O Apoio de Júlia

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Capítulo 6

Renato

Ao chegar em casa, Júlia me enviou uma mensagem para avisar que já havia chegado, mas fez isso de uma forma bem provocante. Acho que ela já percebeu que gosto de ser provocado e, sinceramente está investindo nisso com maestria. Além de linda, gostosa, ainda consegue ser atenciosa e ter senso de humor. Sem contar que consegue mexer com meus instintos de forma peculiar, como nenhuma outra mulher conseguiu até hoje. Caralho que mulher é essa? Renato, meu caro, tu tá ferrado.

Olho para o lado e Daniel dorme. Aliás, nem se mexe. Me consome ver meu filho nesse estado. Sei que a partir de agora as noites serão longas. Vou passar a dormir no hospital. E pela manhã, vejo alguém pra ficar aqui com ele. Nossa, só agora me dei conta de que não contei nada a ninguém. Amanhã eu ligo para a mãe de Daniel para avisar sobre o acidente. Talvez ela possa se revezar aqui comigo. Deito no sofá e adormeço em minutos.

Acordo com o celular tocando. Olho no visor e vejo que é minha mãe. Atendo e percebo a aflição dela do outro lado da linha.

- Renato, cadê você? Estou há 2 dias te ligando e você não atende esse celular, por acaso você quer me matar do coração, garoto? – disse isso aos berros.

- Então mãe, eu estou no hospital. – Pronto ela ficou ainda mais desesperada.

- Ai meu Deus, o que fizeram com você, meu filho? O que foi que aconteceu? Me conta logo!

- Calma mãe! Eu tô bem. Estou aqui com o Daniel. Ele sofreu um acidente e está internado.

- Como assim, sofreu um acidente?

- Mãe, o médico chegou aqui, preciso desligar. Depois falamos. Deixa que eu ligo pra Regina e falo com ela, tá?

Desliguei o telefone e ouvi atentamente o que o médico disse. Daniel precisaria fazer uma tomografia e uma cirurgia na perna, devido à queda.

Liguei para Roberta e contei sobre o acidente. Ficou tão desesperada quanto minha mãe. É, acho que o único que consegue ficar calmo nessa situação sou eu. Em certos momentos, a melhor coisa é ser frio.

- Renato,como você pode deixar uma coisa dessas acontecer? Ele é uma criança.

- Roberta, desculpe. Mas nosso filho já deixou de ser criança faz tempo. Já tem dezessete anos e isso faz dele praticamente um homem já; portanto pare de tratá-lo como um bebê porque por essa fase ele já passou faz tempo.

- Ok Renato.

- Então, o filho é nosso e eu tô precisando de ajuda para cuidar dele. Estou aqui há dois dias sozinho,mas preciso resolver algumas coisas.Você pode parar de reclamar e revezar comigo ou vai continuar reclamando? – Já estava estressado.

- Tudo bem Renato, eu vou. Chego em 20 minutos.

Assim que ela chegou, liberei a entrada dela e adicionei seu nome ao cadastro de pessoas autorizadas a acompanhar Daniel no quarto. Deixei ela no quarto e fui pra casa. No caminho, liguei pra Júlia que parecia me atender com um sorriso na voz.

- Alô!

- Bom dia minha linda!

- Bom dia meu bem! Então, como estão as coisas por aí? Alguma novidade?

- Ele continua em coma. Terá que fazer uma cirurgia na perna. Consegui falar com a mãe dele e nós vamos nos revezar. Estou indo pra casa e depois vou trabalhar. E você como está?

- Estou bem. Não se preocupe. Então o quadro dele permanece instável?

- Sim.

- Entendo. Lembre do que eu te falei: tudo vai dar certo.

- Penso nisso a todo momento minha linda! Obrigado.

- Por nada querido.

- Roberta vai ficar com ele durante o dia e eu vou passar a noite no hospital. Posso te ligar mais tarde?

- Claro meu bem!

- Então, até mais tarde! Beijos

- Até! Beijos.

Entrando em casa, tomei um banho e me alimentei. Passei na casa da minha mãe e resumi toda a história do acidente para que ela entendesse. Para tranquilizá-la, avisei que Roberta estava com ele e eu dormiria no hospital.

Durante alguns dias essa era a minha rotina: trabalhar durante o dia e passar as noites no hospital. Algumas vezes, Júlia passava lá depois do trabalho; outras, nos falávamos por telefone. Ela estava me dando muita força,  ficando cada vez mais próxima e eu estava adorando isso.

Após duas semanas em coma, finalmente Daniel acordou. Mas precisaria ficar em observação por mais algum tempo. A cirurgia havia sido um sucesso, mas ele ainda não podia levantar da cama sem antes  iniciar a fisioterapia. Daniel estava melhorando e eu precisava contar isso à Júlia.

Continua...

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