3º Capítulo

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[16/05/18 — Quarta-feira — 19h07]

Carlos estava distraído em seu celular. Especificamente, atento numa notícia que ocorrera mais cedo naquele dia, relatando um outro caso de morte à um acionista da mesma empresa de segunda-feira.

Porém, dessa vez, a morte fora causada por uma explosão no avião em que esse acionista estava embarcado. Além dele, os pilotos também tiveram suas vidas cessadas.

Teria lido mais sobre a notícia, se não fosse atingido por um travesseiro em seu rosto, fazendo-o recuar involuntariamente com o corpo, além de derrubar seu celular no chão.

— Vai ficar aí até quando? — Amanda o indagou. Tanto ele, quanto Wesley, estavam sobre a cama da amiga. — Ainda temos coisas pra fazer aqui.

Carlos sorriu, e apanhou seu celular do chão.

— Estava lendo um negócio.

— É sobre nosso projeto? — Questionou ela, olhando-o. — Se for, eu te perdôo.

Mas Carlos expressou um sorriso que a fizera perceber que estava errada.

— Aposto que estava pesquisando sobre aquela série. — Wesley supôs, enquanto arremessava um travesseiro para o alto e o apanhava em pleno ar. — Eu já disse à você que é para assistirmos juntos. Nada de adiantar os episódios.

Carlos riu.

— Não, não era isso. — Disse. — Mas não importa... onde estávamos? — Apanhou seu caderno sobre o colchão, e o pusera em uma de suas pernas dobradas.

Amanda levou a ponta da caneta para a boca, enquanto conferia suas anotações no notebook, e em seu caderno ao lado.

— Bem, já temos os equipamentos, o local, voluntários... — Ela fora riscando os itens do papel. — Falta o dia, eu acho...

— Esse fim de semana? — Wesley sugeriu, se levantando da cama. — Estarei um pouco ocupado nesses próximos dias.

— Fazendo o quê? — Amanda cruzou os braços, enquanto sorria cinicamente.

Carlos olhou para ambos, entre os segundos, também sorrindo.

— Ah... trabalhando, treinando, mantendo minha vida em ordem... — Exemplificava ele, contando com os dedos. — Não sou como vocês, que ficam o dia inteiro em casa.

Amanda levou sua mão sobre o peito, ofendida.

O dia inteiro não, garoto. — Repreendeu ela. — Você acha que eu faço o quê na empresa em que trabalho?

— Bem...

— Não é uma pergunta retórica, Wes. — Ela o interrompeu, e Wesley riu. — Quem fica o dia inteiro em casa, é o Carlos.

Os dois olharam para ele. Carlos ergueu as sobrancelhas, surpreso, mas sorriu.

— Sim, mas eu sempre estou sendo útil, se querem saber. — Rapidamente ele revidou.

O quê fizera Amanda rir.

— Ai, Carlinhos. Preparar o jantar e limpar a casa enquanto seus pais estão fora, não é exatamente o quê eu quero dizer sobre ser útil.

— Eu discordo. — Wesley respondeu, antes que Carlos pudesse. — Carlos cozinha muito bem, por sinal.

— É por isso que você não sai de lá? — Amanda questionou, desafiadora.

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