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Angel

   — Está mais bonita do que nos meus pensamentos — ao ouvir a voz rouca e ver a figura de Carl aparecer atrás e mim, não hesito em levantar e o abraçar, é como se não o visse há muito tempo.
   — Pensei que não voltaria.
   — Disse que viria — sorriu para mim. Beijamos-nos calmo aproveitando cada momento um com o outro, mas para mim ainda soava como uma despedida. — Termine de se arrumar e desça, está quase na hora — deixou o quarto com o seu sorriso e perfume, era tão bom o ver, ficar sem ele me fez ver a diferença que fez na minha vida e que mesmo sem falar com ele aquela semana toda, eu o via, sabia que estava bem. Apressei-me quando percebi que fiquei encarando a porta onde estava antes, ainda não acredito que veio mesmo!

   Vi algum penteado básico no Youtube e puxei apenas algumas madeixas para trás e as prendi, resolvi fazer uma maquiagem nunca esquecendo um batom forte e vermelho nos lábios, espirro o perfume em mim e calço os saltos, me olho no espelho me surpreendendo com o resultado, aliás, nunca havia apostado nesse tipo de roupa e nem na maquiagem, agora me sinto nervosa, pois me lembro de que nunca me viram assim e isso me causa calafrios e vergonha. Quando realmente tomo coragem, saio da prisão para os corredores. Desço as escadas devagar para a sala, quando paro sobre o último degrau os três que estão sobre o sofá me olham, Carl se levanta e pude ver o quão sério está. Não sei dizer se é uma aprovação ou desaprovação, mas estou ansiosa demais.
   — Está tão linda! — Elina começa e sorri para ela, vou até meu pai dando-lhe um abraço, o mesmo está quase a chorar ou eu estou enganada?
   — Obrigada — olho para ela segurando suas duas mãos, logo depois me viro para Carl que não disfarça nem um pouco no seu olhar, seguro seu braço nunca deixando seus olhos e fomos a caminho da porta. Entramos nos bancos de trás e Daniel no condutor, Elina nos olhou pelo retrovisor e deu uma piscadela para nós, olho para Carl que sorri malicioso, não sei o que significa esse sorriso, não quero pensar, pois em pouco tempo havia prendido tanta ansiedade dentro de mim.

   Quando chegamos perto da escola, me surpreendo com o tanto de luz colorida que saí dela, está enfeitada até no lado de fora. Eu e Carl saímos do carro primeiro enquanto Daniel foi estacionar, Carl não demorou muito para me dá um beijo.
   — Podem nos ver — o afasto de mim e ele pega ar.
   — Desculpa, não pude conter a vontade — segura minha mão, me olha nos olhos e a sensação disso tudo ser uma despedida me devasta — vamos. — Quando entramos na escola, posso ver Fernanda com o lindo vestido que fomos ver, na verdade estava tão mal que ela me mandou as fotos para escolhemos juntas, lamentei muito depois de não ter ido com ela.
   — Vocês estão muito lindos! — a sua voz extremamente alta gritou, sorte que a música já está tão alta que ninguém nem percebeu. A abraço e a mesma me aperta forte. Carl cumprimenta Miguel e logo fomos para nossos lugares. Vestimos nossa beca e olho Carl de longe, que mantém seu olhar no palco, tento achar Elina e Daniel, mas não encontro, mantive meus nervos no lugar e tento respirar o máximo que consigo.
   — Som! — todas as vozes se calam quando Ernest sobe ao palco, líder do jornal da escola. — Boa noite a todos! Esse ano foi um ano de muitas alegrias e tristezas, o que podemos dizer, todos esperam a formatura, mas quando chega o dia a maioria prefere que seja o começo do ano letivo. São meses e meses de luta, o pensamento do futuro nunca sai das nossas mentes e devemos sempre pensar nisso, os problemas escolares também são importantes, somos alunos, adolescentes, prestes a se tornar adultos, agradecemos a todos os professores que nos viram e nos ajudaram a crescer, nos deram conselhos e foram pacientes. Somos pessoas difíceis de lidar, e bom sabemos disso por sermos adolescentes...

   Depois de tudo e todos nós ter recebido o nosso diploma, tiramos uma foto juntos, o olho de longe assim como ele me olha, estamos loucos para estar perto um do outro. Com a beca tirada, sem ver Carl ou os outros, vou em direção á festa junto a Fernanda, será chato não poder beijar ele enquanto nossos pais estão aqui e com isso lembro que iria falar com meu pai e de hoje não passa. Enquanto falo com Elina e Daniel, vejo as fotos que tiraram, procuro o rapaz com os olhos, preciso dele sinto como estou agoniada por não o ver. Na mesa de bebidas opto por algo mais forte, sei que naquele ponche tem bebidas que nunca bebi e que foram postas pelos garotos, mas hoje é dia de curtir. Antes mesmo de botar na minha boca sinto dedos me cutucar, olho para a menina que é da minha sala, Esmine.
   — Oi — a abraço e a mesma corresponde, mesmo nunca falando com ela era uma menina ótima.
   — Fernanda está te esperando no pátio — sorriu e saiu do meu alcance, confusa ando até a saída do grande salão e caminho pelo hall até o pátio. Sobre um gazebo florido está ele de costas para mim, sorri porque estava aprontando algo. Assim que meus pés pisam no primeiro degrau põe sua taça de bebida sobre a beira e se vira para mim, sorri segurando a mão que estendeu na minha direção, a música calma que passa, é o momento que todos estão dançando lá dentro e era o nosso momento aqui fora. Seguindo seu ritmo de um lado para o outro sem falamos nada apenas aproveitando o momento, deito minha cabeça em seu ombro sentindo seu aroma forte misturado com creme de barbear, fecho meus olhos e sinto o calor do seu corpo com o meu, poderia nunca mais está aos seus braços como estou agora, sei que Carl voltaria e que não era melhor me iludir com o fato de ele ficar, sinto a despedida em cada toque em cada olhar. Seus lábios colam com o meu, um beijo lento, muitos sentimentos distribuídos, me abraça com força e quando nos separamos me trouxe para seu corpo, rodando o meu pelo ar enquanto olhamos um para o outro, segurando minha mão me levou ao seu carro, o motor é ligado e começamos a andar pelas ruas vazias do condado, não ligo se sentissem falta de nós, era a nossa noite dessa vez.

   Beijos lentos e quentes depositados no meu pescoço, o calor do seu corpo colado ao meu, cada movimento dentro de mim, seguro em seus cachos enquanto olho dentro dos meus olhos, boca entre aberta e pequenos gemidos saíam dali, suas mãos sobre a cabeceira da cama que range a cada movimento nosso, seus lábios colados com o meu para seus movimentos perto do clímax, sofrida o olho quando nos separamos, olhou cada canto do meu corpo não sinto vergonha pelo seu olhar, pois também olho cada mínima coisa.
   — Eu te amo — a voz rouca me chama atenção para seus olhos.
   — Eu te amo — num sussurro fino os movimentos começaram novamente.

Destinados - Um Começo Para O Fim - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora