2º Capítulo

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[15/05/18 — Terça-feira — 5h58]

Carlos descia as escadas até a cozinha já com uma mochila alçada em um ombro. Visualizava a mensagem recém encaminhada de Amanda sobre a atualização a respeito do projeto que davam andamento.

Ao chegar na cozinha, vira que seus pais ainda estavam ali, e estranhou.

— Por que ainda estão aqui? Já são praticamente seis horas.

Alex, pai de Carlos, sorriu enquanto bebericava seu café na caneca de porcelana. Vestia um traje formal e sua camisa branca estava com as mangas dobradas até o cotovelo.

— Sim, nós sabemos e já estamos indo. — Ele respondeu, se levantando do banco alto próximo do balcão central e fora até a pia. Lavando sua caneca. — Tchau. — Dera um beijo no topo da cabeça de Carlos.

— Amorzinho, não conseguimos trazer seus equipamentos de filmagem, mas você poderia ir buscar lá no shopping? É só dar isso à eles que irão saber do que se trata. Já está pago. — Informou Elena, mãe de Carlos, ao entregá-lo um documento e apanhar a bolsa sobre o balcão, indo até a porta em seguida. — Tchau, amorzinho, boa aula.

Carlos acenou para ambos, e fora tomar seu próprio café da manhã.

Carlos gostava de misturar café com leite, e dessa maneira, ele utilizou um copo com tampa para tal tipo de bebida. Seguiu para o colégio enquanto tragava o café pelas ruas, ao mesmo tempo em que escutava música em seu headphone.

Carlos amava se deslocar ao som das músicas eletrônicas. Elas carregam uma certa energia positiva que o fazem ter mais disposição nas manhãs. Como a maioria das pessoas, Carlos detestava ter que se levantar cedo, mas se tivesse uma boa música a se ouvir durante o processo, ele sequer se importava.

Chegou ao colégio a tempo dos portões se fecharem depois de alguns minutos. Encontrou Amanda pelos corredores, e sorriu em cumprimento.

— Leu a mensagem que te mandei? — Ela questionou.

Carlos assentiu.

— Meus pais não conseguiram pegar o equipamento ontem. Provavelmente eu vou passar no shopping hoje pra pegar.

— Como assim, provavelmente?

— É que eu estou com um pouco de preguiça de ir lá.

— Ah, por favor. — Ela revirou os olhos. — Seu apartamento nem é tão longe do shopping, dá pra ir à pé até lá.

Carlos sorriu, e adentraram a sala de aula.

— Sim, mas eu levaria quase três horas pra ir e voltar. — Disse, colocando sua mochila sobre a mesa. — Sabe o quê eu posso fazer nesse tempo?

— Ai, começou...

— Jogar. — Continuou ele. — Em três horas se dá pra fazer muita coisa.

Amanda suspirou.

— Enquanto você reclama, há milhares de mulheres sofrendo as consequências da violência doméstica nesse exato momento. — Ela disse, encarando-o, séria. — Então trate de se livrar dessa preguiça, porque temos vidas a serem salvas.

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