[02/10/18 — Terça-feira — 05h32]
Luke havia deixado Carlos dormindo serenamente em seu quarto, e saiu da mansão a caminho de um local específico, horas antes de irem para o aeroporto. Pretendia conversar com alguém para assim ir à França mais tranquilo.
Ele caminhava pela estrada de pedra cercada de um vasto jardim bem estruturado e cuidado, enquanto visualizava os túmulos e lápides pouco desgastados, mas de alta qualidade com os nomes dos falecidos.
Sua camisa social preta estava com as mangas dobradas até o cotovelo, e tanto sua calça quanto sapatos, contavam com a mesma coloração. Segurava um buquê de Lírios recém comprados em uma das mãos, enquanto a outra mantinha o paletó suspenso em seu ombro apenas com o dedo indicador. A ventania sutilmente fraca ainda era capaz de mover seus cabelos loiros, enquanto o ar gelado daquela manhã só conseguia aquecê-lo internamente. Mas estava tão sereno quanto.
Chegou até uma parte em específico daquele local. Jamais imaginaria estar ali, e se sentiu indiferente por não tê-la visitado antes. Só que Luke não gostava de lugares assim. Cemitérios eram rodados por memórias e dores que ele sequer cogitava em desenterrar. Mas estava ali por único motivo apenas, e sorriu de canto ao ver o nome na lápide de mármore negro liso. Um sorriso que conseguia ocultar sua real tristeza em ver o nome da mulher que lhe deu a vida, gravada ali.
— Você estava certa. — Ele disse, encarando o nome de sua mãe em letras maiúsculas, junto a data de nascimento e o de sua ida. — Sempre esteve, eu só não queria ver antes. Mas agora eu percebi. Consigo ver sempre quando olho nos olhos dele e lembro do que você me disse.
Luke se aproximou um pouco da lápide e agachou levemente, se apoiando nos calcanhares.
— Espero que você esteja bem, seja lá onde esteja. E quero que saiba que eu também estou. — Luke dizia, encarando o buquê de Lírios. Distraindo-se com seu aspecto. — Talvez eu nunca estaria se você não tivesse me dito aquelas coisas quando eu precisei do seu conselho. Você sempre foi melhor do que aquele psicólogo que me consultava. — Riu um pouco, até se desmanchar e sussurrar suas próximas palavras. Seu cenho estava franzido, segurando o choro. — Você sempre foi melhor do que todos, na verdade. E eu sinto muito a sua falta.
Uma lágrima desceu de seu olho, mas ele rapidamente a repreendeu. Passando a esboçar um sorriso otimista. Posicionou o buquê de Lírios sobre a base da lápide. A flor era a favorita de Rita. Se lembrava que, todas as manhãs, Luke as cultivava e levava para ela na mansão durante sua infância. Se recordava do sorriso que ela lhe desferia em agradecimento, e qual ele devolvia, satisfeito por conseguir agradá-la. O sorriso dela estava muito bem estruturado em sua mente, e Luke repreendeu outra lágrima que insistiu em deixar seus olhos.
Se levantou e dera uma última olhada na lápide.
— Adoraria um conselho seu pra lidar com eles lá em casa, mas... — Pusera sua mão no bolso, enquanto a outra ainda segurava seu paletó no ombro. — Estando com ele, é a mesma coisa que estar com você. Vocês dois são perfeitos na minha vida. Então... obrigado. Por me fazer ver o que eu sentia.
Luke sorriu novamente, e olhou para a estrutura de mármore negro por mais alguns segundos, até sentir a necessidade de ir embora. Mas estava preenchido com um grande alívio e calma.
Retrocedeu pela estrada de pedras até a saída do cemitério. Estava pronto para lidar com seus parentes na França. Assim como estava mais que preparado para encher seu namorado da alegria que ansiava em transmitir durante seus dias por lá. Pronto para qualquer coisa.
[...]
— Nossa, Luke. Ele é enorme. — Carlos estava maravilhado admirando o avião que embarcaria dentro de alguns minutos, através da janela de uma cafeteria com Luke. — Como que isso consegue sair do chão?
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IMPÉRIO [✓]
AdventureCarlos achou que entrar numa multinacional cobiçada pelo ramo da tecnologia, seria a base para encontrar sua vocação que tanto almeja no auge dos seus 18 anos. O garoto, que esbanja uma inteligência impecável, ainda não descobriu o que quer ser da v...