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  Quando chegamos, cumprimentei todos que conhecia, e por educação, Carl fez o mesmo, até com um dos amigos de Jonathan o que me surpreendeu, parece que está disposto a está em paz consigo mesmo.
  — Hoje vamos falar de um assunto um pouco quanto delicado para aqueles que já sofreram, sofrem e não sabem como é que podemos sair dessa situação constrangedora e horrível para nosso emocional — Bryan começa e sorri. — Vamos falar do Bullying. — Levantou um boneco triste — Angel quero deixar claro que não é pelo seu relato, temos um assunto programado para cada encontro nosso, acredito que você veio no momento certo, ou não né? Não sabemos. Enfim, esse aqui é o Talles, ele vai ser nosso exemplo de menino que sofre com esse tipo de violência. Por que o bullying não é nada mais e nada menos que? Uma violência para o agressor sentir bem consigo próprio por ser superior e muitas vezes pessoas que saíram do Bullying começaram assim, a também bater em outros alunos ou outras pessoas para se sentir melhor porque também é uma vítima, fazer outras vítimas é uma maneira ótima para agressores. Quando uma pessoa passa por Bullying ela começa a ser uma pessoa como uma criança. Como assim Bryan? Vamos usar o nosso amigão Talles. Talles é vítima de bullying na escola por ser inteligente, gostar de comer e ser ótimo com esportes, o valentão o bate e insulta emocionalmente por ele ser bom em tudo o que faz, mas Talles, não é uma pessoa que gosta de receber atenção só porque se destaca em uma matéria ou, porque treina demais para se dar bem no esporte. Mas um dia, depois de uma semana dura de agressões contra ele e baixa estima por violência emocional, Talles se olha no espelho e passa a se questionar, por que eu? Começa a fazer perguntas, como uma criança, por que não paro de ser obsessivo por notas boas? Por que não paro de treinar um pouco? Por que não me dou um descanso? E ele começa também a ter pensamentos contrários, como: por que não reajo do mesmo jeito? Por que não falo como ele é burro e preguiçoso o bastante para não ir atrás das suas notas boas? O que Talles deverá fazer? — Todos estão quietos pelo simples fato de talvez não quererem as respostas deles e sim a opinião de Bryan antes que respondam algo errado, porém, surge uma resposta:
  — Deve não ligar e continuar a ser alguém determinado. — A voz rouca ao meu lado inicia e todos os olhares vêm a ele, inclusive o meu.
  — Muito bem! Como é seu nome meu jovem? — Stanley começa.
  — Carl — diz e todos sorriem.
  — Seja bem-vindo! Bom Carl, agora me diga por que pensa dessa forma?
  — Porque muitas vezes devemos mostrar as pessoas que presenciam nossa rotina que nem sempre a violência é a solução.
  — Por que acha isso? — Carl suspira e solta minha mão, suas costas se curva para frente e seus braços se apoiam nos seus joelhos.
  — Porque fui vítima do Bullying, recorri a um jeito violento para acabar com o meu sofrimento. Mas não foi porque eu sofria o bullying, estava irritado, havia acabado de entrar para a mesma escola que minha irmã, e muitos garotos mexiam comigo, porque sabiam que eu era irmão dela, a garota do oitavo ano, mas nem sempre era por isso e nunca me senti ruim de ir sempre com ela e suas amigas embora, ou que ela beijava minha bochecha, muitas vezes poderia ficar aborrecido, mas gostava da sua aproximação e não negava também o amor que sentia por ela — o modo em que fala é como, doloroso, tortuoso, intrigante e muito, muito sentimental — me batiam por não jogar futebol, por preferir música, arte e o basquete. Nunca tirei notas A, mais nunca fui péssimo aluno. Mas, cheguei a um limite que não aguentei mais.
  — Nunca falou para seus pais ou sua irmã? — Jasmine perguntou. O mesmo abana sua cabeça que não e suspira, respira fundo e olhou para todos, a um brilho presente nos seus olhos.
  — Pensa bem, ela era uma menina e eu um garoto, era melhor eu a proteger, não me interessava se era mulher, mas ser defendido por alguém que eu deveria cuidar com todo meu ser, era constrangedor e mais motivo para o bullying. Então quando eu tinha doze anos, comecei sozinho a aprender boxe e quando começaram a me insultar, os bati tanto que fui suspenso por muitos dias, minha mãe até me deixou de castigo. — Sorriu — mas eu mudei de escola, não demorou muito para iniciar tudo, e eu ser alguém muito temperamental.
  — Eu sinto muito por sua irmã — Bryan começou e percebi que ele percebeu a comoção de Carl perante Loren. — Matthew perdeu sua irmã no acidente também e gostaria que todos batessem palmas pela coragem e atitude de Carl de nos contar algo tão doloroso e pessoal. Parabéns! — O mesmo sorriu e todos agradecemos. — Quero todos aqui amanhã, para continuamos nossa conversa e compartilhamos nossos relatos. Carl esteja à vontade para comparecer conosco, és bem-vindo! Amanhã às 9h!

  Dentro do carro respiro fundo soltando o ar, o olho e ele parece pensativo. O carro é ligado e fomos para casa em silêncio, enquanto Dreams de Fleetwood Mac passa na rádio. Agora conheci a história por trás do ringue que lutaria hoje à noite e confesso que amanhã senti vontade de contar como era a minha história, assim como disse que contaria hoje, mas acho que não era o meu dia. O olho e vejo que parece leve.

Destinados - Um Começo Para O Fim - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora