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  — Irá participar comigo do grupo de apoio? — Carl parece pensativo enquanto saboreia seu gelado. — Vamos lá, é a mesma coisa que uma palestra, na verdade, uma mini palestra, onde todos compartilhamos, você não é obrigado compartilhar, mas me fará sentir melhor — O mesmo me olha e suspira.
  — Tudo bem — Como? Simplesmente assim? Fácil demais!
  — Sério! — O encaro não deixando de mostrar minha surpresa, aliás, Carl não queria participar comigo.
  — Se for te fazer sentir melhor — Sorriu fraco.

  O fim da tarde junto ao Carl foi ótimo, parou comigo perto da praia para vermos o por do sol e isso foi incrivelmente romântico e atencioso. Tínhamos combinado de ir ao parque às sete, eram às seis horas e alguns minutos e ainda voltava para casa, Daniel como um pai, está preocupado e já havia ligado muitas vezes, o acalmo dizendo que está bem, como estou cansada de saber, vai querer que eu narre todo meu dia com o Carl e claro, tenho que lhe pedir autorização para sair com o meu namorado, que ele não sabe que é namorado. Quando chegamos Carl me desejou boa sorte, com um jeito brincalhão correu antes que eu pudesse lhe repreender pelo seu ato e entrando na cozinha:
  — Oi pai — o saúdo normalmente afim de não querer realmente começar a conversar, pois, sei, que talvez daqui o dia comece a ficar ruim.
  — O que fez tanto que não atendeu minhas ligações? — poderia ouvir sua irritação e realmente não queria brigar.
  — Eu só fui a palestra com Carl e tomei alguns gelados — Já iria me retirando da cozinha, porém, sua voz me chamou. Não estraga pai! Por favor!
  — Angel estou falando — o olho nos olhos. Não fiz questão de falar nada, apenas ouviria, eu e meu pai não éramos o tipo de pessoa a brigar muito, porque mal nos falávamos, mas odiava ter que brigar com ele. Ainda mais por coisa boba de pai — Estou esperando.
  — Está esperando o quê? Eu não tenho nada a dizer, já te disse, fomos a uma palestra, na qual queria paz e desliguei o celular, saindo esqueci de ligar...
  — Me deixou preocupado! — por que estava alterando sua voz?
  — Eu sei me desculpa! — Sem querer percebo que meu tom de voz estava na sua altura.
  — Está gritando comigo?
  — M-Me desculpe e-eu — fico extremamente nervosa ao ver sua aparência raivosa, aliás, era a primeira vez na minha vida que havia ficado dessa maneira.
  — Não quero que esteja andando com meninos até essa hora da noite.
  — Pai, é o Carl, filho de Elina. Não qualquer garoto, não me faria mal algum.
  — Mesmo assim, é homem. Sei o que pensam.
  — Está vendo o que está dizendo? Pai, eu não tenho amigos, tá? Eu nunca tive, sempre saí sozinha, sempre que pedia para chamar alguma amiga para dormir comigo enquanto viajava, dormia sozinha, pelo simples fato de todos me odiarem naquela escola, sempre fui sozinha, e aqui. Aqui eu tenho amigos, tenho Miguel, Fernanda e Carl e quando realmente me sinto bem com eles, você quer me privar de sentir isso, tenho 16 anos, é esse tipo de coisa que pessoas da minha idade fazem, não estou fazendo nada de errado, ok? Meu dia estava muito ótimo até então. — Ouço quando me chama, mas desobedecendo sua ordem de não virar as costas, subo para meu quarto, decidida a tomar banho e deixar a ida ao parque de lado.

  Deixo a toalha sobre meu tronco e arrumo meus cabelos, não irei chorar, como todas nossas brigas, coloco apenas um fone com uma música e vou ler um livro, decidiria se pediria desculpas mesmo não sendo minha culpa. Mas eu não o reconheci, por que ficou tão bravo com coisa pouca, entendo que não fui nada educada em falar mais alto que ele. mas não justifica seu ato. Volto ao quarto e vejo que Carl está sobre a cama, me olha e parece torturado. O que houve?
  — Você está bem? — Me pergunta e caminho até ele me sentando ao seu lado.
  — Estou — olho em seus olhos, suas pálpebras estão baixas e me olha profundo — e você?
  — Me desculpa por isso — ele se sente culpado?
  — Ei, não. Não é sua culpa — minha mão faz carinho em sua bochecha enquanto seus olhos estão fechados — não se culpe por isso, não fique triste, nosso dia foi perfeito e ainda tem esperanças de não ser ruim, vamos apagar isso, ok? — Vejo que abre seus olhos e sorri me mostrando suas covinhas. O puxo para mim enquanto o beijo ferozmente, só preciso dele, era só ele que quero. Sinto minha perna ser elevada enquanto sua boca está no meu pescoço, seu coração bate rápido de acordo com sua respiração, na minha parte interna da coxa, sinto seu membro já ereto.
  —  Elina disse que temos a casa só para nós — minha toalha é puxada enquanto seus beijos quentes no meu pescoço me excitam.
  — Carl ainda não foram — olho nos seus olhos vendo seu sorriso malicioso.
  — Faremos em silêncio.

Estou republicando porque publiquei o capítulo errado, mil desculpas! 

Destinados - Um Começo Para O Fim - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora