[19/05/18 — Sábado — 8h47]
— Abre aqui, por favor! — Gritou Carlos, com a cabeça para fora da janela do carro, no banco do passageiro.
— Um minuto! — Alex gritou de volta. Estava dentro de uma farmácia. Comprava alguns medicamentos que o doutor lhe aconselhou a adquirir.
Carlos, impaciente, resolveu abrir a porta do veículo por conta própria. Caminhava lentamente para dentro da farmácia, pois teria que evitar pressão no abdômen. Acabara de receber alta do hospital.
— Eu disse para esperar! — Protestou Alex, ao perceber que o filho estava ao seu lado.
— Não dava tempo. Vim te ajudar a pegar o remédio certo. — Rebateu, pegando o papel de receita médica da mão de seu pai.
— Está dizendo que eu não saberia pegar o certo?
— Você sabe pegar o certo, só não sabe ler os hieróglifos que é a caligrafia de um médico. — Carlos debochou. — E acabaria não pegando o certo. — Concluiu, e desferiu um sorriso cínico para seu pai, que revirou os olhos.
Mas, Carlos estava correto. Alex tinha sérias dificuldades em entender a caligrafia de médicos ao qual tinha consulta. Carlos era o único da família que conseguia entender com facilidade. Era quase um dom.
Carlos pediu os medicamentos corretos, e Alex pagou por eles. Retornaram para o veículo, e percorreram de volta para o apartamento.
No percurso, Alex parou em uma padaria, para comprar alguns pães para o café-da-manhã que ainda não havia tomado. Carlos também estava com fome.
Enquanto Alex estava na fila, Carlos resolveu ficar do lado de fora da padaria, apreciando o movimento de carros. Alguns passam, mas somente um em específico lhe chamara a atenção: A Bugatti Veyron preta. Aquele veículo inesquecível, do dono também inesquecível.
Porém dessa vez, a Bugatti estacionou ao lado do carro de Alex. Parecia também estar a caminho da padaria.
O dono abriu a porta do carro, e desembarcou, exibindo sua gloriosa boa aparência. Aqueles cabelos loiros, raspados nas laterais e a parte de cima muito bem penteadas para trás, em conjunto com o perfeito alinhamento de sua barba degradê.
O homem vestia roupas casuais, de camiseta branca justa, um jeans cinzento e tênis Old Skool, também cinzentos. Segurava na mão, seu celular e carteira.
Carlos não pudera deixar de olhar para ele e sentir o choque de sua beleza. O homem fixou seu olhar em Carlos, enquanto caminhava na direção da entrada da padaria, mas desviou depois de alguns segundos. Carlos se sentiu intimidado.
Para não ser considerado atrevido, Carlos manteve seu olhar nas ruas o tempo todo. Mas, o quê ele não sabia, era que o homem o olhava do lado de dentro.
Alguns minutos depois, ele resolvera entrar novamente na padaria. Seu pai estava demorando para comprar um simples saco de pães. Quando ia entrar, ele se esbarrou em alguém, colidindo com o peitoral de uma pessoa.
Ao olhar para o rosto da pessoa, alguns centímetros mais alto que ele, Carlos percebera que esbarrou no homem loiro. Ficou vermelho imediatamente.
— Desculpa. — Disse Carlos evitando contato visual.
— Tudo bem. — Respondeu o homem, que deu pouca importância para o incidente e caminhou em direção ao seu veículo.
Carlos imediatamente entrou na padaria, mas deu uma última olhada para trás. Viu que o homem o olhava enquanto abria a porta do carro. Carlos virou seu olhar para frente, e se constrangeu mais ainda.
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IMPÉRIO [✓]
AdventureCarlos achou que entrar numa multinacional cobiçada pelo ramo da tecnologia, seria a base para encontrar sua vocação que tanto almeja no auge dos seus 18 anos. O garoto, que esbanja uma inteligência impecável, ainda não descobriu o que quer ser da v...