69° Capítulo

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[25/09/18 — Terça-feira — 17h09]

Uma das coisas mais fascinantes que existem no mundo, é o pôr do sol diante do mar. O azul da água cede seu total protagonismo ao crepúsculo perfeito sob o céu, permitindo que a noite apareça mais deslumbrante ainda. Repleta de uma beleza exclusiva que somente poucos possam presenciar. E Carlos observava esse fenômeno pacientemente enquanto se debruçava na barra de ferro que separa a borda do Iate, do mar. A brisa gélida, porém refrescante, balançava momentos e outros seus cabelos negros e a camiseta regata. Mas nada lhe tirava o foco em apreciar e aceitar esse privilégio de poder ver o pôr do sol da maneira que jamais imaginou.

Ele bebeu um pouco do suco que segurava, e depois deu uma olhada na hora quando tirou o celular do bolso. Por mais que estar ali estivesse sendo incrível até agora, ele precisava voltar antes que a noite avançasse mais ainda. Então, quando cogitou guardar o celular de volta ao bolso e sair do cercado, Carlos sentiu suas costas serem tocadas e acariciadas de leve. Além de também vê-lo se debruçar na barra ao seu lado.

— Acabei de falar com alguns sócios do meu irmão, e consegui fazer com que agilizassem o envio do documento de posse pra eu assinar. — Luke comentava, também olhando o mar em seu estado mais belo. Mas depois encarou Carlos ao lado. — Agora o Iate finalmente é meu.

Carlos abriu um sorriso simples, mas completamente sincero e verdadeiro.

— Parabéns. — Bateu de leve nas costas nuas de Luke. — Você é oficialmente um cidadão que compra Iates por esporte.

Luke riu alto, assentindo com a cabeça.

— Acho que sim. — Disse. E ficou em silêncio por poucos segundos. — Quer dormir aqui comigo? Pra estrearmos o Iate junto?

Carlos o olhou. Aquele meio sorriso cínico estava estampado entre a barba loira precisamente bem aparada. Avançou cordialmente nele para um selinho, e então acariciou os fios claros enquanto o olhava.

— Eu tenho aula amanhã. Desculpa. — Disse, triste, porém sorrindo.

— Não pode faltar só um dia?

Carlos negou com a cabeça e se debruçou novamente na barra dourada.

— Poder eu posso, mas não gosto. — Respondeu. — Além disso, não falta muito para as provas finais chegarem, e o ano acabar. A tolerância de faltas lá é bem curta. Preciso garantir que eu as use quando mais necessitar. Principalmente agora.

Luke sorriu, e assentiu, compreendendo.

— Tudo bem.

— Desculpa. — O abraçou de lado, repousando a cabeça no corpo dele.

— Não, de boa. — Retribuiu o gesto, e beijou o topo da cabeça de Carlos. Passando a afagar o braço dele. — Pode ficar pra uma próxima. Vai demorar um pouco pra levar o Iate de volta ao porto pra reabastecer e tal. Até lá a gente planeja um dia pra ficar aqui.

Carlos envolvia a cintura dele com os dois braços e, encarando-o, deixou seus lábios serem tocados pelos dele. Ascendendo novamente todos os prazeres que sentiu quando estava dentro da cabine com ele. Cada segundo trazendo mais intensidade e vontade de sentir suas peles quentes diante das carícias. Tempo que foi capaz de fazer seu coração bater como nunca havia sentido antes.

— Pode me levar de volta? — Carlos pediu, quando gentilmente se afastou dos lábios dele. — Não quero chegar tão tarde em casa. Até porque a viagem é bem longa.

Luke desferiu um selinho antes de responder.

— Claro. — Desfez o contato que tinham, e pegou o celular do bolso. — Vou só ligar pra alguém do píer pra poder levar o jet ski de volta ao depósito.

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