A Angústia

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Capítulo 4

Renato

O tempo se arrasta e enquanto eu não recebo nenhuma notícia de Daniel, cada segundo é uma eternidade. Até que um médico aparece e chama a minha atenção.

- Algum familiar de Daniel Lima?

- Sim doutor. Sou pai dele. Alguma notícia do meu filho?

- Senhor...

- Renato, me chamo Renato. – eu respondo aflito.

- Então senhor Renato. Seu filho sofreu um grave acidente.

- Doutor, o senhor tem algum detalhe sobre esse acidente? Eu não estava em casa. Recebi uma ligação daqui do hospital informando que ele havia sofrido um acidente e que eu precisava vir até aqui para que pudesse fornecer informações para que abrissem o prontuário dele. Nada mais que isso.

- Então senhor Renato. Seu filho sofreu um acidente numa rodovia enquanto dirigia uma motocicleta.Tentou escapar de uma blitz e perdeu o controle do veículo.

- Motocicleta? – Daniel não tinha habilitação para conduzir qualquer veículo, que dirá uma moto. Fiquei intrigado, mas tentei disfarçar. - E eu posso vê-lo, doutor?

-Sim,claro. Mas antes preciso conversar como senhor sobre o quadro dele.

- Por favor.

Fomos até outra sala e o médico começou a falar.

- O quadro do  seu filho é instável. Ele sofreu traumatismo craniano e teve alguns ferimentos com a queda. Fizemos uma cirurgia na perna direita e teremos que realizar alguns exames para saber se haverá a necessidade de outras cirurgias.

- Meu Deus! Traumatismo craniano? Doutor, salva meu filho, por favor!

- Estamos fazendo todo o possível. Agora precisamos aguardar ele reagir aos estímulos e tratamento que está recebendo. O senhor pode vê-lo.

- Obrigado doutor.

- Por nada! Vou pedir a uma enfermeira que o encaminhe ao quarto onde está seu filho.

Chegando no quarto, me deparei com Daniel cheio de aparelhos ligados a ele. Cheguei perto dele. Segurei sua mão e fiquei olhando pra ele por algum tempo. De repente me dei conta de que eu não conseguia mais protegê-lo totalmente dos perigos. Chorei desesperadamente tentando compreender em que momento eu falhei como pai. Adormeci na poltrona do hospital, segurando sua mão.

O dia amanheceu e os raios do sol invadem o quarto me despertando daquele sono leve. Olho pro lado e percebo que a situação de Daniel é uma realidade e não um sonho, como por um momento eu imaginei que pudesse ser. Ele ainda está inconsciente. Preciso dividir iso com alguém. Olho no relógio, são 6 h da manhã. A primeira pessoa que vem na minha mente é Júlia. Será que ela está acordada? Pego o celular e resolvo arriscar.

- Alô! – ouço sua voz e uma sensação de conforto me invade.

- Júlia.

- Oi Renato. Então, já tem alguma notícia de Daniel?

- Sim. Desculpe te ligar a essa hora, mas eu precisava falar com alguém.

- Tudo bem. Mas me diz, como ele está?

- O quadro dele é instável. O médico disse que ele está com traumatismo craniano. – começo a chorar.

- Calma Renato. Me escute. Ele vai ficar bem, tenha fé.

- Eu tenho meu anjo. Mas é muito difícil vê-lo nesse estado.

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