[03/10/18 — Quarta-feira — 9h14]
Carlos não se lembrava da última vez que foi acordado pelo canto de pássaros. E muito menos com a iluminação natural invadindo as janelas e atravessando as cortinas, colidindo diretamente com seus olhos que ainda estavam se acostumando com o ambiente. Mas, por outro lado, a cama era tão macia e confortável que lhe fez dormir tão bem como nunca tinha dormido antes.
Se ajeitou pra virar com corpo na tentativa de evitar tanta luz, mesmo que tivesse trazido o edredom até sua bochecha. Mas esse movimento lhe forneceu a visão de seu namorado no outro lado da cama. Diferente de si, Luke parecia não se incomodar com a questão do reflexo solar abraçar o rosto, pois, aparentemente, ele parecia estar dormindo profundamente. E Carlos se intrigou com esse momento, já que era a primeira vez que via Luke durante o sono. Normalmente ele costumava acordar antes.
Carlos prestou bastante atenção em como ele reagia num estado de calmaria suprema como aquele. O edredom somente cobria da cintura pra baixo, o que deu a oportunidade de Carlos poder ver o abdome dele subir e descer por conta da respiração pacífica e sincronizada. Uma das mãos dele estava imersa no travesseiro, fazendo com que seu bíceps ganhasse mais destaque. Sem contar os cabelos loiros bagunçados, mesmo estando curtos. Mas o fascínio de Carlos estava completamente voltado ao conceito principal, que era poder assisti-lo num momento tão frágil como aquele.
Silenciosamente, Carlos decidiu se aproximar um pouco mais dele ao se arrastar até o meio da cama. Apoiou sua cabeça numa mão e, curioso, observou seu namorado com mais atenção. Devido essa proximidade, Carlos agora conseguia ouvi-lo respirar suavemente e até mesmo lhe atentar a encarar o abdome dele reagindo. Sabia exatamente como era sentir aquela pele levemente dourada, mas nada lhe impediu de poder acariciá-la novamente. Lisa e perfeitamente tentadora. Tal como era sentir os gomos do abdome dele.
Ainda insatisfeito, Carlos decidiu cobrir o espaço restante entre seus corpos quando se aproximou mais dele. O fato de um braço de Luke estar debaixo do travesseiro, permitiu que Carlos pudesse repousar sua cabeça no peitoral e envolver o corpo dele com seu próprio braço. Era dessa maneira que gostava de estar com Luke: apenas abraçando-o sem precedência alguma. O que tornou tudo melhor em saber que ele ainda estava dormindo enquanto ouvia o coração dele bater. A sensação dele estar ali, receptivo, era intrigante.
Mas em seguida, Luke não só inspirou ar demoradamente, como também pareceu estar despertando quando soltou um gemido rouco e breve ao expirar. Carlos sequer se mexeu, pois, mesmo tendo acreditado que seu namorado provavelmente estava de olhos abertos, ele preferiu aproveitar esse momento. Fingindo que dormia sobre o peitoral nu dele. Apenas conceituando aquele momento como se fossem um casal de anos, acordando juntos de manhã. E Luke pareceu pensar a mesma coisa, pois decidiu acariciar as costas de Carlos através de movimentos simples e delicados. Ambos usufruindo de um silêncio perfeito, com exceção dos pássaros ainda cantando.
— Dormiu bem, amor? — Luke indagou, com o tom de voz matinal rouco. E agora acariciava os cabelos de Carlos.
E ele assentiu com a cabeça. Passando a levar sua perna sobre as de Luke.
— Sim, com certeza. — Respondeu. — Não sei se é por eu ter dormido na França pela primeira vez, ou por realmente estar cansado depois da viagem.
Luke riu com a boca fechada.
— A segunda opção é mais viável. — Disse, fazendo voltas com os dedos nos fios negros do namorado.
Carlos se ajeitou para olhá-lo, apoiando a mão na cabeça.
— Mas e você? — Devolveu a pergunta, sorrindo. — Também dormiu bem?
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IMPÉRIO [✓]
AdventureCarlos achou que entrar numa multinacional cobiçada pelo ramo da tecnologia, seria a base para encontrar sua vocação que tanto almeja no auge dos seus 18 anos. O garoto, que esbanja uma inteligência impecável, ainda não descobriu o que quer ser da v...