53° Capítulo

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[21/08/18 — Terça-feira — 13h28]

O as portas do elevador no 61° andar se abriram assim que um som breve e sutilmente agudo fora tocado. O garoto se retirou de lá adentrou o hall a passos calmos e contemplativos. Carlos retirou seu headphone dos ouvidos, tanto para aguçar sua audição, quanto poder ouvir a fonte no centro do hall. Um sorriso de canto cresceu quando se deu conta de que aquele objeto para ele, era o mais belo de toda a mobília dali. E então, Carlos foi tirando sua mochila dos ombros após admirar o suficiente a fonte moderna.

— Luke? — Chamou em um tom que ecoara pelo hall, e percorrera nos outros cômodos.

Porém, ele não obtivera respostas. Mesmo estranhando, ele apenas fora caminhando até a sala de estar. Removeu sua mochila por completo e a posicionara sobre o largo sofá cinza. Pusera suas mãos nos bolsos de sua blusa de moletom, e saiu a procura de Luke no andar superior, após checar nos outros cômodos daquele andar

No corredor, após subir as escadas, Carlos percorrera até o fim dele. Ele notou em uma porta de vidro, que dava acesso a um terraço gigantesco. Não havia chegado a ver tal parte daquele lugar, mas foi o suficiente para atiçar sua curiosidade.

Algo que cresceu mais ainda quando notou que Luke estava lá fora, apenas vestindo um short preto até metade de suas coxas grossas. Seu corpo branco definidos pelos músculos bem distribuídos, em conjunto com seus pelos loiros, brilhavam devido o sol incandescente acima dele. Luke utilizava fones de ouvido sem fio, enquanto trabalhava em posições e movimentos que Carlos supôs serem de Ioga. E tudo ficava mais impressionante por Luke estar próximo de uma larga piscina incrivelmente azul, onde uma de suas bordas laterais era a mesma do limite do prédio.

Carlos ainda o admirava por trás da porta de vidro. Luke estava de costas para si, então não sabia que estava sendo vigiado. O que tornava a situação ainda mais cativante e ligeiramente tensa para o garoto, que só tinha olhos para o francês. Da mesma maneira em que temia ser descoberto, ele estava impressionado na habilidade e flexibilidade que Luke esbanjava naquele exercício. Parecia ser profissional. Sua técnica era capaz de inspirar e incitar calma a quem assistia. E Carlos conseguia sentir tais sensações, que se misturavam com a adrenalina.

Em uma das posições, Luke acabou virando em direção a porta de vidro. Carlos se assustou e seu instinto foi recuar um pouco ao tirar a mão do vidro que até então sequer sabia que estava com ela ali. Mas Luke estava de olhos fechados. Aparentemente não o havia visto ainda, pois continuou com as posturas.

Toda essa contemplação durou cerca de um minuto e meio, pois Luke pareceu terminar quando ajeitou um pouco os cabelos após uma brisa bagunçá-los. Depois, caminhou até a garrafa de água que estava na mochila sobre uma espreguiçadeira de madeira clara. Carlos achou que seria uma boa ideia adentrar o terraço agora, e ir ao seu encontro. A passos tímidos, ele fora até Luke, que ainda se hidratava vorazmente.

— Por que não entrou antes? — Questionou Luke, ao terminar de beber e encarar Carlos com seus olhos de duas cores.

Carlos engoliu seco. Entendera que Luke o havia visto espiando na porta de vidro. Coçou o queixo em nervosismo.

— Bem, eu... achei que você estava ocupado, sei lá... — Dizia. — Não queria te interromper.

Luke riu de sua explicação, apanhou uma toalha de rosto na espreguiçadeira e enxugou o suor de sua face.

— Está pra nascer alguém que minta melhor do que você, Barone. — Debochou depois de posicionar a toalha em torno de seu pescoço, e segurá-la com suas mãos.

Carlos sorriu sem graça.

— Desculpe não ter passado no seu colégio pra te buscar. — Disse Luke. — Tive um imprevisto e como já era um pouco tarde, deduzi que você estava vindo e resolvi fazer um Ioga enquanto isso.

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