36º Capítulo

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[01/07/18 — Domingo — 16h21]

Carlos adentrava o portão de uma mansão um pouco próximo à sua casa. Mansão ao qual lhe foi liberada a passagem assim que o porteiro reconheceu seu rosto familiar.

Naquela mansão, enquanto subia a calçada da pequena estrada que levava até a garagem, Carlos buscava se reconciliar com Amanda. Não havia falado com ela desde o incidente na lanchonete, na semana passada. Não se lembrava da última vez em que ambos ficaram sem se falar por tanto tempo. Talvez porque nunca aconteceu antes.

Carlos levava um buque recém comprado de Tulipas vermelhas. Flores favoritas de Amanda. Acreditou que tal aquisição amenizaria, no momento em que fosse se desculpar.

Ele tocou a campainha assim que chegara às grandes portas de madeira estilizada. Ele ajeitou um pouco do seu visual simples e moderno, entre um conjunto de camisa vinho de botões, e uma calça de sarja preta.

Não demorou muito até que a porta fora aberta, surgindo o mordomo da residência.

— Seu Severo. — Carlos cumprimentou o homem elegante, de cabelos grisalhos muito bem penteados. — Boa tarde.

— Senhor Carlos. — Ele o cumprimentou de volta.

— Amanda está? — Indagou.

Severo assentiu.

— Está nos aposentos dela. — Disse ele, dando espaço para que Carlos adentrasse.

— Obrigado. — Disse adentrando.

Severo ergueu uma sobrancelha ao notar nas flores que Carlos carregava. Teve dúvidas, embora não transparecera em seu semblante. Porém, Carlos entendeu o que ele queria expressar. Se envergonhou, mas decidiu não se justificar.

— Irei subir. — Anunciou.

— Como quiser. — Disse Severo, indo à caminho de outro cômodo.

Carlos resolveu subir a larga escadaria, indo ao encontro do quarto de Amanda, pouco ao fim do corredor repleto de quadros bem emoldurados e algumas esculturas do mais fino mármore.

Ele efetuou algumas batidas no quarto. Ouviu a voz abafada e um pouco trêmula de Amanda, dizer que ele poderia entrar. Carlos estranhou aquele tom de voz, e decidiu abrir.

Ele a viu, naquele gigantesco quarto branco, com tapetes e cortinas douradas, onde Amanda estava sentada no meio de sua larga cama de casal embutida com algumas cortinas também douradas, porém dobradas às colunas da cama.

Conforme se aproximava, Carlos notava que ela parecia estar chorando, pois seu rosto além da expressão, estava cabisbaixo. Mas não foi por vê-lo agora, e sim por um motivo anterior à sua chegada.

Amanda sorriu ao ver o quê ele segurava delicadamente nos braços, e se levantou da cama, indo ao seu encontro.

Carlos entregou o buquê, sorridentemente humilde e deixando claro seu arrependimento pelos dias anteriores.

— Obrigada. — Ela disse, assim que lhe desferiu um abraço cheio de gratidão e felicidade em vê-lo.

— Me desculpe... por esses dias. — Foi dizendo, meio sem jeito.

Amanda sorriu, e se aconchegou um pouco mais com as tulipas que recebeu.

— Está tudo bem. — Respondeu ela, posicionando as flores em uma cômoda próxima.

Depois disso ela segurou nas mãos dele, e o conduziu até a cama. Carlos não relutou e antes de subir, retirou seus tênis. Amanda cruzou suas pernas, e Carlos também. Houve silêncio, até que Carlos notou no rosto dela, um pouco úmido e levemente inchado de um choro recente.

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