O Plano de Daniel

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Capítulo22

Júlia

Cheguei em casa ainda em êxtase. Não estou acreditando que eu consegui quebrar esse coração de gelo do Renato. Gosto de manter os pés no chão, mas estou muito feliz com o pedido que ele me fez. Namorados, quem diria?
Minutos depois meu telefone toca. Olho na tela e vejo que é Renato me ligando. Nossa, já deu saudades?
- Oi meu bem!
- Oi minha linda! - Percebo uma certa tristeza na sua voz.
- O que houve amor?
- Liguei para ouvir sua voz. Ouvir você sempre me conforta.
- Aconteceu alguma coisa, Renato?
- Problemas, nada demais.
- Algo com Daniel?
- Não. Ele está bem. Aliás, bem até demais. Já já volta pra casa e esse tormento de hospital acaba.
- E o que te preocupa então?
- Eu só estou muito cansado. - Ele desconversou. Percebi que tem alguma coisa acontecendo, mas ele não quis falar. Então, não vou insistir.
- Ah é? Pois eu também estou bem cansada. Essa maratona sugou minhas energias. - Mudei o foco do assunto. Ele gargalhou.
- Então eu acho que precisa descansar. Assim renova as energias para a próxima maratona.
- Uauuuuuu! Vamos ter outra?
- Claro que vamos. Aliás, vamos ter várias.
- Hummmmm. Gostei disso!
- Eu também. Beijos
- Beijos.
Desliguei o telefone é me deitei. Precisava dormir um pouco, estava realmente cansada.

[...]

Daniel

Aproveitei que minha avó veio passar a noite comigo e contei tudo sobre essa tal de Júlia. Acho que consegui mais uma aliada. Vamos ver até onde o Sr. Renato Lima vai com esse namorico.
Meu pai chegou e minha avó saiu com ele do quarto para conversarem. Enquanto isso, liguei para minha mãe pra explicar a ela o plano que poríamos em prática ainda hoje.

-Alô!
- Mãe?
- Oi meu filho! Está tudo bem?
- Está sim. Mas vai ficar ainda melhor.
- Como assim? Recebeu alta?
- Ainda não. Mas isso acontecerá em breve. Mas hoje iremos colocar em prática a primeira etapa do meu plano.
- O que vai fazer?
- Vou te mandar a foto da tal de Júlia para você saber de quem se trata.
- Eu já vi foto dela, esqueceu?
- Não, não esqueci. Mas vou mandar uma foto pra você se lembrar bem do rosto dela quando tiver de fazer o que precisamos.
- Tudo bem. E qual é o plano?
- Meu pai vai ficar aqui hoje. Provavelmente não irá encontrá-la. Mais tarde, você virá ao hospital mostrando-se preocupada com meu estado. Vou dar um jeito de meu pai mandar uma mensagem pra ela, pedindo que venha encontrá-lo aqui. No horário dela chegar e vocês saem do quarto juntos. Mas você não poderá deixá-lo vê-la. Fique atenta e, percebendo que ela chegou, faça com que ela veja vocês dois juntos e agarre meu pai.
- Tudo muito bem calculado, né?
- Sim. E você vai fazer tudo no tempo certo, pra não dar erro. Te aviso quando puder vir. Esteja pronta às 19 h.
- Tudo bem.
Meu pai voltou pro quarto. Não está com a cara muito boa. Deve ter ouvido muito da minha avó. Mas não vou perguntar. Do jeito que está, vai acabar sobrando pra mim. Por isso, vou fingir que nem reparei.
O dia se arrasta. Passamos a tarde assistindo TV. Até que meu pai resolve puxar assunto.
- O médico veio aqui antes de eu chegar?
- Sim. Veio um pouco antes. E pelo que ele disse em dois dias eu recebo alta.
- Que bom! Assim podemos voltar pra casa e acabamos com essa agonia de vida no hospital.
- Também acho. Não aguento mais ficar aqui!
Pego meu telefone e envio pra minha mãe a foto da namorada do meu pai. Preciso arrumar um jeito de pegar o celular dele.
- Pai, me empresta seu celular?
- Ué, cadê o seu?
- Acabou a bateria. Queria jogar um pouco.
- Toma!
Ele me entrega o celular e sai do quarto. Pronto, esse é o momento perfeito para pôr meu plano em prática. Pego um celular e pareio ao dele. Clono o WhatsApp e envio uma mensagem pra Júlia.
- Boa noite minha linda!
- Boa noite amor! - Nossa já estão nesse estágio? Continuo...
- Tudo bem?
- Sim. E vc como está?
- Com saudades de você!
- Eu também.
- Está muito ocupada?
- Não, por quê?
- Porque pensei que pudesse vir aqui pra gente se ver. Nem que seja um pouco. Não tenho como sair daqui.
- Eu sei. Mas você não está cuidando do Daniel? Se eu for, não atrapalho?
- Você nunca me atrapalha.
- Tá bom.
- Em quanto tempo você chega?
- Mais ou menos uma hora. Preciso me arrumar.
- Tudo bem. Me avise quando estiver chegando. Vou lá na portaria te encontrar.
- Ok. Beijos.
- Beijos.
Deu certo! Ela acreditou. Caiu como uma patinha. Nem desconfiou. Agora vou contar pra minha mãe ela precisa chegar antes da Júlia. Pego meu celular e ligo pra ela. Conto o plano. Meia hora depois ela chega no hospital e meu pai já está de volta ao quarto.
- Roberta? O que você está fazendo aqui?
-Vim ver meu filho.
- E por que não ligou?
- Renato, eu estava em casa. De repente me deu um aperto no peito e me veio Daniel à mente. Não pensei duas vezes e vim correndo pra cá. Coisa de mãe.
- Entendi. Mas ele está bem. Fica tranquila. O médico já passou aqui hoje e em dois dias ele terá alta.
- Que notícia boa! - Minha mãe finge surpresa. No quesito falsidade ela é mestra.
O telefone do meu pai ainda está comigo e ele recebe uma mensagem da Júlia. Ela chegou. Faço um sinal pra minha mãe e ela entende rápido.
- Renato, será que podemos conversar um pouco?
- Claro Roberta.
- Preciso tomar um ar. - ela pisca pra ele que logo entende o recado.
- Ih, vocês dois estão de segredinhos é?
- Não é nada demais. Apenas preciso conversar sobre umas questões com o seu pai, mocinho!
- Sei.
Eles saem e agora é tudo por conta dela. Fico daqui aguardando o desfecho dessa palhaçada que meu pai chama de namoro.

Continua...

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