33º Capítulo

1.6K 177 83
                                    

[25/06/18 — Segunda-Feira — 14h17]

Carlos caminhava em direção à um parque não muito longe do hotel onde estava hospedado. Wesley havia lhe enviado uma mensagem querendo tratar de um assunto em específico. Embora ele não tenha entrado em detalhes, Carlos tinha o pressentimento do que ele iria dizer, e estava nervoso e receoso do que iria escutar.

Ainda não obteve respostas de Amanda, ao deixar uma mensagem para ela com um pedido de desculpas. Sentiu a necessidade de fazer isso, pois odiava vê-la daquele jeito. E mesmo sabendo que ela apenas tinha visualizado e ignorado a mensagem, Carlos ao menos estava com a consciência um pouco tranquila.

Fora isso, o resto do seu fim de semana pareceu tranquilo. Luke não havia dado suas aparições surpresas, o que deixou lhe um pouco inquieto naquele parque. Conhecia a possibilidade de Luke poder surgir de qualquer lugar.

Carlos decidiu se sentar em um banco naquele parque, ao olhar ao redor e ver que Wesley não estava por ali. Provavelmente ainda não havia chegado, então continuou a ouvir sua música através dos fones de ouvido, enquanto distraidamente contemplava o ambiente pacífico ao seu redor.

Carlos pudera ver do lado de fora do parque, um Sedan preto estacionando próximo à calçada. Ele conhecia o carro e mais ainda o dono que se retirava sedutoramente de lá.

Carlos viu Wesley vindo em sua direção, e sorriu de canto para ele. Porém, Wesley não mudou seu semblante sério. Carlos desmanchou seu sorriso, e estranhou.

Assim que Wesley estava mais próximo, Carlos retirou seus fones e olhou para ele, que sentou ao seu lado no banco.

— Está tudo bem? — Perguntou Carlos, vendo que Wesley não lhe deu um beijo ou lhe cumprimentou sequer.

Wesley suspirou demoradamente. Dera uma boa olhada no ambiente ao redor e depois fitou Carlos com seus olhos. Carlos sentiu um peso vindo daquelas íris cinzentas.

— Queria que estivesse. — Disse ele, forçando um sorriso. — Mas isso não tornaria tudo mais fácil.

Wesley levou seu olhar para o ambiente, contemplando-o novamente.

Carlos estava tenso. Era evidente. Porém ele sabia que se algo incomodava Wesley, algo sério estava ocorrendo.

— Se você não quiser me contar o que está acontecendo, eu vou entender... — Foi interrompido.

— Eu preciso. — Disse ele, segurando na mão de Carlos. — Você merece a verdade.

Wesley sorria para ele enquanto, ainda com suas mãos unidas, acariciava a de Carlos. Segundos depois Wesley a soltou, suspirou, e voltou a dizer.

— Você me disse que aquela mulher havia te contado que eu não pareço ser quem sou. — Disse ele, e Carlos com receio, assentiu. — Isso... meio que é verdade. Mas os argumentos dela não dizem respeito a quem exatamente eu sou agora.

Carlos mantinha a atenção nele, que ainda olhava para frente.

— Mas... como ela te conhece? — Carlos questionou. — E como você a conhece?

Wesley o encarou novamente, e emitira um meio sorriso breve.

— Você sabe o nome dela, não sabe? — Wesley perguntou.

Carlos assentiu lentamente, antes de responder.

— É... Heather, não é? — Averiguou, e Wesley apenas confirmou em um gesto rápido com a cabeça. — Como você...?

— Chegaremos lá, gato. — O interrompeu, posicionando a mão sobre a perna dele. — Quero te contar o que você deve saber primeiro.

Wesley se acomodou um pouco no banco. Ergueu a cabeça e, de olhos fechados, aspirou uma boa quantidade de ar para expirá-lo aos poucos. Depois encarou as esmeraldas do namorado.

IMPÉRIO [✓]Onde histórias criam vida. Descubra agora