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  — Pode dizer! — me apoio à porta o vendo parado e nem me sinto com vontade de convidá-lo para dentro, mas ao ouvir seu suspiro sua mão vai ao meu peito me empurrando para trás, a porta é batida e me encara.
  — Geórgia tentou me beijar quando treinava para tocar na formatura, está me ensinando manobrar as teclas do piano, porque pensei em uma melodia boa para uma música. Mas, não a beijei, me afastei. — Era realmente o que Miguel havia falado, mas o que me disse está na mente "E se não tivesse aparecido?" — o que foi? — me olha.
  — Nada — o olho no fundo dos seus olhos, mas não me atrevo a perguntar o que pensei, apenas suspiro alto e o encaro — me mostra sua letra? Ou é surpresa para o baile?
  — A sua surpresa para o baile, está guardada em um lugar que não é meu livro de composições — sorriu pequeno deixando claro que a surpresa não era para o baile, era para mim. Colocou o dedo nas suas têmporas, sinalizando que a letra que não está no caderno, está na sua mente — vamos comer.
  — Pode ir, não estou com fome — Carl me olha profundamente nos olhos. — Te asseguro que não é nada, apenas falta de apetite — sorri e ainda estava serio.
  — Sabe que não pode ficar sem comer, te faço um lanche, vem — segura minha mão me arrastando para fora desse quarto.
  — Está fugindo de me mostrar à letra da sua música nova? — balança a cabeça negativamente.
  — Ainda há algumas coisas que devo finalizar.
  — Ficou de me mostrar muitos dos pequenos trechos que fez para uma futura música — encaro o mesmo quando chegamos à cozinha.
  — Fiquei? — uma de suas sobrancelhas arqueia.
  — Sim. — Enquanto prepara um sanduíche para mim, fica quieto. Não fala mais nada como se está pensando em alguma coisa, não quero interromper seus pensamentos, mas estou curiosa.
  — No que pensa? — parece que o tiro do transe já que me olha nos olhos.
  — Sobre as músicas — sorri para mim e vejo suas covinhas — aqui — me entrega o prato — agora senta e me acompanha.
  — Onde está Elina? — mordo o lanche me sentando — está gostoso! — sorri tão largo que acho que estava com fome.
  — Aqui — ouço a voz da mesma e a vejo aparecer com um sorriso largo.

  Mais tarde estava estudando, Carl havia saído e sua mãe também. Está só eu e o livro de química e biologia me preparo para o teste de amanhã. Respiro fundo colocando os livros dentro da bolsa e me espreguiçar antes de levantar me deu preguiça, paro um pouco no quarto para ouvir a leve garoa no telhado, caminho para a janela para ver as nuvens densas e opacas, um friozinho me faz arrepiar e saio do ar livre para descer as escadas em busca de uma xícara quente de chá.

  Os dias estão se passando rápido, Elina esta animada para seu casamento, me disse que mesmo sendo o terceiro, os sentimentos de ansiedade nunca muda. Carl me disse que está planejando ir ao show com sua mãe, para passar mais tempo com ela. Não sei porque, mas o sentimento de perda nunca saiu de mim, talvez seja o medo de perder tudo o que conquistei com essa família. Não sinto vergonha de nada do que está acontecendo ou que já aconteceu, só agradeço por cada dia ao lado deles, se minha mãe, Loren e seu pai se foram, foi porque era o destino de todos, e amanhã, não me pertence e nem a nenhum de nós, amanhã pode ser eu, ou pode ser Daniel.

  Alguns dias depois

  Arrumo minha bolsa de escola enquanto ouço Carl cantar no banheiro. Bato a porta e ouço a música parar.
  — Irá se atrasar e hoje não podemos passar do horário! — rolo meus olhos para trás e cruzo meus braços vendo ele com toalhas na cintura sair do banheiro e me encarar, lhe mostro a língua virando de costas ao mesmo, mas inesperado sinto suas mãos na minha cintura e sou jogada para a cama. Vem até mim e beija meu pescoço — Carl é sério! — tento o tirar de cima de mim, mas seu peso é muito.
  — Da tempo — beija meus lábios e o afasto.
  — Não, não dá, vai se arruma logo — se levanta e revira os olhos para mim, dou um pequeno tapa em seu ombro e saio de seu quarto — à proposito! Arrumei sua bolsa, querido — pego a minha mochila e desço as escadas vendo Elina e meu pai.
  — Vamos Daniel iremos nos atrasar — abre a porta.
  — Homens — passo pela mesma que sorri para mim e entro no carro de Carl, vendo que beijou a testa de sua mãe e correu para mim. Hoje é um dia normal na escola, mas já havíamos nos atrasado vários dias por conta do mesmo.
  — Ansiosa para a escola? — o motor é ligado e iniciamos uma corrida rápida para o lugar do meu estresse diário.
  — Maneira alguma, ansiosa para formatura? — corrijo sua pergunta — muito porque depois dela irei me tratar — suspiro, mas isso me da insegurança, e se piorar durante tudo isso? Estou tentando o meu máximo não me entregar a tudo de novo, aliás, Carl vem tentando manter minha cabeça afastada de todos os pensamentos que me traziam ao passado e posso falar, ele é bom nisso.
  — Por que está triste? — parou o carro.
  — Tenho medo de não conseguir a cura

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Destinados - Um Começo Para O Fim - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora