43º Capítulo

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[05/07/18 — Quinta-feira — 14h21]

3 horas antes do roubo.

Luke caminhava em direção a cozinha no 61° andar da YuTech. Estava apenas com uma toalha enrolada na cintura. Seu corpo e cabelos levemente úmidos, pingavam água devido seu recente banho.

Fora até a geladeira, retirou uma jarra de suco de laranja, despejou em um copo e bebeu. Ao terminar e quando estava lavando o copo, seu celular tocara no balcão por perto. Chacoalhou um pouco as mãos na tentativa de secá-las mais rápido, e assim fora até o dispositivo.

— Sim? — Atendeu.

— Como você está, meu anjo? — Perguntou Rita, no outro lado da linha.

— Melhor nem querer saber. — Brincou ele.

Rita riu um pouco junto à ele.

— Acabei de sair de uma reunião do Conselho. — Relatou ela. — A cada dia tudo fica mais apertado.

— Imagino. — Comentou Luke, indo em direção ao seu quarto no 62° andar. — Ao menos disso eu consegui me livrar.

— Sim, mas você sabe que não será por muito tempo. — Comentou ela, um pouco apreensiva, pois sabia que Luke detestava aquele assunto. — Uma hora ou outra você vai precis...

— Mãe, eu já lhe disse mil vezes sobre isso. — A interrompeu, ao adentrar seu quarto e em seguida abrir a porta de um extenso e profundo closet. — Existem pessoas mais qualificadas pra lidar com essa porra. Eu não quero! — Disse, frustrado, enquanto escolhia um traje social.

— Você conhece as possíveis pessoas a serem o próximo CEO, e só duas delas tem chance. Você e o Rangel. — Lembrou ela. — Quer que o Rangel ganhe? — Provocou.

Luke suspirou estressado.

— Talvez seja melhor mes...

— Não! — Rita o interrompeu. — Ele é competente, sim, mas é um risco para nosso avanço depois de anos de progresso. Precisamos melhorar e continuar com nosso legado...

— A porra do legado não é nosso, mãe! — Vociferou ele, interrompendo-a, enquanto vestia o traje social escolhido ao deixar o celular apoiado em um balcão próximo, no viva-voz. — Você sabe muito bem de quem é, e eu não quero fazer parte disso. — Ultimou, ao vestir-se e conferir seu visual no grande e extenso espelho ao lado.

— Você já faz parte, meu bem, e sabe que seu pai ficaria muito orgulhoso se você decidisse aceitar isso.

Orgulhoso. — Zombou ele, saindo de dentro do closet. — A última coisa que preciso daquele canalha é o orgulho.

Neville! — O repreendeu, em sotaque francês. — Apesar das circunstâncias, ele ainda é o seu pai.

— Se genética matasse... — Luke caçoava, enquanto pegava um fone executivo na escrivaninha de seu quarto, conectava em seu celular e posicionava no ouvido. — Estaríamos todos mortos.

Rita suspirou no outro lado da linha. Sabia que não era fácil para Luke falar de seu pai. Principalmente quando envolvia os negócios da família junto.

— Eu sei que seu pai não foi o melhor durante esses anos, mas...

— Não é essa a questão, mãe. — Luke a interrompeu, enquanto descia as escadas à caminho da sala de estar. — Ele nunca, foi o melhor comigo. Eu era o problema. Cadê que ele tratava a Erika e o Emile da mesma maneira que eu? Hã?

— Luke, amour, não é assim. — Consolou ela. — Você teve os mesmos privilégios que seus irmãos.

— Não ouse mentir, mãe. Você sabe muito bem o que acontecia! — Vociferou.

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