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  No quarto de Carl não tinha nada que provasse o real motivo da tentativa. Quando amanheceu estávamos todos a mesa, Carl receberia visita às catorze e às dezenove horas. Tudo calado e tenso, Elina estava com cara de quem não dormiu, pronta para o trabalho, talvez ficara mais aliviada em saber que o filho está no hospital em que trabalha. Meu pai hoje, iniciaria suas viagens novamente depois das suas "mini férias". E eu, iria para a escola. Talvez irei visitar Carl, não sei se ele quer minha presença. A porta bateu e eu me levantei para atender:
   — Conan — o cumprimento e o mesmo parece preocupado. Sentamos na sala e o mostro a seringa. — Ele teve uma overdose ontem, sorte que cheguei a tempo e agora está no hospital — torço meus lábios — terá visitas às catorze e às dezenove horas. Se quiser me acompanhar às dezenove.
   — Não poderei — suspira — irei a tarde, à noite trabalho.
   — Oh! Tudo bem. O assunto pera sério? Se quiser o falo mais tarde. — Conan suspira e balança a cabeça negativamente
   — Não era nada demais — o acompanho até a porta ainda desconfiada, ele veio dizer algo. Mas não é para eu saber. Depois de ter ido fiquei um bom tempo a pensar antes de acordar dos pensamentos e lembrar da aula. Pego a mochila e corro para a garagem e lá encontro meu pai.
  — Vamos eu te levo — o olhei. Pegar um ônibus irá me atrasar mais.
   — Obrigada.

     Hoje seria uma ocasião perfeita para procurar mais coisas sobre Carl. Descobrir mais sobre ele. Sei que estou invadindo sua privacidade, mas se quero o ajudar tenho que o descobrir. Ele estava certo eu apenas pensava que sabia algo, mas não sabia, eu só tinha visto a capa de cima. É estranho, acontecer isso, eu não sei se é novo para mim. Se ele já havia feito ou não. Carl na verdade é novo para mim.
    — Então quando vai para Manchester?
   — Sábado — observo todas as árvores da avenida. — Pai quando irá me levar para galeria da...
   — Angel já conversamos.
   — Mas pai, o que te impede? Quero ver a pintura.
   — Angel não! — cruzo meus braços e olho para a estrada novamente. Não entendo, por que ele não quer mostrar para mim? Ele deveria, por que o levar lá lembrará mamãe? Ele está com Elina nada que tocasse no assunto de sua ex-esposa não deveria o afetar.

   Me deixou na porta do colégio e eu sai, meu segundo dia agora sozinha. Coloco todos meus materiais no armário pegando o livro da aula de física. Entro na sala sentando em um lugar afastado, Augusto e seus amigos já estão todos no fundo e ao meu lado tem uma garota e enquanto arrumo tudo certo para aula ouço sua voz.
   — Olá? — olho a loira dos olhos castanhos com um sorriso de orelha a orelha.
   — Oi — retribuo o sorriso.
   — Você é nova certo? — ela se vira por completo para mim.
   — Sim — me viro para ela. Neste momento entra várias garotas e sentam dando risadas escandalosas.
   — Joana — a garota fala com nojo na voz.
   — O que tem?
   — Ela e as suas seguidoras, são as garotas das danças.
   — Líderes?
   — Sim. Megan é sua irmã, ela é apaixonada pelo garoto da música, esqueci seu nome, mas ele é o ajudante da Professora Geórgia. Jonathan é o Capitão do time de futebol e Augusto é seu amigo de infância, os dois vivem brigando mais não se desgrudam. — Me explica como seu eu estivesse interesse em saber sobre todos, mas escuto por educação.

*

   O dia foi ótimo, Augusto nem Jonathan fizeram intrigas. Fiz uma amiga, seu nome é Fernanda, ela estuda na escola há cinco anos e conhece bastante as pessoas.

   Eu estou no ônibus a caminho do hospital, são seis e quarenta e dois da noite, eu espero chegar na hora certa da visita de Carl, eu não consigo pensar em como seria sem ele. É, eu vivi dois meses com Carl e mesmo não falando com ele criamos uma pequena amizades, sabemos um pouco um do outro. Não queria que fosse assim, ele lá e eu cá, porém, se continuássemos iríamos fazer algo errado. Não sei se seria bom ou ruim, nossos pais estão juntos, eu acho errado. Também não sei como seria suas reações, se eles aceitariam ou não, não somos nada um do outro. Mas se nossos pais tomou esse lado de sermos irmãos, estamos fritos.

   Desço do ônibus na frente do edifício, médicos saiam médicos entravam e pessoas também. Fui direto a recepção onde atrás havia uma mulher ruiva. Carl estava no quarto 108 no terceiro andar. Meu coração acelerou e meu estômago faz festa como se eu nunca o vi, me sinto num encontro onde só eu participo talvez, parecia no dia do jantar que tivemos em Nova Iorque. Naquele dia ele estava lindo, íamos para um jantar de conhecidos de Elina, Carl vestia um terno preto o que eu nunca pensei o ver.
   — Moça? — percebo que o elevador está aberto, e que um rapaz loiro de olhos azuis com óculos o segura.
   — Me desculpe — saio do elevador e ouço uma risada baixa do mesmo. Caminho entre os corredores a procura do quarto e quando finalmente acho, um frio me passa a barriga e seguro a maçaneta — espero, que nada aconteça de ruim — abro a porta e Carl dorme, uns bips são ouvidos e no seu dedo há um aparelho. — Por que fez isso? — sussurro.

Destinados - Um Começo Para O Fim - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora