56° Capítulo

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[24/08/18 — Sexta-feira — 17h12]

A secretária caminhava até a sala de seu chefe às pressas. Levava uma pasta marrom consigo, segurando com as duas mãos e mantendo firme em seu peito. Como se protegesse um conteúdo de suma importância.

Após três batidas na porta de vidro, e a permissão do CEO de uma empresa famosa por comercializar matéria-prima tecnológica, a secretária adentrou.

— Senhor Cândido, acabei de receber esses documentos da recepção. — A secretária se aproximou da mesa de seu chefe, naquela gigantesca sala, e entregou a pasta marrom para ele. — Disseram que é para o senhor.

Geraldo Cândido apenas esticara o braço para apanhar, pois mantinha seu olhar na tela do computador.

— Sabe quem entregou? — Ele questionou.

— Disseram que foi um homem de cabelos castanhos. — Ela respondeu, nervosa. — Segundo ele, o senhor saberia do que se trata.

— E aceitaram mesmo assim? — Geraldo a encarou com um olhar frio. — Não pediram nenhuma outra informação dele?

A secretária engoliu seco.

— Bem...

— Esqueça, Marcela, já pode ir. E obrigado. — Ele a liberou, apanhando a pasta de sua mesa.

— Sim, senhor Geraldo, com licença. — Marcela se retirou da sala, e fechou a porta de vidro.

Geraldo levou seus dedos para os óculos escorregadios, e os posicionara para melhor visualização do documento dentro pasta. E sorriu. Claramente se intrigou com o que o documento relatava. Marcela realmente estava certa quando disse que "saberia do que se trata". Afinal, estava aguardando pacientemente por esse momento.

Ele discou uma série de números, e levou o telefone para a orelha. Enquanto esperava, ele sorria para o documento como se tivesse acabado de ganhar na loteria.

— Pode passar aqui, querida? — Ele questionou para sua esposa na linha. — Acho que temos as respostas que tanto procurarmos.

Após a confirmação de sua esposa, Geraldo desligou o telefone e se levantou. Foi em direção a um balcão de bebidas, e encheu uma taça com um vinho importado. Tragou um pouco do líquido.

— Então? — Daniela Cândido, imponente em um vestido bege até os joelhos, adentrou a sala de seu marido. — Do que se trata?

Geraldo sorriu em sua direção, e encheu mais uma taça com o vinho importado, entregando a tal para Daniela.

— Finalmente o pegamos. — Geraldo expressou, feliz, assim que deu mais alguns goles do vinho. — Está tudo ali. Um certo alguém entregou o documento agora há pouco. — Apontou para sua mesa.

Daniela caminhou até lá, bebendo um pouco de seu vinho e o posicionando no porta copos sobre a mesa. Ela apanhou o documento, e sorriu da mesma maneira que Geraldo ao perceber do que se tratava.

— Eu não tinha dúvidas. — Ela disse, devolvendo para a mesa e apanhando novamente a taça de vinho. — É bem da laia deles usarem tais métodos para colher informações. O garoto, principalmente, é um dos maiores motivos.

— Eu também não tinha dúvidas dessa empresa. — Geraldo retrucou. — E esse caçula nunca me enganou. Maldito seja o dia em que precisei dele para resolver uns assuntos cibernéticos. — Geraldo comentou, bebendo mais um pouco do vinho.

— Soube que ele perdeu a mãe. — Mencionou Daniela. — Pega numa emboscada, se me lembro bem.

— Já foi tarde. — Comentou em desprezo. — Uma pena que ele não foi também. Assim o mundo estaria livre dessa praga francesa.

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