o abraço.
— Desça para o jantar, sim? — nos afastamos e antes que me esqueça:
— Pai — me olhou — Fernanda e eu pensamos em sair no meu aniversário, tudo bem? — pareceu pensar um pouco e me olhou.
— Tudo sim — sorriu e me deu as costas, feliz e sorridente me sento a cama, abro o livro e sinto o cheirinho, é tão bom, espirro com a ação, mas não deixo de sorrir. Me arrumo para o jantar deixando o livro embaixo do meu travesseiro. Cumprimento Thomas que está na beira da escada e entro para a cozinha.
— Como se sentem tão perto da formatura? — Elina coloca os pratos juntamente a Carl.
— Para mim é algo normal, não estou tão ansioso — ver Carl falando com Elina me parece um sinal tão bom, já que não faz isso desde que entrou na sua recaída.
— Me sinto ansiosa confesso, acho que foi algo que esperei durante a minha vida inteira! — digo e a mesma sorri.
— Loren não dormiu por dois dias de tanta ansiedade, tivemos que dá-lhe muito chá — deu uma risada calorosa, e Carl pareceu sorrir também, Elina aceitou a morte da filha, mas parece que Carl ainda não e é surpreendente, deveria ser muito apegado a irmã.***
Finalmente meu grande dia chegou e eu não sei como me sinto, falei com meu pai sobre sair com Fernanda e por incrível que pareça, ele deixou! Fernanda disse que seria apenas uma noite de cinema em casal e confesso que amei, já que não gosto de comemorar, pode ser uma boa desculpa para passar um tempo com Carl, não sei o que pode acontecer daqui quatro semanas, posso ter outra recaída, ou brigar com meu pai novamente, então hoje quero aproveitar e me libertar da jaula que criei em mim mesma. Arrumo meus cabelos e vou a procura de alguma roupa, vejo um vestidinho curto preto, nunca usei e nem sei porque o tenho, mas resolvo vestir, ponho uma sapatilha igualmente preta, seguro na minha bolsa pequena com meu celular e passo o batom, me olho no espelho para ver se está tudo em ordem e resolvo sair antes que eu desista de tudo, até de mim. Estou a frente da porta a pouco mais de dez minutos, tomando coragem para a abrir, nunca me vesti assim e sei que de um outro lado há um Carl, não sei como vai reagir. Quando abro o material de madeira, vejo um senhor com skinny preta, blusa com botões abertos e sapatos, me olha dos pés a cabeça e não posso está mais vermelha que um pimentão.
— Está — suas sobrancelhas estavam franzidas, mordeu os lábios e me olhou nos olhos — fabulosa! — sorriu para mim e fiz o mesmo, com muita vergonha, mas o fiz, num passo rápido sou empurrada para dentro do quarto, iniciamos um beijo feroz, Carl com suas mãos nas minhas bochechas e as minhas na sua nuca, travamos batalhas com nossas línguas, só queria isso a muito tempo.A caminho da casa de Fernanda, Eu e Carl cantamos bandas que gostamos, falta uma semana para o casamento de Anne e isso está me deixando nos nervos, é a primeira vez que vou a um casamento e o do meu pai! Estacionando o seu carro na frente da casa buzinou algumas vezes e vimos Miguel com Fernanda, estão com uma roupa, até que um pouco exagerada para um cinema, mas não ligo.
— Aí! Feliz aniversário! — sorri para a menina no banco de trás.
— Ficando velhinha! — a voz mais grave é ouvida.
— Obrigada meninos — sorri pequeno, nunca fui muito de receber parabéns a não ser do meu próprio pai, hoje é tudo novo para mim, sinceramente e é por isso que quero aproveitar o máximo essa noite. O carro entrou em movimento outra vez e todos nós falamos de muitas coisas aleatórias, até de futebol, na qual Carl discute com Miguel o melhor jogo dos seus times preferidos, enquanto eu e Fernanda nos olhamos querendo fugir daquela discussão idiota, meu celular toca e olho a caixa de mensagens para ver que era Elina, sua mensagem me surpreendeu e não acredito no que estou lendo. Abro a pequena bolsa para ver o pacotinho azul. Tento disfarçar o quão vermelha e envergonhada estou olhando para fora do carro, foi então que reparo que estamos parado em frente a uma boate.
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Destinados - Um Começo Para O Fim - Livro 1
RomanceUma menina apaixonada pela arte, ama ler e adora se perder em universos de personagens fictícios. Espalha gentileza por onde passa, mas o que as pessoas não sabem é que por trás de cada sorriso existe um lágrima pesada, de culpa e de medo. Angel per...