A Surpresa

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Capítulo 2

- Desculpe, preciso atender! – Digo aflita ao ver que minha mãe está me ligando.

- Fique à vontade.

- Oi  mãe. O que houve?

Ouço a voz da minha filha gritando. Aliás, Renato também ouve, porque ela grita bem alto. E o som é desesperador.

Minha mãe me pergunta se estou próxima a alguma farmácia para comprarumremédio pra minha filha que está com intensa dor de ouvido.

Renato percebe minha aflição e sugere irmos embora. Enquanto ele encerra a conta, vou até a farmácia em busca do remédio. Na saída da farmácia, ele já está dentro do carro, me aguardando. Saímos do local e por algum tempo o silêncio é constante. Ele percebe minha aflição e,ainda assim tenta me acalmar. Como um nobre cavalheiro,elemedeixa emcasa.nos despedimos rapidamente.

- Renato, me desculpe.

- Minha linda,não tenho o que desculpar. Sua filha é a sua prioridade. No momento, ela está precisando dosseus cuidados. Vá e qualquer coisa que precisar, por favor, não hesite em me chamar.

- Ok.Obrigada.

Eu o abraço e ele me puxa para um beijo. Calmo, mas carregado de desejo. Desço do carro e entro emcasa super aflita. Ao chegar, ministro o remédio no ouvido de minha filha . Deito ao seu lado na cama e, em pouco tempo ela adormece.

Alguns minutos depois recebo uma mensagem de Renato.

- Oi. Cheguei. Como estão as coisas por aí?

- Agora mais tranquilo.

- E a menina, como está?

- Está bem. Já mediquei e agora está dormindo. Mas vou observar.

- Está certo. Ela estava bem nervosa no telefone neh?

- Estava sim. E foi isso que me deixou mais preocupada.

Mais uma vez, obrigada.

- Por nada.

- Bom, posso te pedir um favor?

- Claro.

- Caso precise de ajuda, me liga tá?

- Tá bom. Obrigada.

- Imagina . Eu quem agradeço... pela noite, pela companhia...

- Olha preciso confessar uma coisa. Nunca tive um encontro tão rápido como esse!

- Eu também não, mas foi por um motivo plausível. Filhos são sempre prioridade.

- Verdade.

- Boa noite minha linda!

- Boa noite meu bem.

Encerramos o contato e eu fico me perguntando que homem é esse. Que motivos levariam uma mulher a deixar um homem desse escapar de suas mãos? Posso estar fantasiando, mas não o vejo como um mau caráter. Mas também nãovou fantasiar uma linda história. Até porque acho que já estourei minha quota de quebre a cara outra vez neh?

Renato é um homem envolvente,mas ao mesmo tempo muito reservado. Sabe como tratar uma mulher e eu preciso tomar muito cuidado para não me envolver. Afinal de contas, é um homem que teve seu coração estraçalhado por uma biscate. Bom, não vejo outro termo a ser usado para me referir a uma mulher que faz o que ela fez com ele.

Perdida em meus pensamentos, acabo adormecendo.

Acordo e verifico a temperatura da minha filha. Nada de febre, ainda bem. Toca o alerta de mensagem do celular e quando verifico, vejo que Renato já acordou também.

- Bom dia minha linda! Passando para saber como vocês estão. E sua filha, melhorou?

- Bom dia querido! Estamos bem. Apliquei o remédio mais uma vez, mas ela não reclamou mais de dor. Mas de qualquer forma, vou continuar avaliando.

-Faça isso. E se a dor voltar, leve-a ao médico.

- Sim eu vou. Obrigada pela preocupação.

- Por nada. Se precisar, é só chamar que eu chego rápido até você.

- Eu sei. Muito obrigada.

- Um beijo minha linda.

- Um beijo.

Gente, ou esse homem não é real, ou eu criei uma certa resistência e não consigo acreditar em mais ninguém. O cara mal me conhece e está preocupado com o estado de saúde da minha filha. Enquanto o pai mesmo nem liga pra saber como a filha está.

Alguns dias se passam e Renato e eu continuamos mantendo contato. Em nossas conversas ele sempre faz questão de demonstrar preocupação comigo e Bruna. Tanto tempo que eu não recebo uma demonstração dessa, acho que não sei como lidar com isso.

Mais um fim de semana se aproxima e Renato me faz um novo convite. Dessa vez, vamos ao cinema. Combinamos de assitir a sessão das 20 h,mas antes,vamosdar uma volta pelo shopping.

No horário combinado, ele estaciona no meu portão. Saio e entro no carro. Recebo um abraço saudoso e um beijo na mesma proporção.

- Boa noite minha linda!

-Boa noite meu bem.

- Vamos?

- Sim. Vamos.

- Em poucos minutos estamos no estacionamento do shopping. Ele estaciona o carro e, ao perceber que vou sair, ele segura minha mão.

- Espera. – Nossos olhares se cruzam. Ele passa as mãos suavemente entre meus cabelos e me envolve em seus braços. Iniciamos um beijo quente, cheio de desejo. Sinto suas mãos percorrerem por minhas costas, cintura. Ele me aperta... e que aperto. Genteeeee o homem tem uma pegada maravilhosa.

- Nossa, desse jeito eu fico sem ar.- Eu brinco.

- Desculpe, mas eu precisava matar essa saudade que eu estava do seu beijo.

- Sem problemas.

Caímos na risada.

Passeamos pelo shopping como um casal de namorados: de mãos dadas, trocas de carinhos. Eu nem me lembrava mais como era isso. É uma situação tão comum, mas que há muito tempo eu não vivia.

A sessão já  estava  pra começar e nós entramos na sala do cinema. O filme era bem interessante, mas ao longo da sessão, Renato e eu trocávamos algumas carícias. Senti sua mão na minha coxa e ouvi um sussurro ao pé do ouvido.

- Já te disse que você está ainda mais linda hoje?

- Acho que sim.

- Cheirosa também. – ele disse beijando meu pescoço e me fazendo arrepiar.

- Mas você também está... mais gato e muito cheiroso. – Provoquei.

Senti sua mão deslizando pela fenda do meu vestido e suspirei fundo. Decidir não deixar por menos e deslizei minha mão pelo volume de sua calça. A cada carícia recebida eu me arrepiava ainda mais.

Saí da sala com a calcinha molhada. Já percebi que ele quer me provocar. Voltamos ao estacionamento e rolou outro amasso daqueles no carro. O clima estava cada vez mais quente. O cheiro de desejo exalava dentro do carro. E nós não estávamos mais conseguindo controlar.

- Júlia, eu quero você.

- Também te quero Renato.

- Agora?

- Já.

A intensidade dos nossos beijos foram aumentando cada vez mais. Até que o celular dele começou a tocar.

- Não vai atender?

- Não. Seja quem for, liga outra hora porque eu tô muito ocupado agora.

O telefone continuava tocando. Quem estava ligando era bem insistente. E eu incentivei ele a atender, temendo ser algo importante.

- Senhor Renato Lima?

- Sim, sou eu. Como? Onde foi isso? Ok estou indo agora.

Continua...

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