Epílogo: Wesley, a Coruja

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[07/11/18 — Quarta-Feira — 7h37]

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[07/11/18 — Quarta-Feira — 7h37]

Todo o prejuízo naquele hospital ocorreu dentro de uma hora. A enfermeira tinha acabado de trocar o soro fisiológico que alimentava os tubos em Wesley, e partiu para entregar os resultados que colheu da saúde dele até o doutor. Poderia ter sido sua distração em se conferir os detalhes na ficha enquanto caminhava pelo corredor, que acabou não vendo um agente disfarçado de enfermeiro que ia pelo percurso oposto. Esse que só precisou abrir a porta, retirar as agulhas presas em Wesley, e deixar com que os paramédicos também disfarçados cuidassem do resto.

A ambulância requisitada para que a fuga continuasse intacta, cumpriu o exatamente o que havia sido planejado desde o início. Levar Wesley até a base da corporação foi uma missão cumprida com êxito, pois, profissionais do jeito que eram, absolutamente ninguém conseguiu rastreá-los desde o momento em que anunciaram o sumiço de um paciente naquele hospital particular.

Com o passar de alguns dias, e cuidados necessário para que Wesley se recuperasse 100%, ele já tinha uma nova missão. O fracasso no mês passado rendeu uma outra chance para que ao menos pudesse eliminar aqueles que não serviam mais para a corporação. Alvos específicos que se esconderam bem mas, com Wesley na operação, nada escapava.

Tanto até que seu último alvo errou ao achar que estaria seguro num apartamento luxuoso. Tudo o que Wesley precisou para passar despercebido foi um traje social e sua sagacidade e um cartão específico dado pelo seu superior, para ter acesso aos elevadores. E, ao chegar no quarto 508, ele apenas inseriu o cartão na fechadura e enfim pôde entrar mantendo uma postura de como se fosse ele o proprietário daquele apartamento.

Como estava de terno, sua pistola com um silenciador poderia ser facilmente apanhada. Andava num ritmo normal, e sequer se importava se seu sapato social fazia barulho ou não. Estava confortável demais para lidar com aquele alvo. Afinal, não só o conhecia, como também esperou por aquele momento há muito tempo. Seu superior foi esperto em lhe designar para aquele trabalho, pois sabia do desafeto que Wesley tinha com Nicolas. Ambos haviam sido colegas na corporação por anos, mas inegavelmente quase não se davam bem. Talvez fosse o fator genético entre eles, ou algo mais pessoal que somente os dois entendiam.

E lá estava ele. Enchendo uma taça com vinho no balcão da cozinha, enquanto se distraia com a música clássica que emanava da sala e se esvaía pelos outros cômodos. Talvez foi por isso que não ouviu Wesley caminhando pelo corredor até chegar na entrada daquela cozinha moderna.

O gemido de dor de Nicolas, veio antes do barulho da taça e da garrafa de vinho se quebrando em vários pedaços no chão. O disparo de Wesley acertou o ombro dele em cheio, tanto até que colidiu no balcão logo atrás quando a bala perfurou sua pele. Porém, seu espanto não foi em ter sido um alvo, mas sim ao ver quem foi o responsável. Precisou levar uma mão até seu ombro antes de qualquer coisa.

— Wesley, o que... — Se interrompeu, pois as pontadas de dor eram elevadas demais pra manter a frase íntegra. — O que você tá fazendo aqui?

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