39º Capítulo

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[06/07/18 — Sexta-feira — 09h05]

Carlos acabara de calçar o último par de seu tênis para poder sair do apartamento. Conferiu seu visual no espelho, e deduziu estar tudo certo para ir até uma loja afim de comprar pilhas recarregáveis. Se chocou que havia comprado um pacote dois dias atrás e elas tampouco duraram quando quisera jogar um pouco em seu Xbox.

Depois de ter dado bom dia para Juliano, Carlos seguiu pela calçada enquanto ouvia música em seus fones de ouvido. Fazia frio, embora o sol estava livre para brilhar com a ausência de nuvens. Era normal naquela época, principalmente em São Paulo.

Depois daquele evento no elevador, Carlos sequer queria saber de Pedro, quando ele havia mandado algumas mensagens para si, se desculpando. Sabia que Pedro provavelmente não tinha nada a ver com as atitudes de Júlia, mas ele evidentemente se divertia com os assédios que ela dava em si. Por conta disso, Carlos bloqueou o número de Pedro até pensar no que fazer com ele, futuramente.

Ainda seguindo pela calçada, Carlos parou em um semáforo da avenida e aguardava a passagem ser liberada para si. Mantinha suas mãos no bolso da jaqueta enquanto observava o tráfego de poucos carros pelas ruas, e pessoas pelas calçadas. Nada de anormal, até então.

Carlos vira a Bugatti atrair a atenção de algumas pessoas, não só quando se aproximava de si, como também ao de fato estacionar no vão da calçada onde exatamente ele estava parado.

Incrédulo, Carlos via a janela do passageiro abaixar automaticamente e de lá contemplar Luke, no qual estava levemente inclinado para vê-lo.

— Onde está indo? — Ele perguntou, sorrindo.

— Tô só passeando. — Respondeu, ao retirar seu headphone e posicioná-lo em torno do pescoço. — E você?

— Passeando também.

Carlos riu brevemente. Luke abriu a porta do passageiro automaticamente quando pressionou um botão ao seu lado.

— Entra aí. — Pediu ele. — Vamos passear juntos.

Carlos sorriu por breves segundos. Hesitava, na verdade, pois sua intenção era apenas de seguir até a loja, comprar o que precisava e retornar para casa.

— Não pode ser outra hora, Luke? — Perguntou. — Estou meio ocupado agora.

— Não, não pode ser outra hora. — Luke disse, se retirando do veículo e encarando Carlos através do teto, debruçando-se nele. — Eu preciso conversar com você. É bem sério, na verdade.

Carlos franziu a testa. Mesmo que Luke estivesse esboçando um meio sorriso, Carlos sentiu que de fato aquelas palavras carregavam a seriedade que o loiro queria transparecer.

— Vai demorar? Eu vou precisar voltar pra casa e depois ir para a empresa.

— Não vai se você entrar logo. — Respondeu, adentrando o carro novamente. — E seu expediente começa às duas da tarde. Tem tempo o suficiente ainda.

Carlos ponderou, mas decidiu entrar. Luke logo voltou a dirigir assim que o garoto posicionou o cinto. Também viu que Luke estava com trajes sociais, e tentou não reparar muito nos braços dele. Afinal, as mangas da camisa branca estavam nos cotovelos, exibindo seus poucos pelos loiros naquela região.

Não houvera conversa durante o percurso. Apenas o rádio estava ligado, enquanto reproduzia música num volume mediano. Carlos se mantinha o tempo todo olhando para a janela e ponderando no que Luke queria conversar. Se perguntou se ele sabia o que acontecera ontem, no elevador.

Quando Luke virou em uma rua, Carlos percebeu que já estivera ali, uma vez. Era um bairro nobre e luxuoso. Conhecia aquele aspecto exuberante, pois havia visitado o local apenas uma vez quando Luke o levara para uma loja da classe alta. Dia esse em que Luke havia pedido sua ajuda para opinar em algumas roupas que ele compraria.

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