82° Capítulo

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[12/10/18 — Sexta-feira — 19h29]

Luke conseguiu sentir o alívio tomando conta de si quando entrou com o carro em seu condomínio. Tirou o cinto de segurança, encostou o cotovelo na porta que estava com a janela aberta e aproveitou pra apoiar seu queixo entre os dedos. Suspirou longamente após um dia cansativo e estressante de trabalho. Já esperava uma enxurrada de coisas quando chegasse de viagem, mas uma bomba pronta pra explodir em seu colo era algo imprevisível. Pelo menos lidou bem com as tarefas até finalmente achar que estava na hora de ir embora.

Mas haviam preocupações pendentes naquele dia. Carlos ainda não tinha retornado nenhuma de suas mensagens e ligações. Antes de entrar no carro quando ainda estava na empresa, ele deu uma última olhada no sistema de monitoração que instalou em sua mansão. Carlos ainda estava lá dentro e, para seu alívio, se movimentando. Os indicadores de calor e presença forneciam esses dados em seu aplicativo, então sabia que seu namorado estava vivo e se mexendo. Agora restava saber o que exatamente ele estava fazendo.

Os portões abriram automaticamente quando enfim chegou em sua casa. Inclusive os da garagem interna, onde Luke logo tratou de estacionar lá dentro. Depois de puxar o freio de mão e tirar as chaves da ignição, finalmente saiu do veículo já com a mão na gravata com a evidente tentativa de tirá-la de seu pescoço. Abriu a porta da garagem que dava acesso a um corredor que levava diretamente a cozinha.

Mon prince? — Chamou por Carlos, deixando as chaves e a gravata sobre o balcão, e abrindo alguns botões da camisa branca. — Petit? Cadê você?

Luke não se preocupou com o silêncio após averiguar. Apenas pegou um copo do armário e seguiu para a sala de estar. Precisava se hidratar com seu precioso uísque antes de qualquer coisa.

— Carlos? — Entrou no corredor iluminado por lâmpadas retangulares presas na parede, rumando até a sala de estar ainda no térreo. — Você tá aqui, amor?

Carlos não estava na sala, mas Luke tinha certeza que ele passou por ali. Franziu as sobrancelhas no mesmo instante em que notou uma pilha de papéis sobre a mesa de centro, um notebook ligado sobre o sofá — com muito mais documentos no tecido cinzento — e um copo vazio do que se parecia ser água também na superfície de vidro da mesinha.

Luke ainda estranhava enquanto ia a caminho da bancada repleta de garrafas com suas bebidas preferidas. Mas apanhou a de uísque e encheu seu copo enquanto estudava o furacão que passou em sua sala suficientemente bem decorada.

— Oh, você chegou. — Carlos apareceu no arco de entrada, e realmente pareceu surpreso em ver Luke ali. — Como foi o trabalho?

— Eu... — Não conseguiu dizer, pois Carlos se aproximou de si rapidamente e desferiu um selinho com a mesma taxa de velocidade. Depois caminhou até onde estava o notebook.

Luke também notou que ele estava usando um de seus fones executivos em uma das orelhas. Sem contar que estava com um tablet transparente em mãos, mas aquele parecia ser o dele próprio.

— Espero que não se importe, Luke, mas peguei seu fone emprestado. — Disse ele, se jogando no sofá e voltando a teclar alguma coisa no notebook com uma mão, e digitando no tablet com a outra. — Está sendo muito útil.

Luke apenas suspirou demoradamente e, sem dizer nada, bebeu um pouco do uísque e seguiu até o sofá curvado a passos lentos e cautelosos. Porque também havia alguns papéis no chão.

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