14º Capítulo

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[31/05/18 — Quinta-feira — 9h50]

Carlos já se encontrava na escola. Estava deitado sozinho no gramado, como de costume durante o intervalo. Ela havia chegado primeiro por lá, e apreciava os raios solares, em conjunto com o clima frio, trazendo um equilíbrio que lhe era prazeroso. Ele ouvia de uma boa playlist de música eletrônica em seu headphone. O momento não poderia ser mais perfeito.

Ele já havia removido seu curativo por conselho médico, pois sua leve ferida precisava se curar sem a ajuda do item, para a cicatrização ocorrer corretamente. Ele havia passado um pouco de maquiagem na região do pequeno e pouco evidente corte, para disfarçar um pouco.

Carlos temia reencontrar o Matias e seus amigos novamente mas, por enquanto, eles não apareceram. Carlos teria que evitar ir ao banheiro sozinho, para não ser pego de surpresa novamente.

Enquanto apreciava em meio a sua música, Carlos sentiu um impacto em seu tórax, que o fez se assustar e instantaneamente se inclinar para ver o que houve. Ele notou que Wesley estava sobre si, rindo da reação assustada que ele expressou.

— Meu deus, não faça mais isso... — Proferiu Carlos, deitando-se novamente na grama fresca, removendo seu headphone, e recuperando-se do susto.

— Tá distraído hein, gato? — Disse Wesley, rolando para o lado e deitando perto de Carlos.

— É lógico, estava ouvindo música!

— Como sempre, não é? — Comentou Amanda, se aproximando dos dois, com duas latas de refrigerante.

— Pois é, era minha oportunidade de aproveitar as músicas antes vocês me encherem o saco! — Respondeu Carlos, brincalhão.

Wesley e Amanda riram.

— Toma. — Amanda deu uma lata para Carlos, que sentou e pegou.

— Obrigado. — Abriu a lata, e logo bebericou.

— Estão preparados para amanhã? — Questionou Amanda ao beber um gole de seu refrigerante, se referindo ao seminário que os três prepararam no decorrer das semanas.

— Só quero acabar com isso logo. — Disse Carlos.

— Eu também. — Disse Wesley, com a boca cheia de uma coxinha que estava degustando. — Quero ficar livre logo.

— Nossa como vocês dois são ridículos. — Amanda os repreendeu, incrédula. — Onde está o profissionalismo de vocês? Estamos há semanas desenvolvendo isso. Vidas estão em nossas mãos, nosso futuro e credibilidade depende desse projeto... VOCÊS QUEREM PARAR DE GRAÇA?! — Berrou ela ao perceber que Carlos e Wesley estavam abafando o riso.

Como se não bastasse, eles riram, deixando Amanda mais perplexa do que já estava.

— Quer saber? — Ela se levantou, furiosa. — Vocês dois que se lasquem. A credibilidade será apenas minha! — Ela saiu dali às pressas, e fora em direção ao pátio.

Carlos e Wesley riram mais um pouco.

— Ela vai matar a gente. — Disse Carlos, finalizando o resto do seu refrigerante.

— Eu não vou deixar. — Respondeu Wesley, encarando-o, em seguida se aproximou de Carlos para beijá-lo, mas ele recuou. — O quê foi?

— Aqui não... — Disse, em um tom de voz apreensivo, e olhando para os lados na tentativa de ver se alguém os vigiava.

Wesley recuou um pouco, e suspirou.

— Odeio esconder nosso relacionamento.

— Eu sei, eu também, mas... não vamos arriscar...

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