Os Instintos Se Revelam...

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Renato

Vou  me encontrar com Júlia novamente. Nossa essa mulher mexe com meus instintos. Tem alguma coisa nela que me faz querer estar perto. Não sei o que é, mas preciso descobrir.

No horário combinado, fui buscá-la. Quando ela saiu no portão eu tive que disfarçar minha cara de adolescente apaixonado. Gente que mulher!  Veio pronta pra causar e mexer com meus instintos de vez. Usava um vestido longo, com uma fenda até o meio da coxa. Cabelos soltos e escovados. Uma maquiagem leve. Ela entrou no carro e de imediato o seu perfume aromatizou todo o ambiente. Dei-lhe um abraço saudoso e um beijo na mesma proporção. Afinal, eu estava realmente com saudades dela.

- Boa noite minha linda!

- Boa noite meu bem. - Até a sua voz era suave. Gente eu não sei o que está acontecendo, mas eu não tô conseguindo disfarçar essa minha cara de bobo.

Fomos ao local do nosso encontro. Decidimos pelo cinema desta vez. Pode parecer um programa de casal, mas não custa a gente ceder de vez em quando neh? E além disso, ela veio vestida pra matar. Depois do cinema a gente dá uma esticadinha...

Já no estacionamento rola um amasso daqueles! Antes que ela saia do carro eu a envolvo em meus braços e lhe dou um beijo caloroso, cheio de desejo. Sinto seu corpo colado ao meu e um calor me invade, de uma forma que eu não consigo controlar meu impulso. Nosso beijo é intenso, daqueles de tirar o fôlego. Ela chegou a comentar que eu ia deixá-la sem ar. Eu ri e em seguida me desculpei.

Chegamos um pouco antes do horário da sessão. Então, decidimos dar uma volta no shopping para  ajudar a passar o tempo. Olhamos algumas vitrines, entramos em algumas lojas. Passeamos de mãos dadas. Quanto tempo que eu não fazia isso com alguém. Júlia está dispertando em mim atitudes que eu jamais me imaginei fazendo novamente. Olho pra ela e vejo algo a mais que uma mulher linda e um corpo exuberante. Sei que ela tem qualidades e meu maior medo é me apaixonar por ela. Depois do que Samantha me fez, não consigo confiar em mais ninguém. Hoje no meu peito tem uma pedra de gelo que mulher nenhuma conseguiu quebrar. Mas não quero pensar nisso.

Entramos na sala de cinema. No começo eu até tentei prestar atenção no filme, mas com Júlia sentada ao lado isso era cada vez mais impossível. Resolvi provocá-la. Comecei com beijos no pescoço e senti que ela se arrepiou. Pronto achei o primeiro ponto a ser explorado... Cheguei próximo do ouvido dela e  sussurrei bem baixinho dizendo o quanto ela estava linda e cheirosa. Ela também me elogiou e eu senti um ar de provocação nisso.

Deslizei minhas mãos pelo seu corpo, posando-as na sua coxa, aproveitando a fenda do seu vestido. Ela, por sua vez, deslizou sua mão suavemente pelo meu corpo até encontrar o volume por baixo da calça. Meu pau a essa altura ja estava bem duro e ela percebia isso só em tocar o volume que ele produzia por baixo da calça. A cada carícia que fazia nela, percebia que  ela se arrepiava ainda mais. Passei a mão por dentro de sua fenda e percebi que sua calcinha estava úmida. Cheguei a salivar com a possibilidade de sentir seu gosto na minha boca.

O filme acabou e nós saímos da sala. Olhei em seus olhos e percebi o desejo em seu olhar. Ela também queria. Enfim... fomos ao estacionamento e nós não conseguíamos mais controlar aquele desejo que sentíamos um pelo outro. Até que num beijo novamente intenso eu revelei que a queria. E ela revelou que também me desejava. O clima esquentou novamente entre beijos, sussurros e caricías, eu a fui despindo. Fiquei encantado com o corpo que pouco a pouco eu visualizava. Despida, ela era ainda mais linda.

A intensidade dos beijos e carícias aumentavam cada vez mais. Meu celular começou a tocar e eu simplesmente o ignorei pelo simples fato de não admitir que nada atrapalhasse aquele momento que era só nosso. Júlia se sentiu incomodada com o toque do celular e me perguntou se eu não iria atender. Me recusei, pois naquele momento eu estava muito ocupado e quem quisesse falar, que ligasse em outro momento. Mas quem ligava era bem insistente de modo que cortou totalmente o nosso clima e Júlia me convenceu a atender.

- Alô!

- Senhor Renato Lima? – dizia a voz do outro lado da linha.

- Sim, sou eu.

- Boa noite. Aqui é do Hospital San German.

- Pois não.

- Sobre o menor Daniel Lima.

- Sim. É meu filho.

- Ele sofreu um acidente e nós encontramos seus dados nos documentos dele

- Como? Onde foi isso?

- Um acidente senhor. Preciso que o senhor compareça ao hospital para abrirmos o prontuário do paciente.

- OK, estou indo agora.

Desliguei o telefone aflito.

- O que houve Renato?

- Daniel acaba de sofrer um acidente e deu entrada no hospital.

- E o estado dele é grave?

- Ainda não sei. A atendente do hospital não me deu detalhes, mas preciso ir até lá para atualizar as informações dele para que possam abrir o prontuário.

- Fique calmo. Pois nervoso desse jeito você não irá conseguir dirigir.

- Tem razão. Bom, vou deixá-la em casa e depois vou ao hospítal.

- De maneira alguma. Não se preocupe comigo. Daniel precisa de você agora.

- Mas eu a busquei em casa, preciso levá-la de volta.

- Acontece que toda regra tem uma exceção e no momento, você precisa dar atenção ao seu filho. Não faltarão oportunidades para que o nobre cavalheiro me leve em casa.

- Tudo bem. Me promete que você me avisará quando chegar em casa?

- Sim, prometo.

Saindo do estacionamento do shopping, parei num ponto de táxi. Me despedi de Júlia e parti para o hospital. Estava muito nervoso. Chegando na recepção, me identifiquei e passei à atendente os dados que ela precisava. Estava aflito por notícias de Daniel.

Até que recebi uma mensagem de Júlia dizendo que havia chegado em casa. Menos uma preocupação. Não me conformei de tê-la deixado ir sozinha. Nem acreditei na atitude que ela teve. Pensou em mim antes mesmo de pensar nela. Se expôs ao perigo só pra que eu pudesse correr contra o tempo e chegar o quanto antes no hospital.

Ela perguntou pelo estado de Daniel e eu disse que ainda  não tinha nenhuma notícia.

- Fique calmo, meu bem. Tudo irá se resolver.

- Júlia eu estou muito aflito.

- Eu sei meu bem. Sei também que nessa situação é difícil manter a calma, principalmente quando não se tem nenhuma notícia. Mas tenta manter a calma. E qualquer coisa  que precise, lembre que eu estou aqui. Não hesite em me chamar.

- Ok.Vou me lembrar disso, obrigado. Um beijo e boa noite.

- Um beijo querido. Boa noite também.

Continua...

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