59° Capítulo

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[01/09/18 — Sábado — 02h16]

Embora a casa noturna estivesse em seu mais alto clímax de diversão, tampouco se comparava à situação no apartamento de Carlos.

— Alex, Alex... — Elena foi sacudindo de leve seu marido ao seu lado na cama, tentando despertá-lo. — Alex!

Hum? — Alex murmurou, sonolento. — O que foi, Elena? — Virou-se para ela.

— Alex, são quase três da manhã e o Carlos ainda não chegou. — Disse, enquanto se sentava na cama e apanhava o celular sobre o criado-mudo.

— Ele ainda deve estar lá, Elena, se divertindo. — Disse, voltando a se acomodar no travesseiro e fechar os olhos. — Não se preocupa, a Amanda está com ele.

— Eu sei, Alex, mas está tarde. — Elena disse, enquanto discava o número de Carlos. — Ele me prometeu que voltaria antes da meia-noite.

Alex riu.

— E você acha que é possível voltar de uma balada antes da meia-noite, Elena?

Ela apenas emitiu um ruído incrédulo, e levou seu celular para o ouvido. Mas conforme passava os segundos, mais aflita ela ficava ao ver que Carlos não estava atendendo.

— Ele não atende! — Reclamou, tentando discar novamente.

— É claro, querida, à essa altura ele deve estar dançando sem parar. Não tem como ouvir ou sentir o celular tocando. — Disse. Depois virou levemente o corpo para vê-la. — Fique tranquila, amor, ele está bem. Tenho certeza.

Elena encarou brevemente os olhos de Alex. Não estava convencida.

— Mas e se ele, sei lá, se machucar... ou então desmaiar por conta da multidão, calor, ou até mesmo por beber demais? — Ela teorizava. Depois ergueu as sobrancelhas, assustada com o que acabou de dizer. — Alex, e se ele estiver bebendo demais?!

— Carlos não bebe, Elena. E mesmo se bebesse, ele saberia como controlar. — Disse, calmo e sorrindo. — Sério, ele tá bem. Daqui a pouco ele está de volta, ou então pode acabar passando a noite na casa da Amanda. Nada de ruim vai acontecer.

Elena ainda encarava seu marido, mesmo ele já tendo virado o corpo afim de voltar a dormir. E ela se ajeitou um pouco na cama, mas ainda estava ponderando. Tentando controlar seus pensamentos que a todo instante insistia com imagem de Carlos nas mais diferentes situações em que ele supostamente estava. Todas ruins, é claro.

Mas cedeu ao o quê Alex disse. Carlos sabia como lidar com qualquer tipo de coisa, e agora não seria diferente. Por isso, posicionou o celular novamente no criado mudo, e enfim se ajeitou pra deitar na cama.

Só que seus olhos ainda estavam abertos, encarando o teto, e mexendo seus dedos e pernas. Estava muito tensa. Não seria tão fácil voltar a dormir.

À quilômetros dali, na casa noturna, Carlos posicionara sua quarta dose de Cosmopolitan na mesa de centro do sofá circular, onde estava sentado junto à Leonardo.

— E foi assim que passei no exame mais difícil que aquela escola já aplicou pro pessoal. Tipo, eu nem precisei estudar pra aquilo, sabe? — Carlos relatava a Leonardo ao seu lado. Também parecia mais agitado e feliz que o normal. — Eu não entendo o porquê que fazem testes tão fáceis assim. Acho que eles gostam de me subestimar. Ou talvez sentem medo.

Leonardo riu.

— Isso é verdade. — Amanda, que estava no outro sofá, concordou. — A galera não consegue criar uma prova decente. Se é pra testar o conhecimento, não vai adiantar nada se nem eles tem o conhecimento de como testar a gente.

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