37º Capítulo

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[02/07/18 — Segunda-feira — 8h12]

Carlos se encontrava em casa. Especificamente em seu apartamento. O restante do fim de semana foi o último, mas bem aproveitado naquele hotel deslumbrante. Embora tenha curtido os momentos por lá, Carlos não via a hora de retornar ao seu lar.

Seus pais voltaram a rotina normal de trabalho. As curtas férias que tiraram, era apenas para acompanhar a recuperação de Carlos, então já era previsto o retorno deles.

As férias escolares já haviam começado, e Carlos iria usufruir o máximo que poderia. Porém, naquele mesmo dia ele retornaria seus serviços na YuTech. Mas não se sentiu triste por isso, afinal, foi uma escolha sua, e não se arrepende nem um pouco dessa decisão. Embora sua mãe tenha deixado claro o quanto essa decisão não deveria ter sido feita. Temia que ele não tenha se recuperado totalmente, e se estava de fato apto para voltar a trabalhar. Tanto fisicamente, quanto psicologicamente.

Mas Carlos provou estar pronto para voltar. Fosse pelo seu entusiasmo, ou simplesmente convencê-los que nada de ruim aconteceria novamente. Sabia que seus pais — sua mãe, principalmente — apenas se preocupavam.

Carlos dormia serenamente naquela manhã. Tão silencioso e tranquilo, mesmo não estar sonhando naquele momento. Mas, a campainha do apartamento fora tocada.

De início, ele apenas se remexeu na cama. Seu sono era leve, mas não foi o suficiente para acordá-lo. Porém isso não bastou, pois a pessoa tocou diversas vezes em seguida. Despertando-o violentamente até que, no susto, ele caiu da cama.

Desorientado e confuso, Carlos tentou se levantar ao apoiar-se no criado mudo. Porém, ele calculou mal onde deveria posicionar sua mão e acabou se desequilibrando, caindo novamente. Logo em seguida, conseguiu se levantar sem precisar se apoiar. O toque da campainha era incessante e mantinha um ritmo frequente.

Um pouco mais lúcido, Carlos começou a se irritar a medida em que descia os degraus da escada e indo ao encontro da porta. Mataria quem quer que fosse o infeliz a lhe acordar tal hora da manhã. E do pior jeito possível.

Furioso, ele caminhou à passos pesados a distância restante até a porta. Destrancou, e a abriu. Revelando a pessoa, que ainda continuava a tocar a campainha, com um sorriso travesso: Luke.

Carlos se espantou com sua aparição repentina e imaginou estar sonhando. Ver Luke em sua frente, bem vestido em um traje de esporte fino, compondo um tênis, calça de sarja preta, uma camiseta preta sem estampa e um blazer cinzento por cima. Dúvidas lhe inundavam mas ele não conseguia se concentrar nelas, pois Luke ainda não havia parado de pressionar a campainha.

Carlos, furioso, segurou no pulso dele e cessou seus movimentos.

— O quê está fazendo aqui?! – Perguntou ele, totalmente estressado.

Luke gentilmente removeu a mão de Carlos do pulso, e disse:

— É assim que costuma receber suas visitas?

— Você não é visita. É um invasor. Como subiu até aqui sem a aprovação do Juliano? — Indagou.

— Aquele velho distraído? — Questionou, apontando para trás. — Não ficaria surpreso se esse prédio fosse assaltado sem ninguém perceber.

— Então veio até aqui pra reclamar do porteiro do prédio?

— Alguém precisava fazer isso, não é?

Carlos riu forçadamente, em sarcasmo. E depois ficou encarando Luke, que ainda o esperava tomar uma atitude. Carlos corou ao perceber a situação, e imediatamente abriu um pouco mais a porta, se afastando para que Luke adentrasse.

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