31º Capítulo

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4° Período: Máscaras

[23/06/18 — Sábado — 3h01]

A pesada e incessante chuva cobria todo o corpo de Carlos, enquanto a passos apressados, ele caminhava de volta para o hotel. Ele tinha a sensação de estar sendo seguido. Apesar de não haver pessoas nas calçadas e nem carros trafegando as ruas, ele era capaz de ouvir barulhos de passos nos mesmos ritmos que os seus. Fora isso, apenas o som raivoso da tempestade era capaz de ser ouvido.

Carlos mantinha seu olhar a todo instante por cima dos ombros, procurando qualquer sinal de gente suspeita. Ao manter seu olhar para frente novamente, Carlos colidira com uma parede. Estranhou, pois, até então, o caminho parecia ser livre.

Recuperando seus sentidos, ele notou que colidiu na parede de um beco. Ao olhar para trás, teve a exata certeza de que estava em um. Ele ia sair quando sentiu ter pisado em algo. Olhando para o chão, notou que era uma pistola.

Entrara em desespero. Mais ainda que, pelo caminho afrente, haviam não só mais pistolas, como também, corpos ensanguentados que o impediam de avançar para a saída do beco.

Carlos sentira seus batimentos acelerarem, olhou para trás e viu que na parede do beco estava escrito em vermelho sangue: Você devia ter ficado calado. Depois disso, Carlos olhou para suas mãos, e as vira cobertas com o mesmo líquido.

Seus batimentos estavam em frenesi. Olhou para a saída do beco, para tentar escapar, mas foi impedido ao colidir no peitoral de alguém.

Ao olhar para a pessoa, ele viu Wesley. Parcialmente ensanguentado, e com alguns furos de bala no corpo. Wesley caiu em seus braços, e Carlos teve dificuldades em segurá-lo, até que ambos caíram.

Carlos se levantou e ficou por cima de Wesley, desferindo alguns tapinhas no rosto para ver se ele despertava. Mas era em vão, ao sentir seus batimentos, Carlos percebeu que eles não existiam.

Sentiu seus olhos arderem. Lágrimas se misturando com a água da chuva, e o som raivoso dela cobrindo o barulho do choro dele.

Carlos escutara alguém atrás de si, e mirara seu olhar para a saída do beco. Vira a silhueta de um homem, mas não conseguira identificar quem era. Mas, ao trovejar e por pouquíssimos milésimos o ambiente ser iluminado pela luz do raio, Carlos percebera que o homem era Luke.

Imediatamente tentara gritar por ajuda, mas sua voz não saía. Luke parecia olhar pelo estado do beco, estudando-o. Entretanto, tudo o que ele fez, foi dar uma última olhada em Carlos, e depois se retirar dali.

Carlos sentiu tudo tremer e desmoronar. Prédios estavam caindo a sua volta, e a chuva insistia em cair mais e mais. Ele não tinha reação, mantinha seu olhar fixo para frente. Desacreditado com a atitude de Luke.

Quando tudo estava em ruínas ao seu redor, ele notou um brilho de meio segundo à alguns metros dele. Quando um raio iluminou tudo novamente, Carlos notou que era Heather, segurando um rifle de precisão, sendo apontado para ele mesmo.

Heather sorriu. E, ao preparar seu rifle, ela disparou. A bala cortava o vento tão rapidamente, que tudo o que Carlos viu, foi o seu fim.

Carlos despertou violentamente. Estava ofegante, e se sentiu suando pelo corpo todo.

Enquanto ofegava, ele olhou para o ambiente ao redor. Estava no quarto do hotel, e se aliviou por tudo ter sido um pesadelo. Mas temia o quão real ele poderia ser.

Carlos se levantou e foi em direção à suíte. Lavou o rosto, e se olhou brevemente no espelho. Suas bochechas estavam levemente vermelhas e os cabelos parcialmente desarrumados. Fazia tempo que tivera seu último pesadelo. Mas os outros tampouco chegaram aos pés do terror que esse fora.

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