O descontrole de Samantha

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Capítulo 72

Júlia

-  A senhora reconhece o número?

- Não senhor!

- Então, não atenda senhora!

- Mas pode ser ele.

- Certamente é. Mas irá retornar a ligação. E enquanto isso não acontece, vamos nos antecipar.

- Como assim se antecipar?

- Vamos monitorar seu telefone. Quando ele tentar novamente, a senhora tenta mantê-lo na linha por pelo menos um minuto. Se conseguir esse feito, nós conseguimos rastreá-lo e descobrimos a localização dele.

- Tudo bem. E eu que pensava que isso só acontecia em filmes policiais!

- Não senhora. Vemos cada situação aqui diariamente que a senhora nem imagina. Mas a sua me choca. Porque ele é quem deveria zelar pelo bem-estar da menina, mas está fazendo o oposto.

- Pois é.

A polícia começou a trabalhar no monitoramento do meu telefone. Minutos depois, ele tocou novamente. Era um número desconhecido. Atendi. Era a voz de uma mulher.

- Alô!

- Já sabe que estamos com sua filha, não é?

- Por favor, não a machuquem! Ela é apenas uma criança.

- Cala a sua boca, sua vadia! Vou fazer você sofrer. Vai apagar por tudo o que me fez.

- E o que foi que eu te fiz?

- Você me tirou a chance de ser feliz, roubou a atenção do homem que eu amo. - Era Samantha ao telefone e estava transtornada.

- Mas não é justo que minha filha pague por isso. Se eu lhe causei algum problema, é comigo que você precisa se entender.

- Negativo. Acha mesmo que vou perder a chance de fazer você sofrer? Ah, não vou mesmo. Não existe melhor forma de ver você me pagar, causando mal ao seu bem mais precioso. Assim como você fez comigo quando me arrancou o que tinha de mais precioso na vida.

- Por favor, eu imploro, não a machuque. Proponho que me deixe trocar de lugar com ela. Assim você e eu podemos acertar nossas contas.

- Não temos nada a acertar. Vou fazer tudo do meu jeito. Vai pagar pelo tapa que me deu e por ter roubado o amor da minha vida. Sua filha ficará em meu poder, até quando eu desejar; depois, vejo o que fazer com ela. E espero sinceramente que você sofra bastante enquanto imagina o que eu sou capaz de fazer. E nem pense em chamar a polícia. É melhor que os mantenha distante disso.

- Tudo bem, eu já entendi.

- Ótimo! Gosto de falar com pessoas inteligentes. Agora, aguarde nova ligação. Que talvez, não seja minha. - Desligou sem me dar a chance de responder.

Me desesperei com as ameaças de Samantha. Eu sabia que ela era louca, mas chegar a esse ponto por uma vingança idiota é ir longe demais. Fui amparada pelo delegado.

- Senhora, fique tranquila. Vamos encontrar sua filha. Por ora, recomendo que vá para casa e tente descansar.

- Descansar? Como?

- Eu sei que não será fácil. Mas a senhora precisa tentar. E nós estaremos trabalhando no seu caso que, pelo que percebi, será solucionado bem rápido!

- Deus lhe ouça!

Saí da delegacia, acompanhada de Renato. Ao chegar em casa, Renato e eu, contamos a minha mãe o ocorrido. Ela, por sua vez, ficou revoltada, obviamente. Renato passou a noite aqui para nos acalmar.

Passei a noite em claro aguardando uma ligação que só aconteceu às seis horas da manhã. Mas dessa vez, não era a voz de Samantha. O que significa que tem mais alguém além dela e Marcelo envolvidos nesse sequestro. A questão é descobrir quem.

A mulher me pareceu nervosa, mas passou algumas instruções que eu deveria seguir à risca. Tentei me fazer de desentendida para segurá-la na linha o máximo de tempo possível. Mas, do outro lado da linha, ouvia-se uma voz feminina mandando-a desligar. Era a voz de Samantha.

Neste instante, Renato recebeu uma ligação. Era da delegacia.

Continua...

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